quarta-feira, 22 de abril de 2020

Na Estante: Amizades, Cacatuas e Outras Coisas Fora de Controle


Essa leitura foi uma indicação da minha amiga, Mari (obrigada!), que achou o livro pelo Kindle e adorou. Ela falou tanto sobre, que acabei baixando também, pelo Unlimited, e cá estou eu comentando sobre essa história que ficou com cinco estrelas e é uma delicinha de leitura. Um livro no estilo que gosto e que, inclusive, já escrevi. Esse livro, de certa forma, me lembrou muito o meu primeiro conto, A Noite das Garotas. Uma história que foca, principalmente, na amizade e em como ela é importante. Existem outras coisas acontecendo? Sim! Mas o tchan mesmo do livro é a relação entre as duas personagens principais e eu amei isso. Além do que, o livro aborda temas muito importantes e relevantes e, inclusive, dois deles são coisas que vivo diariamente. Na história, falamos sobre racismo, machismo, ansiedade e gordofobia. As duas últimas citadas, fazem parte da minha realidade. É raro achar livros que trata sobre ser gorda (e não gordinha, no diminutivo). E aqui temos um ótimo exemplo de como o assunto pode ser tratado de uma boa forma. Na real, todos os assuntos abordados foram bem tratos e bem escritos. Agora vamos focar na história, não é mesmo.

Antônia e Helena eram melhores amigas de uma vida inteira. Uma completava a outra e, muitas pessoas, até viam as duas como uma coisa só. Estavam sempre juntas e se apoiavam também... até que alguma coisa aconteceu e as duas se afastaram. Ninguém sabia ao certo o que de tão grave havia acontecido com a amizade das duas, mas era sabido que elas não se falavam mais e isso, de certa forma, estava afetando a vida de várias pessoas. Antônia nunca se deu muito bem com literatura e, exatamente por isso, precisa fazer um trabalho para garantir sua nota final. Trabalho esse, que seria em dupla e ela não tinha nem ao menos tido a chance de escolher alguém, a própria professora já tinha resolvido tudo... e como uma piada do destino, é claro que sua dupla seria Helena. Sua ex-melhor amiga que era apaixonada por livros e que poderia, facilmente, ajudá-la a sair daquele caos de nota.

Mas é claro que não vai ser simples. As duas estão há meses sem se falar e agora teriam que se encontrar, várias vezes, e ainda trabalhar juntas em um trabalho. Seria o caos! Para complicar tudo ainda mais, Helena estava aprendendo a lidar com sua recem descoberta ansiedade e como aquilo era a resposta para tantas coisas que ela vivia e não sabia controlar. Os amigos em comum das duas veem ali uma oportunidade de tudo voltar ao normal, mas nenhuma quer facilitar ali e, para complicar ainda mais, ainda tem aquela maldita cacatua entre elas. O animal, que é completamente doido, é da mãe de um doa amigos delas e acaba fugindo muitas vezes de casa e fica doido. Então, entre tentar remendar uma amizade, escrever um trabalho, tentar não pirar e ainda cuidar de uma cacatua louca, elas têm muitas coisas para resolverem.

A cacatua é a verdadeira personagem principal da história. Ok, brincadeiras a parte, o bicho ajudou a deixar toda a história mais leve e me divertiu bastante enquanto eu lia. Como comentei ali em cima, o livro trata de assuntos delicados, mas que precisam ser falados. Além disso, tudo foi de forma natural, nada forçado. Tipo, vou falar que ela é gorda aqui e ali e lembrar que a outra é negra uma hora ou outra só para parecer que está tendo representatividade. Normalmente, acaba sendo assim, mas não nesse caso (ufa!). Os personagens secundários roubam a cena quando aparecem, mas sem tirar o brilho das personagens principais, o que é muito bom. É uma história rápido e bem gostosinha de ler. Por isso, indico de verdade a leitura.

