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terça-feira, 10 de agosto de 2021

De Repente Adolescente (Vários Autores)

Adoro livros com vários contos assim dentro de um tema em comum. São leituras leves e que, normalmente, te fazem conhecer autores bem legais. No caso, eu já conhecia alguns dos autores, mas tive também muitas surpresas agradáveis por aqui. Temos um livro que foca nos dramas, amores e vivências no geral de um adolescente brasileiro e é uma delícia ler sobre essa época, mesmo já estando bem longe dessa realidade (hehe). Os contos são bem variados e as escritas e estilos também, o que garante que pelo menos um deles vai te prender demais e mais de um você vai gostar muito. Ao mesmo tempo, isso não garante que vai gostar de todos, não que não sejam bons, mas, como falei, os estilos são bem diferentes. No caso, eu gostei muito mesmo de dois dos contos, mas também gostei muito de outros quatro. Enquanto isso, os outros quatro foram leituras legais, mas não foram muito meu tipo. Juntando todos esses fatores, o livro acabou com quatro estrelas e meia (e com eu comprando livros dos autores que gostei mais dos contos também, rs). É uma leitura bem leve e divertida, além de ser indicada para maiores de onze anos (belezura).

Temos dez contos que, por caminhos diferentes, focam na vida do pré-adolescente e do adolescente na nossa realidade. Entre jovens que estão lidando com a separação e briga constante dos pais, jovens que estão se apaixonando pela primeira vez, jovens que estão lutando pelo que acreditam e outras coisas, temos até mesmo a formação de um estado brasileiro e as vivências de uma jovem indígena. Como falei, tem assunto para agradar tudo e todos e de uma forma bem leve. Como falar dos dez seria bem complicado e por serem contos tudo pode acabar virando spoiler, vou focar aqui nos meus dois favoritos: Agulhas e Bolinhas, do Vitor Martins e A Revolta dos Salgados, da Iris Figueiredo.

No primeiro citado (que é o último do livro) temos a escrita contagiante, leve e devorável do Vitor. Um conto LGBT+ focado nas primeiras descobertas de quem de fato você é e como tudo é tão simples e puro. Um menino que acaba indo aprender a bordar para lidar com todos os sentimentos que guarda dentro dele (inclusive, a perda de um ente muito querido) e por lá encontra bem mais que linhas e agulhas. Encontra algo que realmente gosta, um novo amigo e também o cachorro mais brincalhão do mundo todo. No segundo citado (que é o terceiro do livro), temos a história de uma jovem que quer salvar a biblioteca da escola e, para conseguir isso, acaba no meio de uma candidatura a representante de turma na escola. Uma eleição muito acirrada que acaba com compra devotos (com salgado da cantina!), muita parceria dos colegas de sala e muitos posts divertidos e trocas de mensagem, que deixam o conto devorável e bem delícia de ler. Sem esquecer que todo o envolvimento da biblioteca na história deixa um quentinho no coração.

Como sei que são curiosos (como eu), os outros contos que gostei muito foram: Eu Estou Aqui (Clara Alves), A Última Suspeita (Camila Fremder), Casa Nova (Keka Reis) e Segunda Chance (Lully Trigo). Os outros são tão bons quanto, mas, como comentei, não foram muito meu estilo de leitura (e isso acontece!). E realmente uma leitura muito leve e rápida, além de que vale a pena para todas as idades. Para quem está vivendo esse momento e para quem já viveu (meu caso!). E aí, já leu? Qual foi o seu favorito? 


de repente adolescente
AUTOR(A): vários autores
EDITORA: seguinte
PÁGINAS: 256
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terça-feira, 29 de junho de 2021

Jogos de Herança (Jennifer Lynn Barnes)

Esse livro me surpreendeu demais e foi uma loucura acompanhar todas as descobertas e entender tudo que estava acontecendo na mansão Hawthorne. É um livro de suspense e lógica, mas tem uma vibe de romance adolescente que é completamente devorável. Tenho me aventurado aos poucos com os livros de suspense e esse daqui é uma ótima indicação para quem quer começar de leve (mas ainda assim bagunçando a cabeça) como eu. Depois de, recentemente, ler Agatha Christie eu percebi que é um estilo de livro que por muito tempo ignorei, mas que escolhendo direitinho a leitura eu posso gostar demais.  Falando nisso, a leitura desse livro é absurdamente rápida e, por mais que tenha muitos capítulos, todos são relativamente curtos e muito fluídos. É o tipo de história que você embala e quando percebe já passou da metade. O livro ficou com cinco estrelas e é indicado para maiores de treze anos.

Avery não tem nada além de planos para seu futuro. Ela no momento se preocupa apenas em sobreviver e ajudar com as contas da casa que divide com a meia-irmã mais velha. Ela cresceu sem nada e, após perder sua mãe por conta de problemas de saúde, ela se viu ainda mais perdida no mundo. Sempre trabalhou muito e ia bem na escola por conta de seu raciocínio lógico rápido. Sua vida muda de um segundo para o outro ao descobrir que seu nome estava no testamento de um dos maiores bilionários do país. Mesmo sem nunca nem ter ouvido falar sobre ele, Avery descobre que Tobias Hawthorne deixou grande parte da sua fortuna para ela. Mas as coisas não seriam simples, afinal, a família dele estava também nessa jogada e não estava nem um pouco feliz com uma completa estranha ficando com tudo que eles acreditavam que seria deles. Tobias, por outro lado, havia sido muito esperto em arquitetar todo esse esquema para que Avery tivesse segurança, advogados e não caísse nas armadilhas dos parentes do rico que queriam tudo. 

Além de toda essa loucura, ela precisaria morar na Mansão Hawthorne, a casa da família que era conhecida por ser uma verdadeira atração. Passagens secretas, enigmas para abrir portas, túneis, lagos, florestas e tudo mais que poderíamos imaginar estavam dentro daquela propriedade. Se Avery conseguisse ficar um ano lá, aguentando a família de Tobias tentando destruí-la, o dinheiro seria todo dela. Para completar o pacote, os quatro netos dele estariam na casa também e todos estavam prontos para o que parecia ser a última jogada do avô. Tobias Hawthorne era conhecido por criar enigmas e jogos para bagunças a cabeça de todos e os netos acreditavam que a Avery ali era a última jogada dele.

Avery tem uma coisa que eu simplesmente amo em personagens, ela é debochada. No meio de todo esse caos que virou a vida dela, ela consegue soltar comentários que são certeiros e geniais. Entre os personagens que se destacam, além da principal, nós temos os quatro netos de Tobias. Gray, Jameson, Xander e Nash. Os que se destacam mais são Gray e Jameson, que acabam tendo mais interações com a personagem principal e participam mais ativamente para tentar descobrir o que o avô tinha deixado como cartada final. Além deles, temos também como destaque o segurança de Avery, que acaba aparecendo bastante, e a irmã mais velha dela. Não podemos esquecer, é claro, da melhor amiga, Max, dela que era o alívio cômico (sem ser forçado) do livro. Como não podia falar palavrões, por conta dos pais muito rígidos, Max sempre soltava altas pérolas ao se comunicar com a amiga (Sua pata!). No geral, é uma delícia quebrar a cabeça com os personagens e criar teorias para entender tudo que está acontecendo. Exatamente por isso, é bem difícil parar a leitura.

