sábado, 22 de setembro de 2018

Na Estante: É Assim que Acaba


Faz muito tempo que estou enrolando para voltar a ler os livros da Colleen Hoover que, acredite, é uma das minhas autoras atuais favoritas. Fiquei cerca de dois anos sem ler nada dela, mesmo tendo uns três ou quatro lançamentos na estante só esperando. O que acontece (e quando expliquei no canal, muita gente concordou) é que os livros dela são sempre muito fortes emocionalmente falando. Você nunca termina a leitura de uma força leve, sabe? sempre tem uma carga muito forte de emoção e você fica até sem ar em alguns momentos da leitura. Como minha vida já é agitada o suficiente, acabei evitando por um tempo e, com isso, fiquei com medo de voltar a ler. Medo de não gostar mais. Medo de gostar até demais. Medo. E vamos falar a verdade, muitas vezes medos são apenas bobeiras. Com isso, durante a maratona de 24h que fiz no último feriado, resolvi tomar vergonha na cara e ler. Adivinha? Meu coração foi destruído de muitas formas durante a leitura. Mas valeu a pena. Uma leitura nada fácil (no sentido de ser real demais), mas muito necessária. Um assunto delicadíssimo, mas que precisa ser falado. E mais um livro da Colleen que acabou com cinco estrelas, o que não é assim tão novidade. Antes de qualquer coisa, precisamos colocar aqui um aviso de gatilho. O livro trata de um assunto que pode fazer algumas mulheres se sentirem bem mal, por isso, estou avisando que o tema é violência doméstica. Ah! Mas como que um tema desses pode dar um livro cinco estrelas e blá-blá-blá. Calma. Vamos por partes. O que me lembra que, além desse primeiro aviso, é bom dar mais um. O livro é, obviamente, para maiores de dezesseis anos.

Lily teve uma infância muito complicada. Recebia todo o amor do mundo de sua mãe, mas, ao mesmo tempo, via que seu pai era um monstro. O prefeito da cidade que mostrava para todos uma família feliz, mas que, na realidade, fazia um verdadeiro inferno dentro de casa. No fundo, ela nunca perdoou sua mãe por não ter saído daquela relação, mas o que ela poderia entender sobre a vida dos outros. No meio de todo esse caos ela conheceu Atlas, um menino que conseguia ter uma vida tão bagunçada quanto a dela e, como corações em pedaços se atraem, os dois acabando tendo uma conexão muito mais forte e real que a paixão. O problema é que os pais de Lily não aceitavam a situação em que Atlas se encontravam e nem estavam dispostos a ouvir o lado da filha, afinal, o que a cidade ia pensar? Era só isso que importava. O tempo passou e Lily se mudou de cidade, na esperança de esquecer seu passado. E aí, numa noite não muito fácil de sua vida, Lily acaba conhecendo Ryle, um médico que parecia perfeito demais para ser verdade, mas que estava com olhos inteiros nela. Só tinha um problema, ele tinha pavor de relacionamentos e negava a cada segundo o que um sentia pelo outro.

"A situação está ficando complicada demais para mim." - Página 116

Os dois vão tentando entender onde estão no meio de todo o desejo e medo. Aos poucos eles vão encaixando as peças e o relacionamento vai acontecendo de forma quase natural. Quase, porque os dois precisam mudar muitas coisas em suas vidas para que tudo funcione. E é no meio de toda essa bagunça que Atlas reaparece na vida de Lily. E a relação de Lily e Ryle entra em um momento de provação que nenhum dos dois esperava. E é aí que Lily começa a viver situações que antes achava que era fácil se livrar, mas que quando é a personagem principal do drama, não é tão fácil assim. Ele pode mudar. Ela pensava. Ele não é assim. Ela tentava acreditar. Foi só uma vez. Ela rezou que fosse verdade. E no meio de muitas descobertas ela precisa tirar forças do fundo do seu ser para fugir de uma realidade que ela jurou que nunca viveria. Por sorte, o destinou colocou alguém para guiá-la, mas mesmo assim nada ali é simples. Nem mesmo quando acaba.