Amizades, Cacatuas e Outras Coisas Fora de Controle
Autora: Mareska Cruz
Editora: Página 7
Páginas: 142
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sábado, 18 de abril de 2020

Na Estante: A Chama Dentro de Nós


Pela primeira vez, depois de escrever mais de duzentos e cinquenta resenhas, eu estou começando uma sem saber com quantos estrelas o livro ficou. Estou em duvida ainda se tiro um estrela ou se deixou todas lá na avaliação e, por isso, conto para vocês o que eu decidir no final da resenha. Esse é o terceiro livro da autora que leio e eu, de verdade, tinha esquecido que ele estava na estante. Foi aí que resolvi separar uma pilha de livro que ainda precisava ler (e que achava que ia gostar) e ele estava lá no topo. De começo, o livro não me agradou muito mas, aos poucos ele foi me conquistando e, quando me dei conta, tinha lido ele todo em uma manhã. A escrita da Brittainy é uma delícia e é incrível como não vemos, de verdade, o tempo passando. Ao mesmo tempo, a escrita dela lembra um pouco a da Colleen Hoover. É densa e sempre trata de assuntos mais pesados. O que me lembra, que a escrita dela, diferente da da Colleen, é um pouco previsível. E que, por mais que o padrão tenha se mantido nesse livro, ele me surpreendeu em muitos momentos. Mas vamos por partes, não é mesmo. Esse livro me deixou confusa com relação aos meus sentimentos com a leitura dele e, por isso, acredito que tenho muita coisa para falar. Então, vou parar de enrolar.

Alyssa nasceu em uma família que já tinha tudo planejado para a vida dela. Seu pai, era um espírito livre amante das artes. Sua mãe, uma advogada cética que acreditava ter pleno controle da vida de todos que a cercavam. E Aly, e sua irmã, entavam lá no meio disso. Logan, por outro lado, não sabia nem ao menos se podia se dar ao luxo de sonhar com um futuro. Vivia em algo que nem sequer se parecia com uma família e era cercado de problemas. A única coisa certa em sua vida era seu irmão mais velho, que cuidava dele como podia e o deixava ter um vislumbre do que era ter uma vida normal. Duas pessoas completamente opostas, mas que ao mesmo tempo se encaixam muito. Os dois sentiam falta de muitas coisas em suas famílias e, quando descobriram isso, começaram uma amizade histórica. Enquanto ainda era adolescentes, eles perceberam que se completavam e que um sempre precisaria do outro, mas eles acreditavam que era apenas uma amizade. Até que tudo mudou.

Quando foram crescendo, perceberam que tudo que sentiam ia bem além de uma amizade e que a necessidade que um sentia de o outro por perto era algo que não poderiam ignorar. Mas eles eram fogo e quando juntamos duas coisas inflamáveis, só criamos um incendio maior. Os dois passam por muitas coias tentando se entender e tentando entender o que de fato é a relação deles. Só que Logan tem traumas do passado que vivem voltando para assombrá-lo e Aly, não sabe se tem forças para lidar com todo o caos. Pior, ela não tem forças também para ficar longe de tudo isso.

Ok, qualquer coisa que eu falar a mair, é spoiler. Não que eu precise dar spoilers, o livro já faz isso sozinho. Na tentativa de deixar algumas pontas da história bem amarradas, a autora acaba entregando muitas das coisas que vão acontecer ao longo de todo o livro. Assim que comecei a leitura, o personagem fez um comentário e boom... pensei. Já sei que vai acontecer isso, mais isso e aquilo outro. Dito e feito. Ao londo da leitura minhas previsões estavam certas e, de primeira, isso me desanimou bem. E aí, lá pro meio da história, ela começou a me surpreender e muitas coisas, que eu não estava esperando, começaram a acontecer e eu empolguei na leitura e só parei quando terminei. Mas antes disso tudo, teve todo aquele drama pessoa de preguiça de uma história que parecia (e estava sendo) previsível. Mas aí entra meu dilema, nem com todas essas coisas, consegui parar de ler. Porque a escrita é muito boa. 