Eu amei o livro e, por isso, ele ficou com as cinco estrelas que comentei. Mas não vou negar que debati muito essa pontuação durante os últimos dias. Afinal, eu fiquei esperando um pouco mais de respostas no final (mesmo sabendo que tem continuação) e acho que esperei por mais enigmas que me fizessem pensar também. Tipo assim, quando os irmãos e a Avery estão juntando as peças desse grande quebra cabeça é bem legal de acompanhar, mas seria ainda mais legal se tivessem mais pistas que fizessem a gente (leitor) tentar brincar de detetive também, sabe? Ainda assim, depois de muito discutir isso comigo mesmo (rs) eu decidi deixar as cinco estrelas porque o livro é absurdamente devorável e, mesmo com esses meus comentários, eu achei a história bem genial. Já que peguei esse final para reclamar (haha) vou comentar que gostei mais da capa gringa também por conter mais elementos da história. A nacional é linda com o tabuleiro que faz todo sentido, mas a original tem muitos elementos legais que conversam muito com a história (tipo a bailarina de cristal!!!!). Enfim, como comentei no começo é um livro absurdamente devorável e eu indico para quem gosta de suspenses leves ou para quem, assim como eu, está se arriscando aos poucos nesse gênero literário. Estou maluca para ler a continuação que vai sair agora no segundo semestre lá fora (ainda sem data por aqui).


jogos de herança
AUTOR(A): jennifer lynn barnes
EDITORA: alt
PÁGINAS: 436
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MEU SKOOB.

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Foi Assim que Tudo Explodiu (Arvin Ahmadi)

Estava muito curiosa para ler esse livro (que recebi de parceria com a editora), uma vez que muita gente tem falado tantas coisas maravilhosas sobre ele. De fato, ele é fantástico, delicado e importante... mas eu achei um pouco cansativo também. O livro é narrado de duas formas diferentes e tudo ao mesmo tempo, o que gera um dinamismo legal, mas acabou que eu gostei muito de uma das narrativas e a outra me cansava um pouco. Isso não atrapalhou muito a leitura em si, uma vez que levei duas horas para ler o livro (o que indica que ele é devorável), mas, ainda assim, ele acabou ficando com quatro estrelas porque, além disso que comentei, acho que ficou faltando alguma coisa na reta final. Eu gostei do final, mas acho que baseado nas expectativas que eu tinha criado, pelos comentários sobre a história que eu estava lendo, estava esperando um pouco mais (aí o problema já é meu também, né, rs). O livro é indicado para maiores de quatorze anos e explora as aventuras de um jovem recém (quase) formado do ensino médio enquanto ele busca caminhos para sair do armário para sua família. Ok, vamos focar na resenha em si, eu sei.

Amir estava se descobrindo aos poucos. Ele sabia que era gay, sempre soube, mas sabia também que sua família teria dificuldades de lidar com essa informação, exatamente por isso, ele planejava estar bem longe na faculdade quando contasse para eles. Mas as coisas não estavam saindo muito como o planejado, os valentões da escola haviam descoberto sobre ele e seu então namorado, que acabou também nem dando tão certo, e estavam ameaçando contar para todos o grande segredo dele se ele não conseguisse muita grana para eles. Ele fazia alguns bicos escrevendo páginas para a wikipedia e conseguia ganhar um dinheiro legal com aquilo, mas os valentões queriam ainda mais e, na véspera de sua formatura, ele decide que não vai deixar uma pessoa má controlar a sua vida. Ele pega o dinheiro que tinha juntado para calar uma pessoa e se joga no mundo, literalmente.

Amir vai para na Itália, depois de ter se apaixonado pelo tipo de sorvete de lá no aeroporto de Nova Iorque. Ele conhece pessoas que, como ele, estão se descobrindo e a cada encontro com essas pessoas ele vai percebendo seu lugar no mundo e o quão fantástico é viver sem se esconder. O problema é que os dias de vida dos sonhos estão com os dias contados, quando sua família aparece em peso para buscá-lo. Ele sabia que o momento da conversa chegaria e que seria tenso, mas nunca que ele imaginou que seria em uma sala de interrogatório do aeroporto e com a polícia em volta deles. Ele precisaria contar cada detalhe da sua verdade para não perder a liberdade de toda a família. E foi assim que tudo explodiu...

Como falei, o livro é narrado de duas formas diferentes. E isso vai acontecendo enquanto vemos uma contagem regressiva para o dia em que tudo explodiu na cara do personagem principal. Me lembrou muito os episódios das séries criminais que eu amo ver, mas que me dão um leve nervosinho. O livro começa com eles (a família) na sala de interrogatório do aeroporto, para onde foram levados depois de um desentendimento dentro do avião. O que por si só já é algo que levanta muita discussão, uma vez que são uma família árabe. Então tem todo esse debate (necessário) sobre as entrevistas aleatórias dos aeroportos com certas pessoas. Ok, partindo disso, vamos vendo os dias anteriores de tudo que Amir viveu nas últimas semanas e um pouco dos últimos meses também. E cada capítulo desse tem como título quantos dias antes do episódio do aeroporto foi o ocorrido narrado. Esses capítulos foram os que mais me cansaram. Eu gostei demais do dinamismo dos capítulos que eram as entrevistas com a família na sala do aeroporto. Eles contavam de forma muito mais devorável os acontecidos e me prendia bem mais. Claro que era importante ver essa retrospectiva que rolava nos capítulos do menino na Itália, mas foi isso que senti. Ah! E falando do que senti, já que comentei que episódios de séries assim me dão nervosinho... é porque já sabemos que "deu tudo errado" e vamos vendo todo o caminho até lá e isso me deixa levemente ansiosa.

Agora o autor que se vire. Eu quero um livro todinho sobre a irmã do personagem principal. Sério, onde que assina para ler mais sobre a Soraya? A menina roubava a cena da história por completo quando aparecia como narradora e, para completar, mesmo ela falando sobre o irmão eu queria era saber mais do musical que ela estava ensaiando e sobre ela brincando de detetive para descobrir o que estava rolando. Agora que já falei da estrela do livro, vamos focar no personagem principal (hehe). Amir e o crescimento dele na história é algo gostoso de acompanhar, mas, ao mesmo tempo, é meio irreal sabe. A graça dos livros, no geral, é te fazer acreditar até mesmo no inacreditável, mas desde que a história te faça sentir assim. Eu não estava comprando muito a ideia do menino de dezoito anos que juntou o dinheiro com a wikipedia e viajou sozinho e a louca para a Itália. Acredito que como esses trechos eram narrados pro meio da parte que achei mais dinâmica isso atrapalhou (para mim) também. Mas no geral, da parte da Itália, adorei ver ele conhecendo as pessoas e se conhecendo de brinde. No geral, é um livro muito incrível com uma história muito importante (por vários fatores). Indico demais por ser uma leitura leve, rápida e importante. Para quem gosta desse tipo de narrativa (da contagem regressiva de acontecimentos) é ainda mais perfeito.


foi assim que tudo explodiu
AUTORA: arvin ahmadi
EDITORA: alt
PÁGINAS: 294
SKOOB DO LIVRO.
MEU SKOOB.

terça-feira, 11 de maio de 2021

No Caminho Contaremos Nossos Sonhos

Provavelmente esse livro não teria chamado muito minha atenção nas livrarias onlines da vida, por mais que eu seja a louca dos sonhos e o título seja bem marcante e não vou negar que estou apaixonada por essa capa e ilustração (sério, essa capa é maravilhosa) também. Quando ele apareceu como opção na minha parceria com a editora Globo Livros foi exatamente isso que aconteceu, de primeira ele não chamou muito a minha atenção, mas fiquei curiosa (pelo título) e eu fui ler a sinopse, acabei completamente animada para conhecer essa história. E que bom que isso aconteceu! Porque eu simplesmente amei esse livro e ele ficou com cinco estrelas no final das contas. É um livro bem curtinho (no tamanho de uma novella), mas é um livro que é completo... mais do que isso, é um livro simples, mas que se basta em sua simplicidade. Uma leitura leve e real com toques da literatura de Shakespeare e só por isso você já deveria dar uma chance para essa obra. Inclusive, eu indicaria esse livro para maiores de quatorze anos.