"Na alegria e na tristeza? Foda-se. Essa. Merda." - Página 281

Precisei respirar bem fundo durante muitos momentos enquanto escrevia os trechos aí de cima. Assim como precisei respirar ainda mais fundo e ainda mais vezes enquanto lia o livro. Como já havia avisado, o livro toca em assuntos delicadíssimos e nós somos sugados para esse mundo enquanto tudo acontece. Nos sentimos parte da história e queremos ajudar de alguma maneira. E aí percebemos, no fim, que é um livro e não poderíamos ajudar, mas que estamos no mundo real e tudo isso acontece mais do que imaginamos e que, aqui fora sim, podemos tentar ajudar. Podemos e devemos meter a colher, afinal, essa de que em briga de marido e mulher não se mete a colher é apenas uma rima tosca e antiquada. Só tenho uma crítica ao livro, por tocar nesse ponto. Não existem aviso de gatilho na capa, nem na sinopse e nem em lugar algum do livro. Colleen é famosa e qualquer uma pode pegar para ler o livro e, com isso, sofrer com memórias ou realidades. Senti falta do aviso e medo por ele não estar lá e como isso pode machucar algumas mulheres. Antes de falar dos personagens e mais do livro, é importante explicar que o livro é maravilhoso, mas não pela história que conta, mas sim pelo favor que faz de alertar sobre algo tão real e de uma forma tão bem escrita e ainda mais real. Colleen, como sempre, criou personagens críveis e leves que você se apaixona e se apega e, com isso, sente uma dor sem tamanho por não conseguir ajudar quem está ali nas páginas. Um livro complicado, porém necessário.

Lily é uma personagem fantástica e é exatamente por isso que dói tanto a leitura. Ela vai atrás do que sonha, é uma amiga maravilhosa e é uma pessoa real, como qualquer uma de nós aqui. Outra personagem que precisa ser citada é a irmã de Ryle, Allysa. Uma personagem ainda mais leve e ainda mais necessária na história que, como a nova melhor amiga de Lily, faz o possível e o impossível para ajudá-la. Sobre os personagens masculinos da história, não vou dar detalhes para não virar spoiler demais, por isso, para conhecê-los melhor, o indicado é ler a história. Ah, vale comentar que Colleen criou uma forma genial para contar o passado na história sem ter que ficar fazendo 'viagens' no tempo para contar o que aconteceu na juventude da personagem. Não vou dar detalhes para, mais uma vez, não estragar o livro, mas tem a ver com a Ellen DeGeneres e é isso. Provavelmente, a resenha mais complicada que já escrevi em todo o meu tempo de blogueira literária. Espero que tenha conseguido passar a profundidade dessa história e que você leia o livro com a cabeça e coração abertos.

É Assim que Acaba
Autora: Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Páginas: 368
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Na Estante: A Garota do Calendário - Agosto


E lá vamos nós para mais um livro e mais um mês dessa série. Esse é o oitavo livro e, até agora, é um dos que mais gostei, inclusive, ele ficou com cinco estrelas e isso é muito bom, uma vez que a média da série é quatro até agora. Eu meio que já imaginava o caminho que a história ia tomar quando terminei a leitura anterior, mas me surpreendi com muita coisa e gostei muito do rumo que tomou, principalmente por sem bem diferente do que achei que seria quando comecei tudo um bom tempo atrás (dois anos atrás, para ser mais exata, rs). Enfim, estamos falando de uma série e de um livro que já passa da metade dela, por isso é claro que, se você não conhece os livros, pode considerar tudo nessa resenha um grande spoiler. Lembrando também que como são livros curtos, as resenhas acabam sendo mais curtinhas também, assim não estrago muita coisa da história para quem quer ler, né? Vamos lá que, como sempre, vou explicar tudo que achei nos detalhes para vocês.

