quinta-feira, 15 de julho de 2021

Minha Versão de Você (Christina Lauren)

Esse livro fez parte da leitura coletiva de junho aqui do blog e tem um vlog de leitura (sem spoilers) dele e uma LIVE (com spoilers) também e tudo lá no canal. No começo do ano me indicaram esse livro e logo baixei ele pelo Unlimited do Kindle, mas a verdade é que a capa não me chamou muito a atenção e ele ficou ali por um bom tempo esperando. Até que quando fui escolher a leitura coletiva do mês de junho, eu li com mais calma a sinopse e achei que seria uma escolha perfeita para o mês do orgulho. De fato, foi. No final das contas, o livro que é para maiores de quatorze anos, ficou com quatro estrelas, mas não vou negar que já pensei muitas vezes em subir para quatro estrelas e meia. Aí eu lembro que o começo foi beeeeem enrolado e volto com a ideia e, por isso, fechamos com quatro mesmo (haha). Tirando esse começo que comentei, o livro é completamente devorável e muito bem escrito. Trata de assuntos muito importantes e tudo de uma forma muito responsável e muito natural também. Temos um livro LGBTQIAP+ que fala sobre descobertas, primeiros amores, corações quebrados e religião. E, como falei, tudo de uma forma muito bem pensada (falei muitos sobre isso na live que teve). Enfim, se joga nessa leitura que te deixa com o coração bem quentinho no final das contas e ainda te faz pensar sobre muitas coisas pelo caminho.

Tanner sempre lidou muito bem com sua bissexualidade e sua família sempre viu isso de uma maneira natural (como de fato é), mas precisou voltar de certa forma para o armário quando se mudou para uma cidade pequena com a família por conta do trabalho de sua mãe. Em Utah, numa cidade feita basicamente de mórmons, ele não tinha como colocar tudo que sentia para fora sem ser colocado para baixo por isso. Por isso, ele estava contando os dias para se formar no ensino médio e ir para uma faculdade em que poderia voltar a ser totalmente quem era. O que ele não imaginava, era que teria uma pedra em seu caminho no formato de um seminário da escola. Uma matéria que levava os alunos a escreverem um livro em quatro meses (!!!!) e cujo a nota importava demais. Onde ele tinha ido se meter? 

Ele não tinha ideia do que escrever e nem mesmo de como começar, tinha ido parar ali para acompanhar sua melhor amiga, mas as coisas estavam saindo do controle. Foi aí que ele conheceu Sebastian. Um ex-aluno do curso em questão que tinha escrito um livro tão fantástico que seria até mesmo publicado e, a convite do professor, tinha voltado para auxiliar os alunos nesse projeto. Escrever um livro era bem complicado, mas se apaixonar por Sebastian foi bem rápido. O problema era que Seb era filho do bispo dos mórmons na cidade e tinha muita dificuldade em aceitar o que estava sentindo. Ele também estava muito apaixonado por Tanner, mas tudo dentro dele e tudo que ele entendia da vida gritava que aquilo era errado. Ele precisaria entender de fato quem é para poder começar a entender o que ele queria no seu futuro. Enquanto isso, Tanner começa a escrever uma autobiografia sobre como está sendo se apaixonar... mas em algum momento ele precisa entregar esse livro.

Tanner é um personagem principal fantástico e como sempre teve um entendimento muito legal sobre sua bissexualidade, ele consegue passar algumas ideias muito importantes e legais durante o livro. E com isso precisamos comentar sobre a relação incrível que ele tem com os pais e o amor, carinho e apoio que ele recebe dos dois. Por outro lado, vemos tudo que Sebastian passa com sua família e tudo que ele sempre acreditou que era certo. A batalha interna que ele passa durante o livro te faz ter vontade de entrar na história só para dar um abraço nele. A melhor amiga de Tanner, Autumn, também aparece bastante e merece ser citada aqui, mas ela também faz parte da cena mais nada a ver com nada do livro e eu precisava deixar isso registrado (mesmo sem explicar para não dar spoilers, rs). Eu amei a irmã do Tanner também e acho, inclusive, que ela merecia ter tido mais destaque. Ela era uma ótima personagem secundária. Bem debochada e eu adoro isso (e sempre comento, vocês ainda me aguentam?).

Sou católica e, por mais que minha religião vá por um caminho bem diferente dos Mórmons do livro, amei a relação que Sebastian tem com Deus e concordo demais com muitas falas que vemos no livro sobre o amor de Deus e de tudo sobre isso. Não achei que foi algo que faltou com respeito, muito pelo contrário, é algo muito bem escrito... por mais que em alguns momentos o livro perca o ritmo (no começo, como comentei) por parecer um manual do que é ser mórmon (muitas explicações, sabe?). Entendo a necessidade de explicar muitas coisas, uma vez que é uma religião pouco conhecida, ainda mais por aqui, mas tinha hora que era um pouco demais. Em resumo, eu adorei o livro e foi uma leitura muito proveitosa. Vi muitas coisas com muitos olhares diferentes e acredito que isso tenha feito tudo valer ainda mais a pena. Adorei o final, por mais que fique algumas coisas em aberto. Indico muito a leitura e fiquei curiosa para ler outras coisas das autoras (que assinam como se fossem uma pessoa só, mas são duas, rs).