Nesta história acompanhamos quatro estudantes da Escola Estadual Nelson Rodrigues. Todos estão no primeiro ano do ensino médio e estão cada um em uma das turmas do nível. Além disso, eles estão prestes a passar pelo período mais movimentado do ano em que estão, o Festival de Literatura da escola. O tema do ano seria as peças de Shakespeare e cada turma fica com uma de suas famosas criações. Claro que não poderia faltar Romeu e Julieta, mas também estamos falando de Sonho de Uma Noite de Verão, Rei Lear e Otelo, O Mouro de Veneza. O festival acaba como palco para os ensaios, mas também para brigas, racismo, feminismo e muito crescimento dos alunos. Bia é uma aluna nota dez, mas está cansada de ser usada pelos colegas. Chegou a  hora de ela mostrar que tem voz e que ela importa. Pietro sabe que quer ser artista e batalha muito por isso, mas seus pais não acreditam que esse seja um bom caminho e, para complicar um pouco mais, ele acredita que está se apaixonando por uma amiga... enquanto outra amiga acredita que está apaixonada por ele (ei, Shekespeare, corre aqui que o drama é real). Yasmin acreditava que estava em um relacionamento perfeito, mas logo vai percebendo que isso não existe e que, para piorar, seu namorado não tem noção alguma. Ele não aceita que ela converse com ninguém que não seja ele. Isso é um absurdo e ela precisa juntar as forças que tem para sair desse relacionamento tóxico. Luca tem sonhos. Como todos os outros eles têm muitos sonhos, mas também tem muita dificuldade. Desde a cor da pele dele até o computador em casa que o deixou na mão, ele vê desafios em tudo que está em sua vida. Exatamente por isso, ele está focado em conseguir um estágio na escola para juntar um dinheiro e poder usar os computadores da escola. Enquanto isso, Shekespeare está entrando na vida de todos e fazendo ligações que vão mudar a vida deles para além do festival.

Como é um livro curtinho, não tenho como falar muitas coisas sem dar spoilers, mas eu posso contar que eu amei acompanhar o crescimento desses personagens enquanto eles iam trabalhando as peças de Shakespeare. O meu momento favorito, ao acompanhar o desenrolar da história, foi principalmente ver a personagem Yasmin saindo de um relacionamento tão problemático e aprendendo a se amar, mesmo que aos pouquinhos. Claro, torci demais pela Bia e pelo Pietro e comemorei nas vezes em que a Bia resolveu enfrentar (de forma pacífica) os colegas de sala dela. Também fiquei de dedos cruzados por muitas páginas esperando as respostas pelas quais Luca estava lutando para conseguir. Enfim, como falei antes, o livro é simples e, exatamente por isso, ele é tão completo. É uma história muito leve e muita rápida (que eu li em uma tarde e tem vlog de leitura no canal), mas que fiquei pensando nos personagens por um bom tempo ainda. O que está esperando? Vamos valorizar nossa literatura nacional, galera.

No Caminho Contaremos Nossos Sonhos
Autora: Severino Rodrigues
Editora: Globo Livros 
Páginas: 136
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

segunda-feira, 10 de maio de 2021

De Olho Nela (Kate Stayman-London)

Temos aqui um dos melhores livros que li esse ano (entre os quarenta e dois que já li) e, quem sabe, um dos melhores que já li na vida também. Ok, vocês podem estar pensando que eu estou exagerando, mas eu nunca me encontrei tanto num livro como nesse. Assim como a personagem principal eu sou gorda. Não somos gordinhas, fofinhas, cheinhas... somos gordas. O que me lembra que plus-size é a roupa, não a pessoa. O livro é, de fato, absurdamente bem escrito e tudo faz muito sentido quando vemos o currículo dessa autora (que já escreveu para a campanha da Hillary Clinton e também já escreveu para o presidente Obama, a Malala e a Cher!), mas vai muito além disso e do fato de que a história é tão bem escrita e montada (comentarei mais sobre isso em breve). Vamos fazer um exercício rápido aqui. Pense nas capas de sua estante: quantas personagens gordas você vê nas capas e nas histórias? Não estou falando da persoangem secundária que é um alívio cômico. Estou falando de personagem principal. Sua resposta já explica muita coisa. Esse livro, além de ter uma história fantástica, sou eu. Muito além de mim, ele é tantas outras meninas e mulheres gordas com histórias fantásticas para contar. Cinco estrelas. Dez estrelas! Mil estrelas... e um coração de favorito, é claro. Ah! E eu indicaria ele para maiores de quinze/dezesseis anos.

Bea Schumacher é uma blogueira de moda plus-size e ao longo de sua vida ela foi aprendendo a se amar e a achar coisas que a vestiam bem e que a faziam bem também num geral. É exatamente isso que ela compartilha com seus milhares de seguidores na internet. Junto de seus melhores amigos, ela ama acompanhar um reality show sobre casais que se apaixonam de forma completamente aleatória na TV, o É Pra Casar, mas depois de uma grande desilusão amorosa e algumas doses de álcool, ela acaba criticando abertamente em seu blog a falta de diversidade do programa em questão. Ela estava cansada de ver que para tantas pessoas, apenas as magras podiam ter um final feliz e encontrar um amor. O que era (e é) um grande absurdo.

O post sobre isso que Bea fez viralizou e serviu como um grande boom na carreira dela, mas também atraiu muitos haters e trolls da internet. O que ela não esperava, era que toda essa comoção iria render também um convite para ser a nova protagonista da temporada de É Pra Casar. Depois de colocar tudo em uma balança (sem piadas aqui), ela percebe que aquilo poderia fazer muito bem para a carreira dela e, além disso, ela poderia espalhar ainda mais toda a ideia body positive dela. Em sua cabeça, Bea tinha certeza de que não se apaixonaria e que tudo seria apenas uma grande experiência.

Por ter uma seleção vocês já até podem imaginar qual livro eu vou falar que tem uma vibe parecida. Sim, A Seleção (da Kiera Cass). Claro que sem todo o drama de distopia, né? Mas toda a emoção de ir conhecendo os concorrentes e criar uma torcida e tudo mais... é igual. Inclusive, eu fiz torcida e queria demais ter lido esse livro com amigos tomando um vinho e debatendo os "episódios" (haha). Minha torcida estava certa, inclusive. É clichê, mas dá um looping no clichê e é tão bem escrito que nem sei explicar. Eu simplesmente amei a forma como o livro é narrado (e olha que nem sempre curto muito a narração em terceira pessoa). Como estamos falando de um reality show, as coisas poderiam acabar ficando um pouco monótonas enquanto os personagens estão gravando ou mostrando cenas, mas a autora conseguiu lidar com isso de forma genial ao colocar posts de blogs, revistas famosas, trechos de podcasts e canais e ainda muitos tweets para comentar os episódios e acontecimentos (e eu amei demais!).

Sobre o lado pessoal dessa leitura, falei melhor sobre isso (e com muitos detalhes) no vlog de leitura que foi ao ar esse final de semana. Como sou gorda como a personagem principal, me identifiquei com tudo (sem exageros) que ela já viveu por estar acima do que consideram o peso ideal. O livro trata de gordofobia de um jeito muito inteligente e prático, mas caso seja um assunto delicado, leia com cuidado por conta dos gatilhos (mas juro que tudo é tratado com muita responsabilidade). Provavelmente, esse livro não vai ter o mesmo impacto na sua vida se você não é gorda (gordo), mas acredito ainda assim que é uma leitura fantástica e que, mesmo deixando esse fator um pouco de lado, vale a penas de uma forma que nem sei explicar. Eu falei demais no vlog (que já citei) e é isso. Leiam. Obrigada. De nada.


ps: Ganhei o livro da editora, por parceria, e sou eternamente grata por terem me dado esse amor e presente em forma de livro.