Mia está com muitas coisas em sua cabeça. Além de estar entrando em algo muito delicado com Wes, ela ainda precisa se preocupar com a dívida do pai e, claro, a felicidade de sua irmã mais nova, que depende muito dela. E é com tudo isso em mente que ela parte para a casa de mais um cliente, mas algo em seu coração já avisava que alguma coisa estava diferente e que isso poderia mudar muita coisa em sua vida. Ela precisava se passar pela irmã mais nova de um grande magnata do Texas, Max. Aos poucos ela vai percebendo que as histórias estão se cruzando e que tem muita coisa sobre sua vida que ela nem mesmo imagina. Coisas que podem e vão mudar o rumo de tudo.

"Cuidado com o que deseja, porque pode se tornar 
realidade e deixar o seu mundo inteiro de 
cabeça para baixo." - Página 113

Como disse ali em cima, desde o livro de Julho já era possível imaginar o caminho que o drama iria seguir, mas ver o desenrolar de tudo e como as peças foram se encaixando foi bem legal. Continuo muito apegada a personagem principal e a história dela. É muito tempo lendo e acompanhando e, por isso, quero que tudo dê certo logo para o lado dela, rs. Como tenho falado nas últimas resenhas da série, é algo que realmente vale a pena começar, uma vez que são livros leves e rápidos. Se joga sem medo nessa história! É meio que como acompanhar uma série, sabe? Doida para continuar, mas com medo de acabar também.

A Garota do Calendário - Agosto
Autora: Audrey Carlan
Editora: Verus
Páginas: 160
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Na Estante: Aos Teus Pés


E lá vamos nós falar de mais um livro sobre bailarina aqui no blog. O que já mostra que vamos entrar em um assunto beeeem delicado, né? Fui bailarina por quinze anos e sou bem crítica com isso nas leituras com o tema, mas o livro é bem gostoso e me surpreendeu de uma forma boa. Ainda não é o melhor livro sobre bailarina que li (mas tem continuação e isso pode mudar, rs), mas é um dos mias legais no assunto sim. O livro acabou ficando com quatro estrelas, por vários motivos, e é claro que vou contar tudo nos detalhes para vocês.

Marina nunca teve uma vida fácil. Cresceu com o sonho de se tornar bailarina e viu tudo isso sendo destruído por seu pai, que acreditava que isso não era profissão e que a filha dele não dançaria por aí. Por sorte, ela tinha pessoas maravilhosas ao seu redor e, com isso, conseguiu fazer muitas aulas escondidas do pai, e para isso, sua mãe trabalho dobrado. Quando finalmente juntou coragem, ela pegou tudo que tinha e seguiu para a capital sem avisar ninguém. Ela ficaria na casa de sua melhor amiga da infância, que tinha ajudado a arquitetar todo esse plano, e logo arrumaria um trabalho para ajudar nas contas. Ou melhor, arrumaria "o" trabalho. O maior sonho de todos, ser uma bailarina profissional. O que ela não esperava, era que muito mais que um sonho a esperava por lá.

"Aquela [voz] que te avisa que a partir deste momento 
sua vida nunca mais será a mesma." - Página 19

Frederico Lamarck era o melhor jogar de futebol da faculdade. Estava no melhor momento de sua carreira e sempre foi muito popular. Por conta de amigos em comum e muita ajuda do destino, a vida dos dois acaba se cruzando e eles não conseguem resistir a tudo isso. Só tinha um detalhe, os dois estavam no meio de momentos muito importantes que poderia mudar por completo a vida dos dois. Ele buscando ainda mais visibilidade com jogar e ela buscando a vaga na companhia de dança. Se isso já não fosse complicado o suficiente, Frederico estava lidando com um erro de seu passado que poderia atrapalhar toda a sua vida, incluindo o time e, claro, sua relação com Mariana. Os dois precisariam colocar muitas coisas na balança para ver o que seria melhor e o que seria o certo.

"Ah, bailarina. Não sei viver sem você." - Página 277

Vamos por partes, começando pelo fato de que estamos falando de uma história completamente clichê apaixonante. Qual é! Temos uma bailarina e um jogar de futebol! Isso é quase um filme clássico do Disney Channel da vida, rs. Para quem, assim como eu, gosta de histórias assim, vale muito a pena. Os personagens principais são bem legais e complexos e Mariana merece um ponto bônus como personagem por ter ido buscar a realização de um sonho e por deixar para trás um pai cruel e que não acreditava nela. Frederico foi conquistando aos poucos e é bem o clássico galã dos romances atuais. Não teve nada de muito diferente que chamasse a atenção, mas foi bom durante a história.