minha versão de você
AUTOR(A): christina lauren
EDITORA: Hoo editora
PÁGINAS: 320
SKOOB DO LIVRO.
MEU SKOOB.

segunda-feira, 12 de julho de 2021

A Voz do Arqueiro (Mia Sheridan)


Esse é mais um dos muitos livros que pode te afastar pela capa e, de fato, ele é um livro com conteúdo para maiores, mas vai tão além disso. Nunca tinha lido nada da autora, mas me surpreendi demais com a escrita leve e com uma vibes de Brittainy C. Cherry (lembra muito o enredo de Vergonha, por exemplo) e Colleen Hoover. Um livro muito devorável, mas que também trata de assuntos sérios e, em muitos momentos, acaba com seu coração e você ama cada momento disso. Pensando nisso tudo, é claro que o livro acabou com cinco estrelas e eu adorei a leitura. O livro faz parte de uma série que se inspira nos signos do zodíaco e nesse aqui, temos a mitologia de Sagitário. Antes que eu me esqueça, temos também mais um livro que o nome faz muito mais sentido em inglês (mas que foi traduzido de forma que perde um pouco desse sentido). Archer's Voice, do original, tem muito a ver com o signo sim (e, com isso, o "arqueiro" faz sentido), mas tem muita ligação com o nome do personagem principal que é Archer e tem dificuldade de fala e esse é um dos muitos assuntos abordados na história. Ok, deixando meu lado gramatical (chato), vamos seguir com a vida. Lembrando que é um livro para maiores de idade, ok?

Bree passou por muitos traumas nos últimos meses e acabou perdendo um pouco da sua alegria de viver. Tentando resgatar o seu amor pela vida, ela acaba embarcando em uma viagem sozinha para uma cidade pequena do Maine, de onde ela tinha boas lembranças de quando era criança, para viver um pouco sem ninguém conhecendo sua história. Com uma casinha perto do lago, ela decide ficar um tempo por ali e ver no que isso poderia dar. Em pouco tempo, ela acaba percebendo que a cidade pequena tem muita gente que gosta de saber da vida de todos por ali e, principalmente, gostam muito de falar de Archer, o grande mistério do lugar. Um cara que vive na sua e não conversa com ninguém, mas que faz parte da família que é dona de basicamente todos os imóveis da cidade. Um dia eles se encontram por acaso e ela fica completamente curiosa e encatanda para conhecer mais sobre ele.

Assim como Bree, Archer já passou por muitas coisas em sua vida e carrega traumas que nunca conseguiu entender ou trabalhar. Além disso, por conta de uma das coisas que passou quando era mais novo, ele não consegue mais falar e poucas pessoas se esforçam para entendê-lo. Por sorte, Bree conhecia muito bem a linguagem de sinais, que usava com seu pai, e logo de cara decidiu que faria companhia para o grande mistério da cidade. Os dois vão lidando com as cicatrizes que os trouxeram até aquele momento e Archer vai entendendo que mesmo que não consiga falar com sua voz, não precisava viver uma vida silenciosa e afastada. Bree logo conquista o carinho de muitos na cidade e, até mesmo, chama a atenção de um dos policiais que trabalha ali, que por um acaso é primo de Archer e não estava nada feliz de ver que seu primo estava tendo mais atenção que ele. Entre muita aprendizagem, choro, carinho e um amor que é capaz de salvar, vamos vendo essa história se desenvolver.

Como Archer foi criado quase que escondido da sociedade, ele aprende muito sobre muitas coisas com Bree de um jeito leve e que deixa a história absurdamente fofa. Bree é uma personagem absurdamente forte e que é muito legal de acompanhar o crescimento dela durante a história. Exatamente por isso, comparei esse livro com os livros de Colleen e Brittainy. Além do fato claro de que duas pessoas completamente quebradas por dentro se sentiram atraídas e se apaixonaram, tem isso. O clichê dos clichês que quando bem escrito é um dos meus favoritos (e aqui foi maravilhosamente bem escrito). Todo o drama secundário com a família de Archer e a venda das terras da cidade e o passado de Bree com o que aconteceu com sue pai e com ela mesma (que são fatos diferentes e que, diferente de muitos outros clichês, não tem ligação) também foram muito bem escritos e se encaixaram muito bem dentro de toda a história. Também gostei demais do final, mas acredito que ele não vai agradar todo mundo. E isso é o máximo que posso falar sem dar spoilers, rs. Enfim, um clichê raiz para quem gosta de um drama com personagens com passados turbulentos e muito amor. Se joga.

A voz do arqueiro
AUTOR(A): mia sheridan
EDITORA: arqueiro
PÁGINAS: 336
SKOOB DO LIVRO.
MEU SKOOB.