sábado, 30 de setembro de 2017

Na Estante: Geekerela


Essa é uma leitura obrigatória para todas as pessoas que, em algum momento da vida, já foram fãs de verdade de alguma coisa. Dito isso, posso continuar minha resenha em paz. Eu não tinha ido muito com a cara desse livro de começo, como quase sempre, rs. Eu estava no shopping com a minha mãe e, quando entramos na livraria, ele estava lá, de boa. Dei uma olhada por cima, mas segui com a vida, afinal, estava caro e nem parecia assim tão legal. Sério, quantas mil histórias em forma de livros e filmes nós já vimos copiando a história clássica da Cinderela? Algumas funcionam muito bem, enquanto que outras conseguem falhar muito bem. Não quis arriscar. Logo vi minha mãe com ele nas mãos enquanto andava entre os livros e fui falar com ela. Guardei bem a frase, porque não esperava mesmo ouvi-la: "Faz tempo que você não compra um livro ou pede um, vou te dar esse de presente". Ok. Realmente, eu estava afastada da leitura desde que perdi as parcerias do blog, por mais que deteste admitir isso em voz alta (ou num post do blog, rs). Voltei com o livro para casa e ele ficou na minha mesa esperando. Não consegui colocá-lo na estante, eu queria ler, só não sabia quando. Até que, semana passada, comecei a leitura. De começo, foi devagar quase parando, mas não era culpa do livro, não mesmo, era culpa da minha vida de adulta sem tempo (bleh). Li um terço do livro entre intervalos de aulas e correções de tarefas. Tentei ler antes de dormir, mas o sono era mais forte que qualquer vontade. Até que, hoje, resolvi ser inútil e, cara, eu faço isso muito bem. Ignorei um pouco o mundo e minha obrigações como adulta (bleh) para ler e foi a melhor escolha que podia ter feito. Li o que faltava do livro, uns dois terços, de uma vez só e sem conseguir parar. Vocês me conhecem, vou contar melhor sobre o livro e tudo que achei sobre, mas antes posso contar que ele ganhou cinco lindas estrelas no skoob e um coração de favorito. Uma história cativante que toca fundo no coração de quem já participou de algum fã clube da vida e, principalmente, para quem é da época hard core das fanfics (oi!). Sério, esse livro tocou fundo no meu coração e me lembrou que é por livros assim que eu amo ler.

Elle cresceu em um mundo de fantasia criado pelo seu pai. Os dois era muito fãs de uma série de TV que tinha marcado toda uma geração, a Starfield. Eles se entendiam como ninguém e eram inseparáveis desde que a mãe dela havia falecido muito jovem. Tudo seguia perfeito na vida deles, pelo menos até ele arranjar uma namorada que ia contra tudo que os dois tanto acreditavam e, de brinde, a família ainda lucrou as irmãs gêmeas da namorada que logo virou madrasta (com ênfase no má). Depois de um trágico acidente de carro, Elle virou órfã de vez e viu todo o seu mundo mágico de fantasia sendo destruído. Sua madrasta fez questão de jogar tudo que lembra-se seus pais foram e tornavam sua vida um verdadeiro inferno. Elle cresceu sem amor, mas com uma lembrança muito forte que a fantasia e a magia de ser fã podia mudar muita coisa no mundo, ainda mais porque seu pai, enquanto ainda era vivo, havia criado junto com alguns amigos uma grande convenção de fãs que até hoje era uma das mais cheias e famosas. Não podia piorar, ou melhor, sempre pode. 

"(...) não sou uma princesa. E este é o universo impossível, 
onde nunca acontece nada de bom." - Página 136

Darien Freeman era o novo queridinho da América. Fazia prte de uma série de TV adolescente que arrancava suspiros gerais e arrastava fãs por onde passava. E, para completar o pacote de galã ele agora seria o personagem principal da adaptação cinematográfica de uma série muito famosa, Starfield. O problema? Ninguém acreditava que ele era bom para o papel. Nenhum dos fãs fies da série conseguia acreditar que aquele rostinho bonito conseguiria dar vida ao querido Carmindor. O que ninguém sonhava, era que Darien era fã da série, mais fã do que muitos que o criticavam, mas ele não podia contar isso. Afinal, segundo seu pai e também empresário, que se derreteria de amores por um geek. E é aí que, numa tentativa de ser um pouco normal e fugir de toda a atenção negativa que estava recebendo, tenta entrar em contato com quem organiza a maior convenção geek que ele conhecia. Só tinha um problema, o cara já tinha falecido e o celular dele agora estava com sua filha, Elle. Os dois começam a trocar mensagens, um sem saber direito quem é o outro, e acabam se ajudando muito também. Elle precisava de forças para conseguir fugir das garras de sua madrasta e Darien precisava de forças para acreditar que era capaz de dar vida ao seu personagem preferido. O resto vocês já sabem, uma carruagem de abobora vegana em forma de food truck e um horário fixo para chegar em casa. Ah! Não podemos esquecer do sapatinho de pó de estrelas, quer dizer, de cristal.

