quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Jogo do Amor e "Ódio" (Sally Thorne)

Eu nunca pensei que esse dia realmente iria chegar, mas aqui estamos nós. O primeiro livro que eu avalio com apenas uma estrela. Normalmente, sou muito chata com isso. Não me sinto bem dando menos de duas estrelas, afinal, o livro foi o trabalho da vida de alguém. Mas tudo tem limites, não é mesmo? Esse daqui testou meus limites (e minha paciência) e aqui estamos nós. Já vou avisar de primeira que o negócio não ficou muito bom para o lado do livro quando, em menos de cinco páginas, eu já dei de cara com comentários gordofóbicos gritantes na história. Como por exemplo, temos a personagem principal, Lucy, falando que gostaria que seu colega de trabalho, Joshua, fosse "feio e gordo", assim seria mais fácil odiar ele. Além de um apelido que ela dá para seu chefe, que se repete durante o livro todo, que também usa o corpo gordo como ofensa. Como uma mulher gorda que lidou com muitas coisas ao longo dos anos, eu posso afirmar que isso me deixou muito incomodada enquanto eu lia. Inclusive, pensei em abandonar o livro (coisa que não faço deve ter uns seis anos). Eu continuei a leitura apenas para poder reclamar com propriedade e escrever essa resenha como um alerta, afinal, até então eu só via comentários positivos sobre essa história. O que me lembra, a gordofobia não foi o único problema. Vou explicar isso melhor ao longo da resenha, mas o livro como um todo é algo bem problemático. Inicialmente, eu queria ler por conta do filme que vai sair (que já tem até trailer), mas acabou que terminei apenas por questão de honra (e ódio) mesmo. Izabela, você está exagerando. Não, não estou. Aqui vão dois trechos que me tiraram do sério (teve mais, mas acredito que esses já vão deixar bem claro onde quero chegar):

"(...) Joshua deveria ser baixo, gordo, com uma fenda nos lábios (...). Mas ele não é assim. Mais uma prova de que não existe justiça nesse mundo". - Página 10

"Abro a boca e ergo a língua como uma paciente com problemas mentais esperando o medicamento." - Página 27

Dito isso, vamos começar com a sinopse (porque não quero nem gastar meus pequenos divertidamentes escrevendo uma descrição da história): Lucy Hutton e Joshua Templeman se odeiam. Não é desgostar. Não é tolerar. É odiar. E eles não têm nenhum problema em demonstrar esses sentimentos em uma série de manobras ritualísticas passivo-agressivas enquanto permanecem sentados um diante do outro, trabalhando como assistentes executivos de uma editora. Lucy não consegue entender a abordagem apática, rígida e meticulosa que Joshua adota ao realizar seu trabalho. Ele, por sua vez, vive desorientado com as roupas coloridas de Lucy, suas excentricidades e seu jeitinho Poliana de levar a vida. Diante da possibilidade de uma promoção, os dois travam uma guerra de egos e Lucy não recua quando o jogo final pode lhe custar o trabalho de seus sonhos. Enquanto isso, a tensão entre o casal segue fervendo, e agora a moça se dá conta de que talvez não sinta ódio por Joshua. E talvez ele também não sinta ódio por Lucy. Ou talvez esse seja só mais um jogo.

Aqui vai ter reclamações, mas não spoilers, ok? Vamos lá. Tudo para eles é um jogo. Se encarar sem virar o rosto durante o trabalho? Um jogo. Reclamar do que o outro falou com o RH da empresa? Outro jogo. Se odiarem? Mais um jogo. Tudo vira uma comeptição sem sentido com eles. Nada disso é saudável e, por mais que muita gente goste dos livros "enemies to lovers" (inimigos que se apaixonam) esse daqui não é bem por esse caminho, por mais que venda essa vibe, uma vez que o tal do ódio dura menos de cem páginas. Logo eles estão em mais um jogo, levemente doido, em que a tensão entre eles é algo absurdo.