Logan é o galã problemático clichê dos new adults raiz. Tudo nele grita problema e, ao mesmo tempo, ele é narrado como sexy. Nada de novo por aqui. O mesmo para a personagem principal, Alyssa, que também segue bem a onda do clichê, mas que, ao mesmo tempo, me surpreender por ter sido muito bem escrita. O que me lembra, o dom da autora, Brittainy, é escrever personagens secundários. Relendo minhas resenhas de outros livros dela, percebi um padrão. Ela escreve spoilers em suas história e escreve personagens secundários fenomenais. O irmão do Logan e a irmã da Aly muitas vezes robam a cena, a irmã principalmente.

Em resumo, decidi que o livro vai ficar com quatro estrelas, afinal, em alguns momentos do começo da leitura pensei em deixar o livro de lado e toda essa parte de prever metade da história também me desanimou um pouco. Mas no conjunto da obra, é um livro muito clichê e, por isso, muito bom. Ele é bem escrito, devorável e me deixou confusa, o que é bom. Se você gostou de algum outro livro da autora, pode ler esse sem medo de ser feliz.  

A Chama Dentro de Nós
Autora: Brittainy C. Cherry
Editora: Record
Páginas: 322
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quinta-feira, 16 de abril de 2020

Na Estante: Tinderela e o Coração de Cristal - Volume 1


Eu estava com muita saudades da escrita da Bianca Briones e, para falar a verdade, estava de olho nesse conto lá na amazon fazia tempo. O nome foi o que mais me chamou atenção e despertou minha curiosidade, pois assim como a personagem principal, estou solteira e já me aventurei pelo tinder (rendendo histórias hilárias, mas nenhuma de amor). O conto é, de fato, uma leitura bem rápida e gostosa, mas alguns pontos nele me fizeram tirar uma estrela e, por isso, o conto ficou com quatro estrelas no total. Mas é claro que irei contar tudo isso em detalhes para vocês. Outra coisa que me chamou atenção, é que achei a escrita da Bianca bem diferente aqui. Já li toda a série Batidas Perdidas (e tem vídeo sobre isso no canal) e também já li um livro solo dela, o Como Se Fosse Magia (que tem resenha aqui no blog). Só que esse conto em questão, Tinderela, achei que não se encaixava muito com os outos da autora (falando de forma de escrita!). Isso não é algo ruim, só comentei pois foi algo que fiquei pensando enquato lia. Ok, já falei demais aqui. Vamos focar no conto.

Beatriz está na casa dos trinta anos e acredita que tem toda a sua vida resolvida. Um emprego dos sonhos, em que escreve sobre a vida em textos curtos que fazem muito sucesso na internet, e também um namorado de anos e anos que, bom, eles estão juntos e isso é o que importa, não é? Espera. O que significa de verdade dar um tempo. Acredito que os fãs da série friends consigas passar horas descobrindo (ou não) se dar um tempo é uma versão mais leve de contar que, na verdade, vocês não estão mais juntos. E bia descobre isso da pior maneira possível. Para ela, eles estavam apenas dando uma pausa na relação, mas logo se entenderiam de novo e seguiriam com vida. Para ele, a vida já estava seguindo, mas com outra. E é claro que toda a internet precisava saber disso.

Bia entra em pane. Isso não podia estar acontecendo. Eles tinham muitos anos de história juntos e ele estava acabando tudo de vez sem ao menos falar com ela. Ela não estava mais presente nem em sua própria história. Será que ela tinha mesmo uma história para viver? E é no meio desse caos existencial que os melhores amigos de Bia resolvem que ela precisa urgente de um tratamento de choque. Uma conta no Tinder, é claro. O app mais famoso de relacionamentos provavelmente seria a única solução para juntas os mil pedacinhos do coração dela. Mas será? Relações rápidas, matches para todos os lados e cantadas baratas não pareciam de fato uma solução... mas era um começo.