De Olho Nela
Autora: Kate Stayman-London
Editora: Paralela 
Páginas: 385
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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Na Estante: Aos Teus Pés


E lá vamos nós falar de mais um livro sobre bailarina aqui no blog. O que já mostra que vamos entrar em um assunto beeeem delicado, né? Fui bailarina por quinze anos e sou bem crítica com isso nas leituras com o tema, mas o livro é bem gostoso e me surpreendeu de uma forma boa. Ainda não é o melhor livro sobre bailarina que li (mas tem continuação e isso pode mudar, rs), mas é um dos mias legais no assunto sim. O livro acabou ficando com quatro estrelas, por vários motivos, e é claro que vou contar tudo nos detalhes para vocês.

Marina nunca teve uma vida fácil. Cresceu com o sonho de se tornar bailarina e viu tudo isso sendo destruído por seu pai, que acreditava que isso não era profissão e que a filha dele não dançaria por aí. Por sorte, ela tinha pessoas maravilhosas ao seu redor e, com isso, conseguiu fazer muitas aulas escondidas do pai, e para isso, sua mãe trabalho dobrado. Quando finalmente juntou coragem, ela pegou tudo que tinha e seguiu para a capital sem avisar ninguém. Ela ficaria na casa de sua melhor amiga da infância, que tinha ajudado a arquitetar todo esse plano, e logo arrumaria um trabalho para ajudar nas contas. Ou melhor, arrumaria "o" trabalho. O maior sonho de todos, ser uma bailarina profissional. O que ela não esperava, era que muito mais que um sonho a esperava por lá.

"Aquela [voz] que te avisa que a partir deste momento 
sua vida nunca mais será a mesma." - Página 19

Frederico Lamarck era o melhor jogar de futebol da faculdade. Estava no melhor momento de sua carreira e sempre foi muito popular. Por conta de amigos em comum e muita ajuda do destino, a vida dos dois acaba se cruzando e eles não conseguem resistir a tudo isso. Só tinha um detalhe, os dois estavam no meio de momentos muito importantes que poderia mudar por completo a vida dos dois. Ele buscando ainda mais visibilidade com jogar e ela buscando a vaga na companhia de dança. Se isso já não fosse complicado o suficiente, Frederico estava lidando com um erro de seu passado que poderia atrapalhar toda a sua vida, incluindo o time e, claro, sua relação com Mariana. Os dois precisariam colocar muitas coisas na balança para ver o que seria melhor e o que seria o certo.

"Ah, bailarina. Não sei viver sem você." - Página 277

Vamos por partes, começando pelo fato de que estamos falando de uma história completamente clichê apaixonante. Qual é! Temos uma bailarina e um jogar de futebol! Isso é quase um filme clássico do Disney Channel da vida, rs. Para quem, assim como eu, gosta de histórias assim, vale muito a pena. Os personagens principais são bem legais e complexos e Mariana merece um ponto bônus como personagem por ter ido buscar a realização de um sonho e por deixar para trás um pai cruel e que não acreditava nela. Frederico foi conquistando aos poucos e é bem o clássico galã dos romances atuais. Não teve nada de muito diferente que chamasse a atenção, mas foi bom durante a história.

O drama principal foi meio previsível, o tipo de coisa que assim que aparece já sabemos que vai dar ruim mais para frente, mas faz parte. Um segundo drama foi bem surpresa e, infelizmente, faz parte da realidade de muitas pessoas que buscam seus sonhos. Uma das coisas que me fez tirar a estrelinha do livro, foi que ele termina sem final. Isso realmente me deixa meio bléh com a história. É meio que "tentando obrigar" o leitor a ler a continuação, sabe? Mas entende isso e sei que faz parte. De forma geral, é um livro para quem gosta de romances clichês e muito gostosos de ler. Se você não foi bailarina(o) e não é chata(o) como eu nessas leituras, vai curtir ainda mais, rs.

Aos Teus Pés
Autora: Michelle Passos
Editora: Independente
Páginas: 343
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terça-feira, 20 de março de 2018

Na Estante: Encontro do Destino


Quando a Aline me mandou uma mensagem pedindo meu email do kindle eu nem podia imaginar no amor em forma de conto que estava vindo para mim, rs. Ela lançou essa história para comemorar o dia internacional da mulher e todo o enredo tem uma ligação com essa data também. O livro não vai entrar na categoria Achados do Kindle porque não foi um achado, foi uma parceria. Enfim, a história ficou com cinco lindas estrelinhas e é uma delícia de leitura. Eu peguei para ler antes de dormir e só consegui parar quando terminei. Estava muito curiosa para saber o final e já estava completamente ligada aos personagens. A história me lembrou muito a Colleen Hoover, principalmente o meu livro favorito dessa autora, o Maybe Someday. Mas vamos por partes, que vou explicar tudo nos detalhes para vocês e ainda contar melhor o que achei. Lembrando que é um conto e que não posso falar demais, senão perde a graça, né? 

Ashton e Rachel tiveram seus destinos traçados na maternidade, assim como diz uma música famosa. Suas mães se conheceram na sala de parto e, por estarem sozinhas ali, se ligaram pela necessidade de alguém amigo por perto em um momento tão delicado. Após o nascimento dos dois, as duas acabaram perdendo contato, mas é claro que o destino já tinha resolvido isso e, um pouco depois, as duas se encontraram de novo e dessa vez era uma amizade para sempre. Com isso, as duas crianças cresceram juntas. Aniversários iguais e sempre juntos em tudo. Melhores amigos que pensavam igual e queriam as mesmas coisas. Só tinha um pequeno detalhe, Rachel era um pouco diferente das outras crianças e, por isso, Ashton teve que aprender a se comunicar melhor com ela, mas isso nunca os atrapalhou, na verdade, só fortaleceu o que eles tinham. O tempo foi passando e, com isso, os dois perceberam que aquela amizade poderia ser algo mais, mas o medo de perder o que eles tinham era maior. E se não desse certo? Eles não podiam arriscar isso. Só que mais uma vez o destino tinha planos e eles teriam que lidar com tudo que ainda estava por vir.

"Nossas mães dizem que é o destino, então, que seja ele (...)."

Pensa numa história gostosinha de ler. Ashton é simplesmente um personagem maravilhoso que realmente se importa com sua melhor amiga e, por um acaso, amor da sua vida. A forma como ele a trata durante todo o livro é algo fantástico e que mostra o quão importante foi a crianção dele. Rachel é uma personagem forte que, mesmo passando por problemas, segue de cabeça erguida e nos ensina muita coisa. É um conto, como disse, então não posso sair falando mais que a boca, mas eu realmente indico essa história para quem ama um bom clichê muito bem escrito e um romance digno de filme Hollywoodiano.

Encontro do Destino
Autora: Aline Sant'Ana
Editora: Charme
Páginas: 104
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quarta-feira, 5 de abril de 2017

Na Estante: 11 Noites Com Você


Eu estava maluca para ler esse livro, de verdade. A autora, além de ser minha amiga, sempre escreve coisas que eu amo e, como já tinha muita gente falando do Zane, personagem principal, eu estava pirando. Uns dois anos atrás, quando ela começou a escrever essa história, ajudei em algumas coisas (a parte de famosos da história, afinal, tretas hollywoodianas são comigo mesmo) e já sabia, por cima, como era a trama, mas precisava ler. Quando a encontrei, mês passado, ela me deu o livro de presente e foi puro amor (porque, além do livro, tinha uma dedicatória linda e... eu estou nos agradecimentos). Enfim, estamos falando de um livro com cinco lindas estrelas aqui, minha gente. Zane, que já havia me conquistado em 7 Dias Com Você, voltou com tudo. O que me lembra, esse livro faz parte da série Viajando com Rockstars, é o segundo, mas você não precisa ter lido o primeiro para entender a história, por mais que, se tiver lido, algumas coisas vão fazer mais sentido e ter mais graça. Ok, menos blá-blá-blá e mais ação.