"Vou fazer o que o Carmindor deveria ter feito no 
último episódio de Starfield. 
Vou atrás da garota." - Páginas 338

Eu dei tantos gritos de alegria e empolgação enquanto lia esse livro que meus vizinhos, provavelmente, acabaram de confirmar a teoria do prédio de que eu sou louca. O livro é fantástico, não só por ter feito uma adaptação muito legal do clássico conto de fadas, mas por ter mil e uma citações de coisas do mundo geek. Até meu querido e amado musical Wicked foi citado nessa brincadeira, sente minha emoção. Sério, é divertido demais ver essa história tão conhecida em um mundo que parece tão real e próximo do que vivemos (como fãs). Sem esquecer que as adaptações foram geniais (tipo quando eu entendi quem eram os ratinhos amigos nessa história). Os personagens são divertidos e, de verdade, estou até com saudade deles.

Darien é um personagem muito fanfic de tretas hollywoodianas e eu amo isso com todas as forças. Eu me diverti com o jeito fofo que o personagem se desenvolve e torci muito por ele. Elle é divertida e trapalhada na medida certa para não virar um clichê desastroso. Não podemos esquecer da amiga doidinha da personagem principal, a Hera. Uma fada madrinha atual que foi aparecendo aos poucos na história mais, muitas vezes, roubou a cena. Sério, se em algum momento você já foi fã de algumas coisa, já leu fanfics ou já as escreveu, se já fez parte de um fandom esse livro é uma leitura gostosa e obrigatória para você. vale comentar também que a diagramação do livro é linda que eu, por dentro, ele tem uns detalhes fantásticos (amo livros com detalhes ou desenhos por dentro da capa). Enfim, leiam.

Ah, aqui vai uma curiosidade meio inútil, mas eu já tinha lido um livro da autora e resenhado também, uns três anos atrás. Para quem quiser, foi The Sound of Us e a resenha está aqui. Percebi isso tudo porque estava jurando que já tinha visto o nome da autora em algum lugar, rs.

Geekerela
Autora: Ashley Poston
Páginas: 377
Editora: Intrínseca
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Na Estante: Quando a Noite Cai


Sabe aquele livro que era muito esperado? Então. Esse foi um livro assim. Já tem um bom tempo que acompanho a carreira da autora Carina Rissi e sou fã de tudo que ela escreve (provavelmente até a lista de compras). Assim como também já tem um tempo bom que ela comenta sobre um livro que ela queria muito lançar que se passava na Irlanda. Era tanta curiosidade que nem cabia em mim. Foi aí que, ano passado, eu participei de uma Bienal (em Juiz de Fora, tem vídeos lá no canal) e tive a honra de estar lá como imprensa, até hoje não acredito na sorte que tive. Foi exatamente por isso que, nessa loucura toda, acabei entrevistando a Carina (ahhhhhhhh). E adivinha sobre o que ela falou? Exatamente. O bendito do Irlandês e o seu livro, que, na época, nem nome tinha. Quem quiser ver esse momento lindo é só clicar aqui. Ok, menos blá-blá-blá e mais resenha, eu sei. Mas é que eu precisava me explicar. Ah, para completar, o meu livro é um presente (obrigada, mãe) e veio autografado, sei lá, achei digno comentar isso (haha). Foco, Izabela. Ok. Eu enrolei muito para ler o livro. Oi? Como assim? Você espera um livro mais de um ano para depois enrolar a leitura dele? Sim! E é por isso que precisei fazer toda essa explicação aí de cima. Viu? Fez sentindo. Eu estava com medo, afinal, havia esperado muito pela história e não queria quebrar minha cara. Não quebrei. E li em um começo de madrugada. Direto. Sem parar. Uau. Pensa num livro devorável que, por mais que seja bem clichê, te deixa preso do início ao fim. Cinco lindas estrelinhas e um coração de favorito. Agora posso contar um pouco do livro e o que achei sobre ele. 