Ok, mas agora vamos falar dos tais motivos que me fizeram tirar a estrelinha. O primeiro fator, foram as passagens de tempo do conto. Tudo foi acontecendo muito rápido e sem muitas coisas indicando que o tempo estava passando e isso me deixou um pouco confusa em alguns momentos. Eu ficava tipo: "Ué, mas ela não estava ali? Como que agora ela está aqui? Ah sim, já se passaram alguns dias". Isso atrapalha a leitura? Depende. Para mim, atrapalhou um pouco e precisei reler alguns trechos para me localizar no tempo da história. O segundo fator, é que achei o livro com cara de auto-ajuda. O que para algumas pessoas, pode ser maravilhoso. Mas eu tenho uma leve preguiça. Mas vou me explicar. Acho fantástico livros (filmes e séries) que mostram como podemos ser melhores e, mais que isso, como devemos nos amar sempre. MAS tudo tem um certo limite antes que vire auto-ajuda e texto motivacional (e é aí que entra minha preguiça). Mas isso tudo é relativo, para quem gosta, é um prato cheio.

Agora vou comentar coisas que não me fizeram tirar estrelas, mas que me fizeram pensar. O livro, faz parte de uma série de contos (doze no total) que narrariam a história de Bia durante o ano de 2019. Mas é aí que está. Só existem dois contos dessa série na amazon. Eu sei que a autora tem os problemas pessoais dela e espero, de coração mesmo, que ela esteja bem... mas fiquei meio desanimada quando percebi que a história estaria sem final. O conto é legal (mesmo), mas termina sem final, porque teriam as continuações e aí fiquei com preguiça de pensar em ler o próximo, afinal, ele ficaria sem final mesmo já que ainda não temos os outros. Se a autora voltar a lançar os contos, volto a ler. Segundo ponto, mas que aí é besteira minha (real e oficial). Não sei vocês, mas toda vez que vejo uma nova versão da história da Cinderella fico esperando alguns clichês. Coisas que já vimos em várias outras adaptações no cinema e em livros também (como Geekerela e Cinderela Pop). A madrasta e as irmãs (e suas devidas variações), um baile, a fada madrinha e por aí vai. Já conhecemos essa história. Mas aqui temos uma família completa... que é maluca, mas é completa. E como é apenas o primeiro conto, não temos os outros clichês e (como disse, bobeira minha) eu meio que estava esperando algo a mais da princesa na história... meio que pelo o título, sabe.

Mas é isso, porque já escrevi demais para o tamanho desse conto, rs. Adoro a escrita da Bianca e, para quem está com tempo sobrando aí, é uma leitura leve e gostosa. Dá para aproveitar porque, enquanto escrevo essa resenha, o conto está de graça na amazon e, normalmente, ele faz parte do Unlimited. Se joga.

Tinderela e o Coração de Cristal - Volume 1
Autora: Bianca Briones
Editora: Amazon
Páginas: 55
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terça-feira, 14 de abril de 2020

Na Estante: Este Livro É Coisa de Mulher


Mas afinal, o que é coisa de mulher? Esse livro me surpreendeu muito e, definitivamente, ele de fato é algo de mulher... ou melhor, é um livro feito para mulheres. Mais que isso, ele se parece muito com uma conversa entre amigas. Conversa essa que é importante e necessária, mas nem sempre fácil. Precisamos falar sobre sororidade e precisamos disso para ontem. Maíra faz isso com maestria em sua estreia literária e o livro mais se parece um vídeo de seu canal, o que achei fantástico. Exatamente por isso, o livro ficou com cinco estrelas e mereceu muito bem cada uma delas. Não tenho como descrever uma sinopse para você, afinal, não estamos falando de um livro de histórias, mas sim de um livro que explica muita coisa por trás de muitas histórias. Coisas da nossa vida, coisas que vivemos diariamente e que lutamos para mudar e para que sejamos mais respeitadas. Porque sim, vivemos em um mundo machista. 

Maíra usa de suas vivências para explicar coisas que já estão entranhadas em nossa sociedade, mas que são completamente erradas e que muitas vezes aceitamos "porque o mundo é assim". O mundo, assim como as pessoas que vivem nele, pode mudar. E é sobre isso que conversamos em geral durante a leitura do livro. Usei a palavra conversamos porque, como comentei antes, o livro te faz querer pensar e debater e você acaba fazendo isso com o próprio livro. Em muitos momentos me peguei respondendo as perguntas que eram feitas durante a narrativa e logo vinha uma resposta escrita e, com isso, a leitura foi ainda mais gostosa e fez ainda mais sentido. Inclusive, acredito que esse seja um ótimo livro para clubes de leitura e para combinar de ler junto com as amigas.