Kizzie é uma empresária de famosos que trabalha duro, mas, mesmo assim, sempre está em segundo plano em seu emprego. Por conta de alguns contatos, ela acaba tendo a chance de agenciar uma das maiores bandas do momento, a The M's. O problema é que a banda está um verdadeiro caos. Os roqueiros estão sem uma equipe de segurança, sem programação de shows e, para completar, a vida pessoal deles é um prato cheio para a imprensa sensacionalista. Carter, o vocalista, desde que começou a namorar, sumiu de suas redes sociais e, de certa forma, se afastou um pouco dos fãs. Yan, o baterista, é maníaco por controle. E, o maior dos problemas em carne e osso, Zane, o guitarrista, tem uma fama de mulherengo, que é verdadeira, mas que está arruinando a imagem da banda. Kizzie teria um longo caminho para percorrer, afinal, além disso tudo, eles teriam que arrumar, em três meses, uma turnê pela Europa. Isso seria o básico para fazer qualquer um fugir, mas não, ela precisava do emprego e precisava mostrar para aqueles três que ela daria conta. Nem mesmo Zane, que estava certo que conquistaria e amedrontaria a mais nova empresária, poderia mudar isso.

"Nós éramos a receita secreta para um desastre." - Página 63

Para o guitarrista, nada podia ser sério demais. A vida precisava ser leve e, de preferencia, cheia de mulheres que só queriam a sua fama, afinal, assim seria mais fácil para ele largá-las depois. Sem sentimentos, obrigado. Ele sabia que era que ficaria doze dias e onze noites em turnê pela Europa com seus amigos, o que ele não imaginava, nem em seus piores pesadelos, era que a nova empresária estaria junto. Uma mulher independente, maravilhosa e que, para complicar tudo, parecia ser totalmente imune ao seu charme. O que parecia só um desafio logo se tornou a coisa que mudaria sua vida para sempre. Um sentimento que tenta ser evitado a todo custo logo toma conta dessa turnê, mas fantasmas do passado voltam para complicar ainda mais a vida dos dois e, até mesmo, da banda.

"Esse também era o nosso fim?" - Página 365

Zane cumpriu o prometido como personagem. Eu esperava me divertir horrores com o guitarrista e foi isso mesmo que aconteceu. O ego dele, que é maior que o mundo, faz todo o livro acontecer e, não podemos esquecer, é claro, de todo seu charme e sotaque britânico. Claro que, em alguns momentos, você tem vontade de socar ele, mas é como amor (haha). Kizzie me surpreendeu muito e de uma forma muito boa. É uma personagem fortíssima que te dá orgulho. Ela tem pensamentos marcantes e quando tem uma ideia, não tira da cabeça. Amei rever os outros personagens também e fiquei ainda mais curiosa para saber a história do Yan, integrante que falta da banda (o Carter é o principal do primeiro livro.

As tretas do passado foram muito bem boladas e amarradas, mas, lá pro final da história, começou a ficar um pouco enrolado e, até mesmo cansativo. Ok, isso durou muito pouco, mas não posso negar que queria a resolução de tudo logo. No geral, é um livro bem mais erótico que o primeiro da série e lotado de palavrões (né, Sr. Zane?), ou seja, definitivamente não é para menores. Mas é para quem ama histórias clichês, românticas e muito bem escritas. Ah, e para quem uma famosos também, tem amor de sobra. Só não esqueçam de uma coisa na hora de ler, o caramelo, é claro.

11 Noites Com Você
Autora: Aline Sant' Ana
Editora: Charme
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

segunda-feira, 13 de março de 2017

Na Estante: O Que Resta de Mim


Como expliquei nos últimos posts aqui do blog (e vídeo do canal), eu ainda não tinha lido nenhum livro esse ano. Para maiores explicações, é só dar uma olhadinha no último texto que postei aqui no blog, porque lá contei tudo direitinho. E foi aí que uma amiga minha (oi, Bru) comentou comigo que, finalmente, uma outra amiga dela ia lançar o livro que tinha escrito (que ela era beta reader). Ela já tinha me falado tanto daquela história que eu estava, de verdade, curiosa para conhecer todos os personagens. Afinal, estamos falando de um new adult de raiz totalmente clichê (bem escrito). Quer coisa melhor que isso? Só o fato de que a autora em questão me perguntou se eu gostaria de ler o livro para resenhá-lo e é claro que eu topei (tanto que estou aqui, rs). Vale comentar que o livro ganhou cinco lindas estrelinhas lá no meu skoob e que fez muito bem seu papel de meu primeiro livro do ano. Afinal, li toda a história (que é bem grandinha) em pouco menos de quatro horas (dignidade?). Ok, menos falação e mais resenha, eu sei.

Gabriela viu tudo que acreditava sendo destruído bem na sua frente quando era bem pequena. A pessoa que ela mais confiava havia se transformado em outra que só causava pânico e desconforto, enquanto isso, a segunda pessoa que ela mais confiava a deixava de lado e ignorava sinais berrantes de tudo que estava acontecendo. Ela era só uma criança, mas tanta coisa aconteceu que, no final das contas, tudo o que restou nela foi medo. Seu melhor amigo se mudou correndo de casa e ela precisou achar forças que nem sabia que tinha para seguir em frente. Por sorte, o destino havia preparado uma melhor amiga incrível, Milena, para ela. O tempo passou e a hora de ir para a faculdade havia chegado, Gabi mal conseguia esperar por isso, afinal, ela iria para outra cidade onde ninguém a conhecia, melhor, onde ninguém conhecia seu passado. O Rio seria sua nova casa e isso prometia muita coisa.

"Como posso ser forte por fora se estou quebrada por dentro?"

Guilherme não se lembra muito de seu passado, mas sabe que alguma coisa muito errada aconteceu. Ele cresceu como uma criança normal, sem traumas e medos, mas lá no fundo sabia que alguma coisa estava errada. De certa forma, isso influenciou muito em como ele era já mais velho. Já no terceiro ano da faculdade, não se apegava a ninguém e saia destruindo corações por onde passava. Não era por mal, ele sempre deixava claro o que queria, mas nem todas as garotas entendiam isso. E foi aí que Gui encontrou com a Gabi no primeiro dia de aula, uma menina misteriosa que precisava de ajuda para subir com as malas para seu mais novo dormitório. Os dois se atraem no momento em que trocam olhares, afinal, Gui percebe que naqueles olhos profundos alguma coisa o chamava e era mais forte que qualquer coisa que ele já tinha sentido. O problema era que Gabi sabia que ele era encrenca e, bom, ela já não tinha espaço para se quebrar ainda mais. Será que a razão por trás de tudo isso seria mais forte que todo o desejo? Passados que se cruzam e acabam sem resposta estão por trás de uma relação que pode mudar a vida dos dois. 

"Seus olhos são lindos, mas pareciam estar 
nadando em uma dor tão profunda (...)."

Esse livro define o que chamo de new adult de raiz, no maior estilo Abbi Glines, Jamie McGuire, Colleen Hoover e afins (só que com um tempero bem brasileiro). Gabi é uma personagem muito profunda e muito bem escrita. Lidar com traumas e com como isso afeta a vida de uma pessoa é algo muito complicado de se fazer, mas Thays conseguiu colocar tudo em sua personagem principal de forma que, quem está lendo, consegue sentir a dor e os medos junto com a protagonista. É maravilhoso acompanhar o crescimento da personagem, o que nos leva sempre a torcer muito por ela. Guilherme, ah, Guilherme. Ele é o certinho (fofinho) com fama de badboy. Um personagem leve que, na medida certa, cria um equilíbrio na história, uma vez que Gabi precisa desse ponto de apoio. Ok, está tudo lindo, mas precisamos falar também dos personagens secundários maravilhosos: Milena, Júlia (que é irmã do Gui), Lucas e Rafael. Todos são bem completos como personagens, mas todo meu amor vai para as meninas. Elas são demais e, de certa forma, me lembraram muito o meu jeito de ser. Muito do jeitinho da Júlia me fez lembrar coisas minhas, enquanto que a Milena chama as pessoas de chuchus (imagina se faço isso, imagina...).