O drama principal foi meio previsível, o tipo de coisa que assim que aparece já sabemos que vai dar ruim mais para frente, mas faz parte. Um segundo drama foi bem surpresa e, infelizmente, faz parte da realidade de muitas pessoas que buscam seus sonhos. Uma das coisas que me fez tirar a estrelinha do livro, foi que ele termina sem final. Isso realmente me deixa meio bléh com a história. É meio que "tentando obrigar" o leitor a ler a continuação, sabe? Mas entende isso e sei que faz parte. De forma geral, é um livro para quem gosta de romances clichês e muito gostosos de ler. Se você não foi bailarina(o) e não é chata(o) como eu nessas leituras, vai curtir ainda mais, rs.

Aos Teus Pés
Autora: Michelle Passos
Editora: Independente
Páginas: 343
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

sábado, 15 de setembro de 2018

Na Estante: Para Sempre Minha


Sim! Mais um livro da série Rosemary Beach passando por aqui. Comentei um tempo atrás que tinha lido um livro fora de ordem e, bom, esse é o que ficou faltando lá no meio. Mas agora está tudo resolvido e podemos seguir com a vida e a leitura da série normalmente. Assim como a maior parte dos livros da série, esse ficou com quatro estrelas e, basicamente, teve os mesmos problemas que os outros, mas vocês já sabem que vou contar isso melhor e em detalhes. Estamos falando aqui de um livro para maiores e que faz parte de uma série, ou seja, pode considerar algumas coisas aqui como spoilers se ainda não leu os outros (oito) livros que aparecem antes desse.

Bethy passou pelo verdadeiro inferno na Terra quando seu namorado, Jace, morreu afogado enquanto a salvava de um afogamento na praia. A culpa tomava conta de sua vida e, aos poucos, ela estava deixando de aproveitar a vida que tinha. Ela sentia que todos a culpavam pelo que havia acontecido, afinal, seu namorado era popular e querido na cidade, mas o que ela não enxergava era que todos estavam sim sofrendo, mas também estavam prontos para apoiá-la. Enquanto tudo isso estava acontecendo, Tripp estava de volta para a cidade, primo de Jace, que havia saído de Rosemary Beach para fugir dos planos que seu pai havia feito para vida dele quando ainda era novo. O que ninguém imaginava, era que a história dos dois já tinha se cruzado muitos anos atrás, quando ainda eram adolescentes, e que o amor era forte demais e tinha sobrevivido durante todo o tempo. O desejo de continuar algo que tinha parado no tempo só não é maior que a culpa que Bethy sente em seu coração e Tripp precisa, com cuidado, achar um jeito de lidar com isso e mostrar o quão importante ela é para ele e como ele sabe que Jace apenas gostaria de vê-la feliz agora.

"Ela queria segurança? Precisava saber que estava nessa 
para sempre? Então era isso que ela teria." - Página 191

O livro segue bem o padrão da série e, com isso, infelizmente temos a visão bem machista da série (que foi melhorando sim com o tempo, mas ainda tem muito pelo caminho). De modo geral, é uma história gostosa de ler e, por mais que tenha um drama como pano de fundo, é algo que passa rápido. É fácil se apegar ao drama que Bethy está vivendo e torcer para que ela fique bem, considerando que acompanhamos todo o antes no resto dos livros e a conhecemos. Queremos que fique tudo bem. Tripp vai nos conquistando aos poucos, assim como vai fazendo com a confiança que estava abalada de sua amada. Ah, e é sempre bom rever os antigos personagens e ver como está indo a vida deles. Em resumo, vale a pena chegar até aqui na série e vale a pena continuar.