O livro é para quem quer aprender mais sobre o que é ser mulher na sociedade em que vivemos e o que podemos (devemos!) fazer para mudar o tanto de coisa machista que vivemos. O livro vai transformar o mundo em um passo de mágica? Não. Mas o livro muda pessoas e, como bem sabemos, pessoas mudam o mundo. Com isso, falamos sobre como coisas de "mulherzinha" são sempre ligadas a fragilidade, sobre como vivemos com medo pelo simples fato de sermos mulheres, como muitas vezes no trabalho e na vida temos que trabalhar o dobro para que prestem atenção no que estamos fazendo e ainda para que a gente receba o devido valor. O livro ainda usa de fatos, séries, filmes, músicas e bandas atuais e de quando éramos mais novas para abordar os temas e fazer com que tudo faça sentido.

Em resumo, já está bem claro o quanto que indico. Mas, por favor, entenda que não é um livro para se distrair do mundo e ficar sem preocupações. Muito pelo contrário! É um livro que te faz pensar (viva!), que te faz ter medo, mas, ao mesmo tempo, vontade de lutar por direitos e tudo mais. 

Este Livro É Coisa de Mulher
Autora: Maíra Medeiros
Editora: Outro Planeta
Páginas: 176
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domingo, 5 de abril de 2020

O QUÃO BEM VOCÊ CONHECE SEUS LIVROS?


Estava com saudades de gravar desafios literário para o canal. Estava com ainda mais saudades de traduzir esses desafios e postar aqui no blog. Para assistir o resultado final (eu pirando de vez na frente de uma câmera) é só você clicar aqui. O desafio original eu vi aqui e lá ele tinha o nome de: HOW WELL DO I KNOW MY BOOKS? CHALLENGE! Agora vamos parar de enrolação e, se você quiser gravar também, aqui vão as perguntas em português. Vale comentar que eu adaptei algumas e outras eu tirei por não encaixar muito na nossa realidade, uma vez que por lá é muito comum ter os livro com capas duras e jackets, enquanto que por aqui estamos mais acostumados com a capa simples mesmo. Menos blá-blá-blá e mais ação, né? Então aqui vai:
  1. Sem olhar a descrição, nos conte sobre o que é esse livro.
  2. Sem olhar, qual o gênero desse livro?
  3. Sem olhar o livro, conte o que tem na capa dele.
  4. Sem olhar conte qual o nome do personagem principal.
  5. Sem olhar, conte o nome de um personagem secundário.
  6. Adivinhe quantas páginas o livro tem. 25 páginas para cima ou para baixo do valor, conte como um ponto.
  7. Sem conferir, qual a sua avaliação desse livro?
  8. Sem olhar, onde a história do livro se passa?
  9. Sem olhar, os capítulos tem escritos ou só números?
  10. Sem olhar, tem algum "selo" na capa?
  11. Sem olhar, o livro tem cor por dentro? Se for hardcover, por baixo da jacket tem cor?
  12. Sem olhar, o livro tem alguma descrição sobre outras publicações ou feitos do autor na capa?
  13. Sem olhar, o livro tem uma sinopse atrás?
  14. Sem conferir, o livro tem alguma foto do autor?
  15. Sem jogar no google, o autor escreve com um pseudônimo?
  16. Sem conferir, o livro é escrito em 1° ou 3° pessoa?
  17. Sem conferir, existem imagens ou gráficos no livro?
  18. Sem conferir, o livro tem um epílogo?
  19. Sem conferir, o livro tem um prólogo?
  20. Sem conferir, esse livro está autografado?
  21. Sem conferir, os números das páginas são enfeitados?
  22. Sem conferir, os títulos dos capítulos são enfeitados?
  23. Sem olhar ou pesquisar, quando esse livro foi publicado (em seu país)?
  24. Sem conferir, em que ano você leu esse livro?
  25. Sem olhar, os agradecimentos do livro são no começou ou no final?