De começo, o livro me lembrou muito o livro Um Caso Perdido, da Colleen Hoover. Inclusive, muito do que fui deduzindo da história foi por conta das similaridades. No final das contas, os temas são bem parecidos, mas as histórias são escritas de formas bem diferentes. A única coisa que me incomodou um pouco foi que, no começo, achei algumas descrições um pouco detalhadas demais, mas ou isso foi sumindo durante a história ou eu me acostumei (e ignorei porque estava ocupada demais aproveitando a leitura). Em resumo, é um livro perfeito para quem, assim como eu, ama de paixão livros clichês muito bem escritos. Lembrando que estamos falando de um NA e, por isso, não é recomendado para todas as idades. O livro está à venda lá na amazon e, para garantir o seu, é só vir aqui.

O Que Resta de Mim
Editora: Amazon
Autora: Thays M. de Lima
Páginas: 423
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

domingo, 12 de março de 2017

Eu Voltei! \o/


Ué, Izabela, nem sabia que você tinha ido para algum lugar para poder voltar, rs. Vamos com calma, prometo que vou explicar tudo. No caso, eu simplesmente voltei a ler (yay!). Não precisa nem pensar muito para perceber que desde o comecinho de Janeiro que não tínhamos mais resenhas aqui no blog, não é? Isso é porque desde dezembro eu não lia nada. Exatamente o que você leu, eu passei janeiro e fevereiro sem ler livros (música de drama ao fundo, por favor). No começo isso me deixou bem mal, mas fui me acostumando com a ideia, afinal, estava prático. O que aconteceu foi que, desde (mais ou menos) outubro do ano passado eu estava ficando com preguiça de ler, porque era tudo uma grande obrigação e, vocês sabem, quando leitura deixa de ser por prazer fica péssima. Ter parcerias foi uma das melhores coisas que já me aconteceu, mas perdê-las (como comentei aqui) foi, provavelmente, uma das melhores coisas também.

Vamos por parte, ok? Como já tentei deixar claro mil vezes, eu sou muito grata a todas as editoras que já confiaram em meu trabalho, mas nos últimos tempos eu não estava rendendo e aproveitando essa chance como deveria. Desde que me formei na faculdade, uns oito meses atrás, comecei a trabalhar de verdade (eu já trabalhava, mas bem menos). E, gente, essa história de ser adulta gasta muita energia. As responsabilidades são bem mais reais e, por mais que eu tenha saído de casa para estudar aos 17 anos, só agora eu realmente sinto que virei adulta mesmo. E aí, dando aulas nos três turnos do dia (manhã, tarde e noite) eu me desanimava ao ler só para resenhar. Queria reler livros (oi, releitura de Harry Potter) e, mais que isso, queria ler sem pensar na data de entrega da resenha. Estava muito automático. Eu lia livros maravilhosos e tinha a honra de recebê-los em casa, mas não estava mais aproveitando isso.

Eu já estava pensando em não ter parcerias esse ano, mas quando aconteceu foi um grande choque e, por algumas semanas, isso me desanimou ainda mais. Precisei ver os recados maravilhosos que todos vocês me mandaram para perceber que, no final das contas, essa era a chance que eu estava esperando para voltar o Brincando de Escritora para o modo raiz (haha). Vou voltar a escolher minhas leituras pelo que eu estiver sentindo no momento e não vou mais me sentir culpada se tiver vontade de largar a leitura e trocar por outra. Afinal, as datas de resenha agora não são mais algo obrigatório. Antigamente eu tinha uma regra, o livro tinha quatro capítulos para me conquistar, caso contrário, a fila andava. Quem sabe isso volte. Era tão mais leve.

No final das contas, esse texto é só um acompanhamento para o vídeo de hoje, em que comentei tudo isso também. Mas vocês sabem, me sinto muito melhor quando coloco as minhas ideias em palavras escritas. Então, aqui está. O vídeo em questão é esse aqui e já está lá no canal.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Na Estante: O Garoto do Cachecol Vermelho


Sim, eu estava sumida, mas eu voltei! Por conta do vlogmas, que teve vídeo praticamente dezembro inteiro, eu tive que deixar as resenhas um pouco de lado. Afinal, sou só uma e, enquanto gravava e editava aquilo tudo de vídeos, ainda estava trabalhando (sou teacher, rs). Esse livro foi uma loucura, porque comecei a ler no começo de dezembro e só fui terminar no final do mês, mas não porque ele é ruim ou algo assim, foi por conta do tempo mesmo. E aí, é com isso que, temos nossa primeira resenha do ano. O livro recebeu quatro estrelas e eu juro que vou explicar meus motivos, afinal, sei que muita gente amou e favoritou essa história. Já posso adiantar que quando têm balé no meio fico trinta vezes mais chata com a leitura, isso não é novidade por aqui. Ok, menos blá-blá-blá e mais resenha. Será que ainda lembro como resenhar? rs

Melissa é uma bailarina com sonhos grandes e que não mede esforços para conseguir o que quer, o que, normalmente, é bem fácil, uma vez que sua mãe é muito rica. Mimada, arrogante e metida, são alguns dos adjetivos que sempre a descreveram. Sua vida seguia como o planejado, até que um dia ela esbarrou em um garoto, com um cachecol vermelho, e tudo mudou de uma forma completamente estranha. Ele não se importava com as patadas que levava de Melissa, ele, na verdade, parecia se divertir com os dramas dela, mas não de uma forma ruim. E é no meio dessa bagunça que ele cria uma aposta para ela, algo que mudaria tudo que ela conhece e acredita. Algo que, assim como o menino, viraria sua vida de cabeça para baixo.

"Prometo que vai valer a pena." - Página 82

Aos poucos, Melissa vai vendo que a vida sempre tem mais de um caminho para seguir. Escolhas precisam ser tomadas e ela logo precisa colocar muitas coisas em uma balança, inclusive, o que ela acreditava ser seu grande sonho. A cada dia que passava o garoto misterioso a conquistava mais e mais e ela precisava conhecê-lo melhor, entender melhor... Ela precisava. Entre ensaios, dramas, testes e, claro, incertezas, Melissa descobre um mundo novo a sua volta, o que ela não podia imaginar é que nada é justo e perfeito, nem no mundo novo.

"Eu sou um monstro. Um monstro sem coração." - Página 238 

Daniel é um personagem maravilhoso. Não tenho muito para falar dele, só que ele foi muito bem escrito e que, de primeira, é a única coisa que me fez ter vontade de ler o livro. E é bem aí que entra Melissa. Pensa numa expectativa alta. Agora triplica. É o meu nome favorito (é, inclusive, o nome da minha personagem principal em Um Presente de Natal), ela é bailarina (fui bailarina por quinze anos) e o livro é um new adult. Melissa é uma personagem insuportável e, por mais que a personagem cresça muito na história, peguei tanta raiva dela no começo que foi muito difícil ir com a cara dela depois. Ela passa por muita coisa e, em partes, fui entendendo alguns de seus dramas, mas aí eu lembrava de quão insuportável ela era e esquecia as coisas boas. Isso foi um dos pontos que me fez tirar uma estrela do livro.

O segundo ponto é, basicamente, chatice aguda da minha pessoa mesmo. Como disse ali em cima, fui bailarina por muito tempo e, por isso, sou muito crítica com livros que abordam o assunto. Sempre que o tema é esse eu acabo me prendendo demais aos detalhes, afinal, já vivi e muito tais detalhes (fui bailarina por bem mais da metade da minha vida e só parei por problemas no joelho). Vamos lá, eu não aguento mais clichês sobre bailarinas. Claro, companhias de danças são um clichê universal e é algo real, mas bailarinas não são sempre a mesma coisa. De resto, são detalhes técnicos que, como disse, sou chata. 