Para Sempre Minha
Autora: Abbi Glines
Editora: Arqueiro
Páginas: 200
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Na Estante: A Garota do Calendário - Julho


Música de vitória tocando ao fundo, por favor! Passamos da metade da série, minha gente! Me apeguei a personagem principal e acho até que vou ficar com saudades dela quando acabar, rs. Estamos aqui hoje para falar do sétimo livro, Julho. O livro seguiu o padrão de quase todos os outros que li até agora da série e acabou com quatro estrelas. O livro é bom e bem leve, mas foi por um caminho bem diferente do que estava esperando, mas vocês sabem que vou explicar isso melhor, não é mesmo? Então lá vamos nós. Ah! Lembrando que é um livro que faz parte de uma série e você pode considerar algumas coisas dessa resenha como spoiler da série. Quem avisa, amiga é.

Mia segue em sua missão de juntar o dinheiro para pagar a dívida que seu pai fez e, com isso, em julho, conhecemos mais um de seus clientes. O cantor de hip-hop Anton Santiago, que precisava de alguém único e marcante para seu mais novo clipe. O que Mia não esperava, era que, além de realmente aparecer no clipe e ainda ter que aprender a dançar enquanto faz caras e bocas para câmera, ela teria que lidar com seus sentimentos em relação ao seu primeiro cliente, Wes. Ele queria algo mais sério e a certeza de que, no final de todos os meses, ela voltaria para ele. No meio disso tudo, Mia ainda consegue ajudar Anton e sua assistente que estão no meio de um problema sério da carreira de ambos, além do clipe, é claro. 

"Às vezes, as decisões que precisamos tomar são mais difíceis 
para nós do que qualquer um poderia imaginar." - Página 44

Vocês já sabem que, quando o assunto é essa série, não tem como escrever muito, caso contrário, tudo vira spoiler, rs. O livro, como comentei ali em cima, foi por um caminho bem diferente do que eu esperava, afinal, o foco aqui não é a história do mês, mas sim todo o drama envolvendo a relação de Mia com Wes, Não estou reclamando, gostei dessa parte também, mas achei que começou de um jeito e aí virou tudo de cabeça para baixo e deu no que deu. Enfim, sigo gostando bastante da série e bem animada para continuar com tudo isso. Para quem não sabe se começa, se joga! Para quem não sabe se continua, continua sim!

A Garota do Calendário - Julho
Autora: Audrey Carlan
Editora: Verus
Páginas: 142
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Na Estante: #Fui


Faz um bom tempo que namoro esse livro nas livrarias da vida (nossa, que profundo isso), mas acabava nunca levando para casa até que em Março, naquela promoção louca de Dia da Mulher que a Saraiva faz (tem vídeo de unboxing aqui), eu tomei vergonha na cara e comprei. E aí o que fiz? Enrolei muito para ler, é claro. Até que nesse último feriado resolvi fazer mais uma maratona #24hBDE e levei o livro como quem não quer nada. Acabou sendo o primeiro (dos sete que li nessas vinte e quatro horas) e aqui estou eu para contar um pouco sobre ele para vocês. É um livro bem leve e divertido que acabou ficando com quatro estrelas. Algumas coisas em como a história é contada, uns detalhes bobinhos e o fato de tudo ser um pouco previsível me fizeram tirar essa estrela, mas é claro que conto isso nos detalhes para vocês.

Lully está prestes a realizar um grande sonho, fazer um intercâmbio de quatro meses nos Estados Unidos e, melhor que isso, vai trabalhar em uma estação de Ski! Muita ansiedade, muito medo, mas também muita vontade de viver tudo que o país do cheeseburger, como ela mesma fala, tem para oferecer. A única parte complicada de tudo isso, seria deixar seu namorado para trás no Brasil enquanto está lá no hemisfério norte. Eles conversam, eles se entendem e, com a promessa de que tudo continuaria igual entre os dois. Para uma pessoa que estava saindo do verão carioca, Lake Tahoe é quase a casa do papai noel para Lully. Uma cidade com muita neve e não só na estação de Ski. Por sorte, ela acaba fazendo e encontrando alguns amigos brasileiros assim que chega ao hotel (e até mesmo antes, no avião). Brasileiros se entendem e fazem festa como e onde podem. Mas espera, não era por isso que ela estava ali. Ela não queria viver de festas, queria trabalhar, juntar uma graninha e criar memórias únicas. Ah, esse era só seu primeiro obstáculo ali.

