Eu ainda não sei muito bem o que realmente achei desse livro, bom, eu dei cinco estrelas para ele, mas não li em menos de um dia (levei uns três ou quatro dias para ler). É um New Adult, ou seja, eu já sabia que ia ler um livro pesado, em todos os sentidos da palavra, mas o que eu não esperava era algo além disso. Esse livro é verdadeiro, profundo e muito doido. Você entra na vida dos personagens e quando vê está chorando com eles e torcendo para que tudo dê certo no final, e olha, não é fácil não, porque nunca vi tanta desgraça junta num livro só. Ok, mas vamos com calma, vou focar na resenha e depois, como sempre, conto para vocês o que achei dos personagens e da história no geral. Ah, como já falei, estamos falando de um livro novo adulto, em resumo, o livro tem palavrões e cenas fortinhas, eu indicaria para (pelo menos) 16 anos, mas desde que você já tenha uma cabeça ok, porque não é fácil lidar com a história do livro.
Viviane acabou de perder o pai, sua mãe entrou em depressão e seu irmão – que é só um pouco mais novo – se tornou completamente dependente dela. Isso mesmo, tudo junto e sem tempo para respirar, sem esquecer que nem todo o dinheiro, e influência, que sua família tem está conseguindo colocar sua vida no eixo certo, o que ela não esperava era que a resposta para seus problemas seria algo tão errado. Rafael sempre perde o que ama e nada nunca foi fácil para ele, quando era mais novo viu o pai sendo assassinado e quando achou que a vida está num caminho certo perdeu uma grande parte de sua família, incluindo sua única irmã, em um trágico acidente de carro. É aí que o destino resolve colocar um na vida do outro, eles se encontram pela primeira vez na porta do hospital, logo quando vêem a vida caindo aos pedaços. De começo não é fácil, nada na vida é, mas eles sentem algo único e se completam, ou melhor, a dor deles se completa.
"(...) É o que ele chamava de 'batidas perdidas do coração'. Segundo ele, o coração nunca recupera o ritmo correto até se encontrar no peito da outra pessoa." - Página 119
Os dois sabem que tudo nessa relação é errada, mas mesmo assim não conseguem ficar longe um do outro, o que Vivi não esperava é que toda a fachada de bad boy do Rafa era completamente verdadeira e até mesmo pior do que ela esperava. Os palavrões, as tatuagens e a bebida não são nem o começo dele e tudo é muito mais complicado do que parece. O amor dos dois é tudo que segura o menino, mas as vezes não é o suficiente, afinal para ser salvo precisa querer. Rafa ainda apanhando muito mais da vida e Vivi vai junto em cada tombo, a conexão entre eles é forte e tudo, mas será que aguenta?
"– Eu te amo, porr*! (...)
– Ótimo, você me faz querer ser o cara bom e eu te faço falar palavrão. Repete vai...
– O quê? Que eu te amo ou porr*?"
Página 256
O livro é muito real. Acho que esse é o motivo de eu ter demorado tanto (ok, três dias, rs) para ler, afinal eu precisava parar as vezes para respirar. Em muitos momentos você para e pensa: Isso é muito exagerado, mas não é. Aí que tudo fica ainda mais pesado, quando você percebe que o que eles – principalmente ele – vivem é real sim. Rafael não me conquistou, é um personagem marcante e que ainda está em minha cabeça, mas não teve um efeito estilo Travis (Belo Desastre), Will (Slammed), Ian (Perdida), Maxon (A Seleção) e afins. Vivi é uma personagem muito forte, mas ao mesmo tempo não entendi muitas das escolhas que ela fez. Me diverti muito com as amigas malucas da personagem principal e ri ainda mais com a prima dela, Fernanda. O avô de Vivi também é um personagem muito importante e preciso contar que passei o livro inteiro o odiando para, nas últimas páginas, gostar demais dele, rs. Em alguns momentos a história parece muito corrida, mas você acostuma com isso. O que me irritou um pouco foi o fato de que a personagem principal cita o pai, ou uma frase dele, a pelo menos cada duas páginas. Ok, supera.
Acho que nem preciso falar – pela terceira vez – que é um New Adult, né? Preciso, rs O livro tem muitos palavrões (inclusive a fala mais marcante do casal principal é composta por um palavrão, rs), cenas muitos fortes emocionalmente falando, cenas muitos fortes no sentido de sexo e cenas ainda mais fortes no sentido de realidade. Ou seja, comece o livro sabendo que em alguns momentos vai ser complicado até de respirar. Eu ri, chorei e fiquei preocupada com os personagens, sério. Ah, uma coisa legal é que todo capítulo começa com uma música e cada capítulo é de uma visão diferente, hora vemos o lado da Vivi e hora vemos o lado do Rafa. Se você, assim como eu, gosta de livros new adults precisa desse para ontem, ainda mais porque ele é brasileiríssimo! Ponto para a literatura nacional.
As Batidas Perdidas do Coração
Autora: Bianca Briones
Editora: Verus
Páginas: 406