O livro é muito bem escrito e a autora, por mais que tenha sido bem clichê em algumas coisas, criou uma história bem original e verdadeiramente tocante. É um livro emocionante que te faz pensar sobre muitas coisas. Vi que muita gente chorou, mas acho que eu estava quebrada quando li, porque não chorei (e sou a pessoa que chora com propagandas de refrigerante). Indico para quem gosta de histórias que tocam bem lá no fundo e de personagens marcantes. Ah, se prepare para querer socar a personagem principal algumas muitas vezes.

O Garoto do Cachecol Vermelho
Autora: Ana Beatriz Brandão
Editora: Verus
Páginas: 291
Skoob do Livro.
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domingo, 6 de novembro de 2016

Na Estante: Caindo na Real


Pensa num livro que eu estava maluca para ler. Esta aí. Quem acompanha o canal do blog já sabe que sou maluca pela série Segredos da Minha Vida em Hollywood, da autora Jen Calonita. Sou apaixonada por tretas hollywoodianas e ela escreve isso com maestria. Exatamente por isso, fiquei doida quando vi esse livro novo dela por aqui no Brasil. Sabia que viria mais loucuras do por dentro das câmeras e estava contando os segundos para ler tudinho. E valeu cada segundo da espera e da leitura. Mais uma vez, a autora me conquistou e conseguiu mostrar de um jeito leve e até mesmo divertido tudo que acontece entre os famosos e, até mesmo, os que querem ser famosos. Por isso o livro ganhou cinco lindas estrelas no skoob. Yay. Quer conhecer melhor a história? Só continuar lendo a resenha.

Todos nós já paramos para pensar, em algum momento da vida, poxa, minha vida e a dos meus amigos daria uma ótima série. Ok, Charlie nunca tinha pensado isso, mas a vida estava pensando bem diferente dela. Uma menina normal, que estudava todos os dias em um colégio ainda mais normal e trabalhava e um café para juntar o dinheiro da faculdade. O que ela não imaginava, era que sua mais nova fiel cliente do café, Susan, era na verdade de uma TV e estava atrás de novas estrelas teens para um reality tipo o das Kardashians. Ela havia ouvido Charlie cantando pelo café, falando sobre o que sentia pelo colega de escola e contando todas as loucuras que fazia com suas amigas e, exatamente por isso, acreditava que ela era perfeita para a série que queria lançar. Ela só precisava que suas amigas topassem e, claro, que os pais deixassem e, numa passe de mágica, seria a nova estrela de reality da TV americana.

"Como nos tornamos as garotas ideias para 
um reality show (...)?" - Página 49

O dinheiro seria perfeito para pagar a faculdade, mas ela perderia sua privacidade e, pior, poderia acabar perdendo as amigas também, afinal, a TV gosta é de barraco, não de amor e amizade verdadeira. O dinheiro pesa na escolha e é assim que logo as câmeras começam a seguí-la por onde vai. A vida de reality não tem muito de realidade e ela vai logo percebendo isso da pior maneira possível. Os dramas e intrigas começam a pesar e Charlie precisa pensar numa maneira inteligente de lidar com todo o drama real que sua vida virou.

Já disse que amo tretas estilo hollywood? Amo! Adoro ver esse lado por trás das câmeras e todo o drama real das celebridades e sub-celebridades, rs. Adorei conhecer a Charlie e as amigas dela e amei ainda mais ver o por trás do reality delas. Cada amiga também tem uma personalidade muito bem escrita e adorei acompanhar o crescimento delas como personagens na história, sem esquecer, é claro. de Zac, o crush da personagem principal que tem um humor delicioso de ler. Mil ponto para a criação dos personagens desse livro.

Um young adult delícia que mostra que nem tudo é como parece e que, principalmente, as vidas perfeitas que vemos na TV são tudo, menos perfeitas. Uma escrita gostosa e completamente devorável que te deixa querendo mais e ainda imaginando o que mais aconteceu quando a história acaba. Já era fã da autora e agora fiquei ainda mais. Indico e muito!

Caindo na Real
Autora: Jen Calonita
Editora: Galera Record
Páginas: 
Skoob do Livro.
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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Na Estante: Boa Noite


Eu estava bem curiosa para ler esse livro. A Pam foi uma das primeiras blogueiras literárias que comecei a acompanhar e fiquei bem animada quando descobri que ela lançaria um livro. A animação só cresceu quando fui acompanhando os vídeos dela enquanto escrevia, afinal, estamos falando de um new adult que se passa no nosso querido Brasil. Fiquei ainda ais ansiosa para saber como seria, quais 'marcas' de NA teria e tudo mais. Adorei que ele se passa bem no meio de uma faculdade bem a nossa cara mesmo, mas fiquei um pouco surpresa com a falta de realidade de alguns detalhes. Como acabei de me formar numa faculdade e, para completar, morei numa cidade muito universitária, fiquei boba de ver que muitas das coisas citadas estão mais para American Pie do que faculdades brasileiras, mas é a vida e, de forma geral gostei. O livro ganhou quatro estrelas e, como sempre, vou explicar todos os motivos. O começo achei bem lento e eu não estava vendo um foco na história, mas depois fui me acostumando. Menos blá-blá-blá e mais resenha, ok.

Alina sempre foi a nerd da sala e nunca fez nada fora do normal. Sua família sempre esteve presente em tudo e assim que teve a chance de deixar tudo para trás ela fez sem pensar duas vezes, Faculdade. O lugar em que você pode voltar para a estaca zero e ser quem você sempre quis ser. Ninguém de conhece, os lugares são novos, as experiências são novas e tudo parece diferente. E é assim que Alina começa a nova fase da vida. Tudo começa com a sua mudança para a República das Loucuras, onde ela já faz novos amigos de cara, afinal, dividir casa não é nada fácil, mas com as pessoas certas pode ser completamente divertido e único.

Por fazer engenharia, ela logo sofre muito por ser mulher. Os professores a tratam diferente e como se ela não soubesse nem somar dois com dois. Os colegas de sala fazem questão de diminuí-la e, para completar, nem tudo é tão fácil como parece. As festas universitárias são tão históricas quanto as lendas, mas também são recheadas de bebidas e pegação, coisa que não existia em seu mundo e, de certa forma, parece assustador e ousado demais para tudo que ela já viveu. Mas, espera, essa é a faculdade. A nova estaca zero. Hora da Alina 2.0 entrar em ação e mostrar que de bobinha do interior ela não tem nada. 

"De uma garota que ninguém se preocupava para alguém que está 
em uma lista anônima com conotação sexual." - Página 144

O livro aborda temas importantes e são partes verdadeiras das vidas universitárias. A forma como tudo foi colocado ficou bem legal e, até mesmo, didático, mas sem ficar chato e repetitivo. Era necessário um livro citar e mostrar tudo o que ele mostra. Por mais que algumas das coisas sejam exageradas, continuam sendo verdadeira e, de certa forma, o exagero choca e prende ainda mais a atenção, ou seja, para quem vai entrar na faculdade e lê o livro fica de aviso, mas sem parecer aula chata,

Gostei mais dos personagens secundários do que os principais, mas isso não é a primeira vez que acontece, A culpa é toda da Manu, a amiga doidinha da personagem principal que fala o que pensa quando quer e como quer. Ela deixou o livro bem leve, mesmo nos assuntos mais delicados. A escrita me deixou meio bléh no começo, mas, como comentei no começo, foi porque não parecia ter foco. As primeiras cem páginas mais pareciam um diário de primeiros dias na faculdade do que outra coisa, não tinha algo acontecendo (por isso perdeu uma estrela). Aí depois aconteceu tudo de uma vez só também (haha). De forma geral gostei e indico, principalmente para quem vai se aventurar pelos corredores de uma faculdade pela primeira vez.