sábado, 4 de abril de 2020

Na Estante: The Deal (O Acordo)


Não se deixe enganar pela capa do livro (a capa da versão brasileira é bem melhor). Eu quase me deixei e poderia ter perdido uma leitura muito boa. Eu amo livros clichês e nunca escondi de ninguém que sou louca por new adults, mas tem hora que o exagero e apelo nas capas e títulos me cansam um pouco. E não, não estou tentando ser puritana e/ou tentando esconder o fato de que sim, esses livros tem um pezinho lá no erótico (muitas vezes, até os dois pés mesmo). É só porque passei um bom tempo tentando achar livros bons no kindle essa semana e foram muitas listas que não me chamaram a atenção. No final, percebi que estou bem chata. Na verdade, estou insuportável. Desde que comecei a pensar um pouco mais sobre a série de problemas que encontramos em muitos livros (e eu falei melhor sobre isso em um vídeo) eu fico sempre esperando não gostar do clichê (que tanto amo!). Em resumo, esse livro apareceu em muitas das listas que olhei no goodreads e, além disso, uma amiga me indicou e, para completar o pacote, ele estava de graça na amazon (em inglês). Ou seja, ele estava lá e eu também e pouco menos de um dia depois cá estou eu escrevendo a resenha dele que ficou com cinco estrelas no final das contas. Menos blá-blá-blá e mais resenha, eu sei. Então vamos lá e vocês já conhecem meu esquema. Vou contar um pouco da história e, depois, conto mais da minha pequena e humilde opinião sobre ela.

Hannah já passou por muitos traumas em sua vida, mas nunca usou disso para se passar de coitadinha ou para receber mais atenção. Muito pelo contrário, a estudante de música luta diariamente para ir contra o que seria esperado e, dentro do possível, consegue controlar muito bem suas emoções e o caos que é a cabeça dela. Ela estava muito preocupada com uma apresentação da faculdade que poderia lhe render uma bolsa extra de estudos e, com isso, quase não restava tempo para pensar em muitas coisas. O que ela não esperava, era que o novo aluno da faculdade, transferido de outro estado, chamaria tanto a sua atenção. Justin parecia ser tão diferente e, além disso, era tão lindo. Era inteligente também e sempre se mostrava um cara legal. Pelo menos isso era o que Hannah imaginava, uma vez que nunca nem sequer havia trocado um cumprimento sequer com ele. Ela precisava de um plano de ação, alguma coisa que fizesse Justin ao menos olhar para ela. O que ela não imaginava era que o plano viria em forma de jogador de hóquei. 

Garrett estava zero interessado em brincar de cupido, mas, ao mesmo tempo, ele precisava desesperadamente da ajuda de Hannah para conseguir passar nas provas de uma matéria. Além disso, se suas notas não melhorassem, ele não poderia mais jogar e isso, para ele, seria o fim. No geral, ele ia muito bem nos estudos e aquela matéria era a única que ele não estava conseguindo ir bem e, por sorte, Hannah havia conquistado a melhor nota da turma. Ele só precisava fazer um acordo com ela. Ela o ajudaria a estudar para a prova e ele a ajudaria a chamar a atenção de Justin. Mas é claro que a vida não segue simples assim, afinal, com o tempo que os dois passam junto começam a se conhecer melhor e o foco principal da história acaba ficando em segundo plano quando eles percebem que pode ter algo mais ali.

Vamos começar com os pontos positivos? Sim! A leitura é relativamente leve, por mais que o livro aborde temas pesados em muitos momentos (alerta de gatilho para estupro e violência doméstica). E é aí que entra um dos meus primeiros elogios ao livro, ele não passa pano para atitudes machistas e problemáticas, inclusive, ele muito sutilmente até mesmo zoa alguns desses pontos o que achei bem fantástico enquanto estava lendo. É perfeito? Não. Infelizmente não foi dessa vez, mas se compararmos com outros livros, esse se superou demais em como abordar, de forma saudável, a relação dos personagens principais e todas as outras relações que eram citadas. Garrett respeita muito a Hannah e não colocado isso de forma forçada para parecer legal, não, é uma relação de fato com muito respeito e que dá gosto de ler e acompanhar. Sobre o alerta que dei ali em cima, não vou dar spoilers, mas é algo muito citado no livro todo. Poderia ter sido abordado de forma melhor? Sempre. Mas acho que como um simples romance clichê, o livro faz mais que bem o papel dele.