Briana é um imã de desastres. Se alguma coisa pode dar errado, vai ser com ela. Para piorar, não consegue ficar mais de quatro dias em um emprego e precisa muito do dinheiro, afinal, a pensão de sua família está falindo e eles podem perder tudo a qualquer momento. Sua irmã, a doidinha Aisla, entre uma prova e outra da faculdade ficava por conta de achar vagas de emprego e brincar de estilista da irmã. Enquanto que a mãe das duas tentava manter a casa e o negócio delas de pé. Tudo estava dando mais errado que o comum e, para complicar ainda mais a vida de Briana, ela vivia tendo sonhos estranhos sobre lugares que nunca nem tinha visitado. Toda noite, desde o seu aniversário de dezoito anos, ela sonhava ser uma princesa irlandesa, Ciara, que estava fugindo de um grande mal, mas que era salva por um grande guerreiro, Lorcan. Ela sonhava como se estivesse acompanhando uma série que sempre reprisava, mas sempre perdia o último capítulo. Sonhava tanto a ponto de se apaixonar pelo guerreiro irlandês. Já era difícil demais viver a realidade, parecia mais simples tentar se aproveitar dos sonhos.

"(...) eu estava desempregada, prestes a ver minha
 família ser jogada na rua e 
apaixonada por uma fantasia. Argh."
Página 21

E é aí que tudo vira de cabeça para baixo na vida dela quando, depois de perder mais um emprego, ela é quase atropelada por um caro muito charmoso. Só isso já seria uma grande loucura, mas a grande surpresa para Briana foi dar de cara com o guerreiro de seus sonhos ao olhar para o motorista charmoso. Era Lorcan, parado ali na frente dela. Claro, ele não estava com roupas medievais e, muito menos, estavam na Irlanda, mas era ele. Ela tinha certeza, afinal, sonhava com ele toda noite. Só que não, não era seu guerreiro, era só o dono da empresa que ela quase destruiu, sem querer, é claro, ao tentar uma vaga de emprego. Gael era um milionário irlandês que tinha muita sorte no trabalho e na vida, exatamente o oposto de Briana. Espera, ele era Irlandês? Isso só podia ser uma palhaçada do destino. Depois do quase atropelamento, Gael se sente culpado e acaba contratando Briana para trabalhar na empresa. Era o que ela precisava, o dinheiro da hipoteca da pensão. O mais difícil não seria o trabalho, mas sim não destruir nada no escritório e, de uma vez por todas, entender que seus sonhos eram apenas sonhos e não podia misturá-los com a realidade. Mas será mesmo? Seria impossível não se apaixonar pela versão de carne e osso do amor de seus sonhos e, para completar, tudo que Briana sempre sonhava estava começando a parecer sua realidade. Nada fazia sentido, mas ela logo descobriria que todo o conto de fadas podia ser real, ou quase isso, e que tudo estava em risco, até mesmo todo o azar que ela sempre teve.

"Enquanto Ciara continuava amando Lorcan a cada vez 
que a noite caía, eu fui me apaixonando 
por Gael a cada vez que o sol nascia."
Página 427

Cara. Tipo assim, cara! Carina se superou num grau que não sei nem explicar, sério. O livro é fantástico, ponto. Rico em detalhes de forma que você realmente se vê na Irlanda medieval enquanto que também se vê na vida dos personagens. Uma história emocionante, clichê na medida certa e com piadas leves e muito inteligentes (inclusive, algumas que rementem à outros livros da autora). Temos lendas, emoção e muito amor em forma de livro. Valeu a espera e até mesmo a enrolação para ler. Afinal, se tivesse lido antes, teria lido picado por falta de tempo e, ontem, consegui ler tudo de uma vez só. A parte clichê que citei, é porque é muito previsível todo o desenrolar da história, mas é isso que torna ela tão devorável. Eu juro. Além do que, mesmo já sabendo e imaginando o final eu perdi o ar muitas vezes durante a leitura. O livro também mistura os sonhos da personagem principal com a realidade que ela está vivendo, no começo, eu não tinha gostado disso, mas aos poucos vi como aquilo seria importante para história e logo me apeguei aos sonhos também.

Gael é um personagem maravilhoso, ele lembra muito outra cria da autora, o cavalheiro Ian Clarke e, só com isso, já dá para imaginar o quão maravilhoso ele é. Eu simplesmente amei a Briana e me diverti demais com toda a falta de sorte dela (que no final das contas tem todo um motivo para existir). Amei também os personagens secundários que, mesmo aparecendo pouco, roubam a cena e fazem sentindo na história. Um ponto para a senhora Lola, a única moradora da pensão que roubava a cena quando aparecia. Enfim, se você gosta de emoção, romance, história e lendas medievais e muitas risadas e suspiros durante uma leitura, esse livro é uma leitura obrigatória para você. É de se apaixonar pelos personagens, pelos lugares e por cada coisinha ali descrita. Sou suspeita para falar dos livros da autora, mas esse realmente merece um destaque.