Boa Noite
Autora: Pam Gonçalves
Editora: Galera Record
Páginas: 237
Skoob do Livro.
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quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Na Estante: A Garota do Calendário - Março


Aos poucos estou me apaixonando por essa série. Me apeguei a Mia e todo o drama da vida dela. Tudo que ela passa com o pai, a irmã e, claro, os clientes é algo fora de série e, não podemos negar, muito bem pensado e escrito, afinal, poderia ser uma grande loucura sem noção, mas é algo gostoso de acompanhar. Esse foi o primeiro livro da série, dos que li até então, que me prendeu desde o comecinho. Ele é bem mais leve nas primeiras páginas, pois não começa logo com um cliente novo, e, na realidade, o livro todo é diferente e gostei disso. Não era algo esperado e isso me agradou. Se você está perdido da silva, calma, as outras resenhas sobre a série estão aqui. Estamos falando de uma continuação e, por isso, pode considerar uma coisa ou outra aqui como spoiler, cuidado!

Mia segue em sua jornada como garota do calendário para conseguir o dinheiro da dívida que o pai criou em Vegas. Ela sabia que não seria nada fácil, mas já tinha sobrevivido os dois primeiros meses, o terceiro só a deixaria um passo mais perto de acabar com tudo, ou melhor, esse era o jeito positivo de pensar em tudo. Assim que chega para seu terceiro cliente, Mia percebe que não vai ser um mês muito normal. Tony é um empresário famoso ligado à um restaurante ainda mais famoso e muito tradicional de comida italiana. O detalhe que muda tudo? Ele é gay e tem uma relação de anos com seu melhor amigo e advogado da empresa. O problema é que a família não aceitaria isso de forma alguma, afinal, ele é o único homem da família e precisa de uma esposa para gerar herdeiros com o sobrenome da empresa (fala sério). 

"- Não é o que parece. (...)
- Que vocês contrataram a Mia por um mês para tirar a mamma 
do pé do Tony, para que vocês dois possam seguir a vida?
- Certo, é exatamente o que parece."
Páginas 68 e 69

É aí que entra nossa já conhecida garota do calendário. Ela seria a noiva de mentirinha de Tony, para acalmar um pouco a família e fazer pose em alguns eventos. Tudo parecia simples demais, mas será mesmo que seria assim tão fácil enganar uma família inteira? Para completar o drama, a presença dela na casa começa a gerar sentimentos de ciúmes no namorado verdadeiro do cliente, que é um amor de pessoas, mas sofre por ter que se esconder da realidade. Para completar o drama italiano, a mãe de Tony fica tão feliz de conhecer Mia que quer que os dois se casem para ontem. Isso tudo em um mês... Enquanto isso, além de lidar com toda essa loucura, Mia ainda tem que aguentar a saudade de Wes, seu primeiro cliente, e colocar na balança toda a loucura que está vivendo.

Adorei o verdadeira casal principal do livro, Tony e Hector, por mais que, claro, o foco ainda tenha sido os dramas de Mia, Acho que isso foi o que mais gostei do livro, ele ficou leve na questão clientes, o que foi bom para o leitor (eu!) e para a personagem colocar as ideias no lugar. Achei que seria uma loucura de personagens ridiculamente lindos e deixando ela (e nós) loucos. Mas não é bem assim. Ainda bem, seria um tédio depois de doze livros, rs. Os livros, até então, trazem mensagens diferentes e marcantes. Cada cliente deixa uma marca na vida de Mia e na de quem está lendo. É um experiência maluca que estou amando acompanhar, Esse foi o primeiro, até então, que ganhou cinco estrelas. 

A Garota do Calendário - Março
Autora: Audrey Carlan
Editora: Verus
Páginas: 140
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Na Estante: George


Sou professora e tenho turmas com alunos a partir de seis anos. Se tem algo que eu sei bem é que tudo ainda é muito bem divido. No dia que usei minha caneta rosa no quadro, para escrever algumas respostas, os meninos reclamaram. No dia em que o exercício pedia para os alunos (de forma geral) se colocarem no lugar de uma personagem (menina) muitos ficaram de cara feia e falaram o que tinham que falar bem rápido, um, inclusive, se recusou a falar. Afinal, o que é de menino é azul e é só de menino. O que é de menina é rosa e é só de menina. Espera aí. Estamos em 2016. Que palhaçada é essa? Cores dividindo pessoas? Uma fala de um livro não podendo ser lida porque era uma personagem menina? Sim, tudo isso ainda existe nas salas de aula e exatamente por isso (e por muitos outros motivos, passando por família, escola e afins) falar de gênero ainda é algo tão complicado. Eu mesma sei muito pouco sobre. Tive um professor de pilates maravilhoso (e com uma alma fantástica) que me ensinou muito, mesmo que sem querer. Atualmente ele luta pelo que acredita e cada dia me sinto mais orgulhosa de conhecê-lo. A outra parte do pouco que sei aprendi com a maravilhosa Mandy Candy, que é uma youtuber trans que fala muito sobre tudo que ela sentia e ainda sente. Me fez ver muitas coisas com outros olhos e rever muitos dos meus pensamentos. E aí agora tenho a George. Que me fez pensar ainda mais sobre tudo um pouco. Principalmente, sobre como é sim importante a conversa sobre gênero existir. E mais que isso, a conversa sobre respeito, que muitas vezes falta em casa. Um livro leve, delicado e direto. Um livro que ensina, que toca e encanta. Um livro que recebeu cinco lindas estrelas no skoob e que indico para todos, todos mesmo.

George é uma menina que nasceu em um corpo de menino. Ela sempre soube que algo não estava certo ali. Ela se olhava no espelho e via Melissa. Uma menina doida para viver, mas que estava presa atrás do menino que tinha que aparecer para todo mundo. Uma menina que pegava revistas de moda e dicas femininas escondida de tudo e de todos só para se sentir mais ela mesma. Uma menina que passava mal toda vez que precisava escolher o banheiro que ia usar, o masculino, é claro. Uma menina que, mesmo nisso tudo, via uma luz no fim do túnel. Uma luz fantástica e literária. Uma personagem de um livro que a turma iria encenar. George queria ser a aranha, mesma sabendo que para todos ele era um menino, e a personagem, menina.

"Ela deseja poder ser outra pessoa." - Página 13

Ninguém aceita essa ideia, a não ser Kelly, a melhor amiga de George. Uma menina doce que vê a amiga como ela é de verdade sem se perguntar detalhes e criar problemas. E é aí que as duas começam a bolar um plano para que George pudesse aparecer na peça com a aranha Charlotte. Seria o único jeito de mostrar para todos, de verdade, que ela podia ser a menina, porque simplesmente era uma menina. Não era uma missão fácil, mas era o sonho de uma vida. Valeria a pena.

"Eu já falei para você. Sou menina." - Página 115

George, ou melhor, Melissa, é uma criança encantadora. As dúvidas que ela precisa passar, por outro lado, são cruéis e nos fazem repensar muitas coisas. Não é algo que alguém escolhe, como alguns dizem. É como cada um nasce e se sente. A gente não muda o que é, a gente apenas vive. Amei ainda mais Kelly que viu tudo com a naturalidade (certa) de uma criança que, acima de tudo, amava muito a melhor amiga e estava muito feliz por ter uma amiga (que ela achava antes que era amigo). Um livro feito para tocar bem lá no fundo e colocar aquela pulga atrás da orelha de muita gente. É sim um assunto é ser conversado. É sim algo verdadeiro e que muitas pessoas sentem. O que me lembra que eu percebi que ia amar o livro logo na dedicatória dele ("Para você, pelos momentos em que você se sentiu diferente"). Indico, como disse antes, para todos. É uma leitura que devia ser obrigatória, pela leveza da escrita e a seriedade do assunto. Ah, e desculpa, de forma geral, se falei alguma coisa de forma errada na resenha, como disse, ainda tenho muito o que aprender.

George
Autor: Alex Gino
Editora:Galera Junior
Páginas: 144
Skoob do Livro.
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