Vamos falar sobre Lucy. Eu já peguei um ranço absurdo dos comentários capacitistas e gordofóbicos dela, mas no final acabei com pena da personagem pelo que a autora fez com ela. A personagem tem como único traço de personalidade amar/odiar seu colega de trabalho. Achei a família dela, a história deles em si, fofa... mas meio que acaba aí tudo sobre ela. Ela não tem amigos, não tem vida social, não se relaciona com as pessoas de forma alguma e tudo que ela respira é o colega de trabalho que ela ama odiar. Agora sobre Josh, ele é o boy lixo que fica disfarçado entre as problemáticas que surgem mais para o lado de Lucy. Ele a provoca o tempo todo, dentro do jogo maníaco deles, e tem uma obsessão por controle da vida dela (coisa que vemos de forma gritante no final... sobre a agenda, não é spoiler, mas quem leu vai pegar onde quero chegar).

Acabei de, literalmente, respirar fundo aqui do outro lado da tela. Essa resenha é um desabafo. Eu queria que tivessem me alertado sobre tudo isso, mas tudo que via (e muito ainda vejo) é puro amor e elogios para esse livro que me deixou chocada. Você tem todo direito do mundo de gostar do livro que for, mas se esse é um dos seus favoritos, gostaria de pedir, de coração, que repense baseado em alguns dos pontos que comentei (principalmente sobre o capacitismo e gordofobia). Afinal, se machuca uma pessoa e/ou um grupo de pessoas, coisa boa não pode ser, né?


jogo do amor e "ódio"
AUTOR(A): sally thorne
EDITORA: universo dos livros
PÁGINAS: 400
VLOG DE LEITURA
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terça-feira, 2 de novembro de 2021

Undead Girl Gang (Lily Anderson)

Pensa em um livro absurdamente devorável, divertido e com uma história única que te prende até o final. E com isso nós temos o Undead Girl Gang, que tem muita cara de filme de suspense teen da Netflix, mas com aquela vibe divertida de filme da Sessão da Tarde dos anos 90 (por mais que seja um livro com a história que se passa por agora).  Esse livro foi um achado do feed do Instagram. Ele estava em uma lista com indicações de livros com personagens principais gordas e eu fui logo colocando na wishlist e, quando rolou promoção, comprei. Inclusive, estou eu mesma montando uma lista de livros com personagens principais gordas, em breve compartilho tudo que estou achando (maravilhoso). E já que tocamos nesse assunto, o peso dela é citado de forma "normal", ou seja, é citado porque vivemos numa sociedade que vê necessidade de citar nosso peso em momentos aleatórios. Mas isso não é o ponto central da vida dela e nem do livro (ponto!). O livro lida muito com assuntos importantes, como o luto, a gordofobia, a preconceito contra latinos, preconceito religioso e amizades tóxicas, mas isso tudo de uma forma leve sem perder o foco. Em resumo, já deu para ver que eu amei, dei cinco estrelas e um coração de favorito e acho que todos deveriam ler (editoras nacionais, olhem esse pedido, nunca pedi nada haha).

Mila Flores nunca ligou para o que falavam sobre ela na escola, afinal, sua melhor amiga Riley estava sempre por perto para deixar as coisas mais leves e, claro, para praticar bruxaria com ela. Nada muito fantástico ou sobrenatural, apenas pequenos feitiços com flores e pedras para o mundo delas ser mais leve. Elas nem de fato sabiam se tudo aquilo funcionava mesmo, mas era algo que as unia e que as fazia muito bem. Além do mais, uma coisa que elas haviam aprendido sobre ser Wiccan era a gratidão, então estava tudo sempre ótimo... até que um dia não estava. Riley foi achada morta e, assim como as outras duas meninas mega populares que foram achadas mortas também poucos dias antes, a morte foi colocada como suicídio. Mas isso estava errado. Mila sabia que sua amiga não faria isso, como poderia? Ela nunca ia para o lugar em que seu corpo foi achado, ela estava muito bem pouco tempo antes do acontecimento e, na cabeça de Mila, ela nunca faria algo tão grande sem falar sobre antes com ela. Só tinha uma explicação lógica, é claro: a escola tem um assassino a solta. As três meninas que morreram estavam concorrendo a uma bolsa de estudos que todos queria e, sem elas vivas, mais pessoas estavam perto da conquista. Esse era o caminho lógico para pensar, pelo menos na cabeça de Mila.