"É... Acho que a ficha finalmente caiu." - Página 16

Para trabalhar no lugar que queria da estação, ela precisava saber andar na neve e acabou precisando de aulas para isso. Sem esquecer, é claro, que não estava ali para brincar e aproveitar, mas sim para limpar mesas, atender pessoas e até mesmo limpar banheiros. Nada disso parecia ser um problema, afinal, era o que ela queria e não estava ligando para nada. As semanas vão passando e logo Lully vai se apegando cada vez mais aos lugar novo, aos amigos novos e a vida novas. mas espera, ela tinha uma vida inteira no Brasil, um namorado até. E é aí que ela se vê com uma difícil escolha para fazer, algo que mudaria a sua vida para sempre. E já não era tão fácil assim de pensar, afinal, ela já não era mais a mesma pessoa de quando chegou.

"(...) Acho que só estou confusa porque estou longe 
por muito tempo, a distância muda a gente." - Página 269

O livro é uma graça e descreve de uma forma bem leve e divertida um intercâmbio de trabalho. Por um lado, tive vários momentos gostosos de lembrança da época que eu fiz intecâmbio, por mais que o meu não tenha sido de trabalho. Por outro lado, pude conhecer esse mundo um pouco diferente do que eu conhecia, afinal, já fui para os Estados Unidos, mas, até agora, só para ver o Mickey mesmo, rs. Os personagens são legais e bem construídos. De começo, não fui muito com a cara de Lully, mas a culpa não era dela (haha), mas sim de como sua história estava sendo narrada. Era muito detalhe que não precisava (e que estava escrito lá, entre parenteses, que não precisava estar), era muita hashtag no meio de frase e coisas do tipo. Quando isso foi parando, ao longo dos primeiros capítulos, fui me apegando mais com a história. Outra coisa que me fez tirar uma estrela da história, foi que eu meio que saquei o final lá no começo. Sou bem boa em fazer isso com filmes e livros, então pode ser que não seja um defeito e sim eu que sou chata (fato!). Enfim, aí perdeu um pouco a graça, sabe? Para quem não sabe inglês, pode ser um pouco complicado ler o livro. Em muitos momentos os personagens conversam em inglês ou usam expressões do idioma para se comunicar e em nenhuma página rola tradução (nem no rodapé). Como professora de inglês, nem senti isso passando, mas para quem tem dificuldade com a língua ou não conhece, isso pode atrapalhar a leitura.

Ah! tem mais uma coisinha, mas lógico que isso não me fez tirar estrelas, só acho digno comentar mesmo porque fiquei muito pensativa sobre isso. O livro se passa em 2015. Em nenhum momento isso é falado, mas por conta do lançamento de um filme que é citado percebi a data. Ok, onde quero chegar com isso? O livro tem coisas que parecem de 2010 ou antes (época que eu fiz intercâmbio e por isso 'reconheci' os dramas tecnológicos). Tipo, a menina teve o dinheiro (que não é pouco) para fazer a viagem, mas não tem um celular com internet? Hoje em dia (e três anos atrás também) até o mais simples dos celulares têm a opção de wi-fi ou 3G/4G. E não é só ela. É geral, porque quando chegam no aeroporto todos pegam os laptops para usar o wi-fi e avisarem POR EMAIL que chegaram em casa. Sei que é só um drama meu, mas achei surreal demais. Se todos ali mandassem uma mensagem no whats tava tudo resolvido. Ok, vou parar de ser chata (por agora). O livro é realmente muito gostoso de ler e, tirando as besteiras que falei, vale muito a pena a leitura. Principalmente para quem já fez um intercâmbio e quer relembrar ou para quem sonha em fazer (ou, até mesmo, tem só curiosidade).

#Fui
Autora: Viviane Maurey
Editora: GloboAlt
Páginas: 360
Skoob do Livro.
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