Sobre pontos negativos, na verdade, só tenho um comentário. Achei que quando o livro chegou na metade enrolou muito. Acho que uns 15% da história poderiam não estar ali que não fariam falta e deixariam o livro mais leve e gostoso de ler. Isso atrapalhou minha leitura? Sim e não. Quando isso começou a acontecer já estava de noite e eu coloquei o kindle de lado e fui dormir, terminando a leitura só pela manhã. Se não tivesse enrolando tanto, eu provavelmente teria continuado a leitura e terminado logo. Mas isso atrapalha tudo? Não. Tanto que o livro continuou com cinco estrelas.

No geral, é um livro muito bom para quem, assim como eu, ama clichês e new adults raiz de qualidade. Já vi que a autora tem mais livros, inclusive mais alguns que se passam no mesmo universo desse e estou bem curiosa para conhecer mais da escrita dela. Não vá esperando um livrinho leve, afinal, expliquei bem que ele aborda temas bem delicados e que, de verdade, não são leves de ler. Indico também para quem curte livros que se passam na universidade, porque ele tem um ar bem gostoso de universitário. 

The Deal (o Acordo)
Autora: Elle Kennedy
Editora: Createspace Publishing
Páginas: 357
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sexta-feira, 3 de abril de 2020

Na Estante: Conto de Fadas Rock'n Roll - O Vocalista


Vocês não imaginam a saudade que eu estava de escrever resenhas, afinal, as últimas que liberei foram todas em vídeo. E, bom, vocês me conhecem. Sabem o quanto que eu amo escrever e, sobre esse livro, tenho muitas coisas para falar. Eu estava com expectativas bem altas para a leitura, uma vez que muita gente me indicou essa autora e, mais que isso, muita gente me indicou esse livro em específico. Agora que sou uma pessoa muito chique com o Kindle Unlimited quis aproveitar ao máximo e ler mais ebooks (tanto que dos últimos que li, apenas um era livro físico). Como esse livro faz parte do pacote Unlimited fui sem medo de ser feliz... e quebrei um pouco a cara nessa brincadeira. Eu simplesmente detesto não gostar de um livro, ainda mais quando é de autor independente, porque eu sei o quão difícil é publicar e receber críticas, mas realmente teve muita coisa na leitura que me deixou um pouco incomodada e, por isso, a leitura acabou ficando com apenas duas estrelas (e isso me dói demais, de verdade). A escrita é gostosinha na maior parte do tempo, a história em si é bem legal e, de fato, tinha toda a receita que normalmente amo (e que inclusive um dos meus livros publicados, On Stage, segue uma linha parecida) com pessoas famosas e uma bailarina (que só cita isso umas duas vezes), mas mesmo assim não rolou. Como sempre, vou contar um pouco da história para vocês e depois conto mais o que me levou a dar essas benditas duas estrelas.

Nicole Black estava vivendo um dia caótico em que tudo estava dando errado. Ela estava indo realizar um grande sonho, assistir ao show de sua banda preferida, mas a lei de Murphy estava definitivamente contra ela. Depois de se atrasar e tentar cortar caminho, ela acaba sendo atropelada pelo motorista da banda e, com isso, a vida dela muda por completo em (literalmente) questão de segundos. Dentro do carro estava seu amor platônico de uma vida toda, o vocalista da banda, Malcolm Black. Ela acaba precisando de atendimento médico, por mais que estivesse relativamente bem, e o motorista da banda acaba levando-a para resolver isso. Ao voltar da ida rápida ao hospital tudo começou a acontecer (literalmente) muito rápido. Ela é logo colocada no camarim da banda como um pedido de desculpas pelo ocorrido e, com isso, ela conhece todos os integrantes que vão logo com a cara dela e é assim que, em questão de minutos, ela resolve alguns problemas de imagem deles e é contratada para trabalhar com a banda.