Quando a Noite Cai
Autora: Carina Rissi
Editora: Verus
Páginas: 448
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

domingo, 10 de setembro de 2017

Na Estante: Entre o Último e o Primeiro Dia


Olha quem está de volta! Sim! As resenhas aqui do blog, afinal, euzinha nunca saí daqui, não é mesmo (vide os vídeos do canal, hehe)? E elas não só voltaram, como voltaram com tudo! Hoje vamos falar de um conto que foi escrito por uma das minhas autoras favoritas (quando o assunto é livros nacionais) e faz parte de uma série que amo muito. A autora em questão é a Bianca Briones e a série é a Batidas Perdidas. Se vocês ainda não leu a série pode achar algum spoiler por aqui, mas pode ficar tranquilo quanto o conto, afinal, ele foi escrito para não ter spoilers do resto da série, o que na minha opinião tirou metade da graça dele, mas vamos por partes. Eu li muito rápido, afinal, são poucas páginas, mas isso é normal para mim. Deitei para ler enquanto meu cabelo secava e, quando terminei, meu cabelo ainda estava pingando (haha). O conto ganhou quatro estrelas e sim, até eu estou chocada com isso. Afinal, faz parte de uma série que amo e foi escrito pela Bianca e blá-blá-blá! Eu sei. Eu sei. Mas, como já disse, vamos por partes. 

Nesse contos revemos todos os personagens dos livros já lançados da série, mas quem fica por conta da narrativa é a Vivi e o Rafa (casal do primeiro livro, As Batidas Perdidas do Coração). Festas de final de ano sempre reúnem todos da família e agregados. O natal já tinha passado e tudo estava relativamente bem no núcleo familiar dos Villa e Albuquerque (e cia). Faltava apenas o ano novo e é aí que a bagunça começa. Ninguém sabe ao certo onde vai ser a comemoração, quem vai, quem não vai e todo o drama relacionado a isso. É aí que Vivi e Rafa começam a organizar tudo e decidem muita coisa no lugar de todo mundo. A festa seria na casa de praia da família e todos teriam que ir, sem desculpas e muito menos sem draminhas. A piada era boa, afinal, o que mais sabem fazer nessa família é criar desculpas e dramas. E é assim que vemos a festa, muita comemoração, mas muito drama também. Dúvidas sobre o futuro, medos com relação a família e filhos, casais que não decidiram ainda se são casais e tudo mais em uma única casa.

"Sobrevivemos a mais uma ano e, não importa
 o que aconteça, sobreviveremos ao próximo também."

Isso é tudo que posso falar sem estragar a história, afinal, é um conto e não tem muito mistério na história. É aí que entra a nota que dei para ele. Pensei em dar cinco, afinal, a escrita, como sempre, está devorável e o conto é gostoso de ler, mas tem um pequeno problema, ele é meio (muito) inútil, sabe? Sei que foi apenas um "presente" da autora para quem gosta da série (para ajudar na espera dos próximos lançamentos), mas, mesmo assim estava esperando mais. Na verdade, o próprio conto me fez esperar mais. A forma que a autora escreve, não só nesse conto, te faz esperar por algo ali na próxima esquina. Você fica esperando algo muito uau acontecer, por conta de como o livro/conto é narrado e aí, nesse caso, quando eu achei que o trem ia para frente, ele parou e a história acabou.

E aí com essa de evitar spoilers (oi?) a autora também deixou de aprofundar dentro de sua própria história, o que é mega bizarro. Ok, teve um epílogo (sim) de duas páginas para quem já leu os livros e esperava algo a mais, mas, mesmo assim, foi bem bobinho e foi meio que "toma aqui". Ai, detesto falar "mal" de um livro/conto, ainda mais fazendo parte de uma série que gosto tanto e sendo de uma autora que adoro, mas eu não tenho como mentir aqui, vocês sabem.

De forma geral, eu indico para quem leu a série, realmente gostou e quer um pouco mais dos personagens. É como visitar amigos que não vemos já tem um tempinho e não dá para negar que isso é bom. Tem também o fato de que a escrita é maravilhosa, só não pode ir esperando grandes revelações e momentos emocionantes (como no resto da série). Enfim, acho que é isso.

Entre o Último e o Primeiro Dia
Autora: Bianca Briones
Páginas: 60
Skoob do Livro.
Meu Skoob.