Já no dia seguinte, todos embarcam de volta para Califórnia, estado sede da banda, e Nicole vai junto, afinal, já estava trabalhando com eles. Por não ter onde ficar, a banda toda oferece para ela um quarto na casa do sexy e rabugento Malcolm, afinal, todos perceberam como eles trocaram faíscas e estavam atraídos um pelo outro desde que se conheceram (um dia antes). A relação deles vai ficando cada vez mais complicada, uma vez que um não entende o que o outro sente de verdade e, para complicar ainda mais, existe uma cláusula no contrato que ela assinou a proibindo de ter relações com os integrantes da banda. Com o andar da história, vamos acompanhando o desenrolar da história de amor dos dois e de como ela vai lidando com a fama repentina que surgiu com tudo isso.

Ok, vamos por partes. A primeira coisa que me deixou um pouco incomodada com esse livro é o tanto de coisas que não encaixam na realidade da história. Coisas que são muito bobas, mas que me tiravam da história e atrapalhavam a leitura. Detalhes esses que não são comuns nos Estados Unidos, mas que ali eram colocados como se a história acontecesse no Brasil. Coisas bobas mesmo, tipo pão de queijo sendo vendido numa parada de ônibus no interior do estado de New York. Ou a personagem principal falando que queria ouvir axé, mas sem contextualizar que era um estilo de música brasileiro. Foi com isso que o livro perdeu a primeira estrelinha dele. Outra se perdeu pela rapidez com que tudo acontece e a falta de lógica cronológica que eu senti enquanto estava lendo. Em menos de 48h a menina foi atropelada pelo amor platônico da vida dela, foi para o camarim da banda, foi contratada, esqueceu que ela tinha uma vida na cidade dela (amigos e famílias só são lembrados quase que no final da história, mas nunca nem passaram na cabeça dela no começo), mudou de estado, começou a morar com alguém que ela não conhecia e virou sub-celebridade. A vida dela é anulada e só existe o amor, galera, isso não é saudável. Além disso, não conseguia entender muito bem o tempo passado. Tipo, uma hora eles acabaram de se conhecer e na outra preciso perceber pelos detalhes da cena que pode já ter passado um mês na história.

Mas até aí estava tudo relativamente bem e eu já tinha decidido que o livro ficaria com três estrelas. E aí tudo mudou e eu não tive como manter isso, afinal, uma coisa muito grave (ao meu ver) me fez tirar a terceira estrelinha da história. Gordofobia. Gordofobia em um dos seus estilos mais perigosos, em minha opinião. O estilo que tenta deixar tudo leve e engraçado, mas que não conseguiu me fazer rir, muito pelo contrário, me irritou. A partir da metade do livro a cada duas páginas, sem exageros, a personagem comentava sobre como estava ficando gorda, sobre como ela não podia ser vista de biquíni, sobre como para usar um simples vestido ela precisaria usar não-sei-quantas cintas. E pior, sobre como ela ficou feliz ao ser paquerada, porque isso indicava, na cabeça dela, que ela não estava tão fora de forma assim. Tudo isso para a cereja no topo do bolo, onde ela convidada para um evento mega famoso que só modelos muito magras fazem parte. Em resumo, um pequeno show de horrores para quem é gorda, como eu, ler. Me dou muito bem com meu corpo hoje, mas imagino a Izabela de uns anos atrás lendo isso e ficando mal. Imagino muitas outras meninas lendo por aí e ficando mal.

E com isso, terminamos essa resenha por aqui. Me sentindo um pouco monstro por não ter curtido o livro que tinha tudo para ser um favorito. Para quem curte rockstars, indico a série Stage Dive, que mesmo com alguns problemas, é bem gostosinha de ler.

Conto de Fadas Rock'n Roll - O Vocalista
Autora: L.C. Almeida
Editora: Kindle
Páginas: 234
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