E quando tudo isso estava em sua cabeça, um novo livro de magias, que Riley havia encomendado pouco antes de morrer, chega para Mila e ela sente que é um sinal. Um dos feitiços falava sobre um sopro de vida, uma possibilidade de trazer alguém de volta dos mortos por sete dias apenas. Era perfeito! Mila traria sua melhor amiga de volta e, juntas, elas iriam atrás do assassino antes que ele atacasse de novo. O que poderia dar errado (haha)? O problema é que alguma coisa no feitiço sai do controle e, ao mesmo tempo que tudo dá certo, algumas coisas saem um pouco além do esperado. Riley estava de volta, mas junto dela estava também June e Dayton, as meninas populares que nunca foram muito com a cara de Mila. Infelizmente, nenhum das três se lembravam de como haviam morrido e, o que era para ser algo simples (haha) acaba virando uma verdadeira investigação e ligação de pontos. Entre muitas conversas, pedidos de fast food e gatorade (porque é isso que essas zumbis têm vontade de comer, rs) as meninas vão criando uma ligação fantástica e cada vez ficam mais perto de descobrir a verdade.

É um caos, mas é um caos maravilhoso. Ver a amizade de Riley com a Mila e, até mesmo, ver a amizade de June e Dayton crescendo com as duas é fantástico. Claro que tudo dá um aperto no coração, afinal, sabemos que elas só vão ter os setes dias, mas ainda assim é tudo tão maravilhosamente bem escrito que ficamos com aquele quentinho no coração até o final e com o final também. Inclusive, falando no final, PENSA NUM PLOT TWIST DE RESPEITO. É clichê? Muito! Mas ainda assim eu fui completamente surpreendida e fiquei muito em choque quando as coisas se conectaram. Percebi o que estava rolando umas poucas páginas antes da revelação e, ainda assim, fiquei com cara de besta olhando o livro (haha). Você só consegue ficar em paz quando descobre o que rolou e como as coisas vão se resolver. É impossível largar o livro antes disso. E, como comentei, ele é completamente devorável. Ajuda demais o fato de que ele é leve, tem citações pop que fazem muito sentido da história e que deixam tudo mais divertido. Coisas simples, mas que no meio da leitura você começa a rir porque aquele pequeno comentário faz todo sentido do mundo no momento da história. Além disso, as três meninas de zumbi são absurdamente maravilhosas, rs. Elas ficam variando entre a forma "normal" delas e a versão "zumbi" dependendo do quão perto da mila elas estão e é claro que isso rende muitas cenas maravilhosas e hilárias. O livro é indicado para maiores de quatorze anos.

undead girl gang
AUTOR(A): lily anderson
EDITORA: RAZORBILL
PÁGINAS: 320
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quinta-feira, 21 de outubro de 2021

This Coven Won't Break (Isabel Sterling)

Não vou negar que eu estava enrolando para ler a continuação de These Witches Don't Burn (que eu amei), mas acho que comecei a me dar a desculpa de que era porque eu estava esperando o mês das bruxas para ler (e acabou rolando isso mesmo, rs). As desculpas acabaram e eu me joguei na leitura... e amei tanto quanto o primeiro. Acredito que tenha ajudado o fato de que fui com as expectativas bem baixas depois de ler algumas resenhas negativas por aí, mas, ainda assim, o livro entrega o que promete e fica na mesma vibe do primeiro. A história é leve e divertida até mesmo quando tenta se levar a sério. É um livro no melhor dos estilos dos filmes clássicos da sessão da tarde. Muito disso se deve ao fato de que a classificação indicativa dele é de doze anos (e tem isso escrito nele, ponto para a editora gringa), ou seja, a ideia aqui é ser mais leve mesmo. Ok, já deu para entender que é um livro brega e clichê (e isso já deixar claro meu próximo ponto) e que eu gostei demais, porque esse estilo é o meu favorito. Outra coisa importante de deixar claro aqui, é que estamos falando de uma continuação, ou seja, você pode considerar uma coisa ou outra como spoiler, por mais que eu tome muito cuidado com isso, quando se trata de uma continuação é meio complicado de evitar. 

Hannah aprendeu muitas coisas nos últimos meses. As bruxas de sangue, por exemplo, não são todas terríveis, ainda mais considerando que estar ao lado de sua nova namorada sempre fazia muito bem para ela. Em segundo, os caçadores de bruxas estavam soltos por toda parte e prontos para tentar destruir os covens. E eles, ainda por cima, estavam estudando formas de derrubar grupos inteiros de bruxas de uma única vez. Os resultados das tentativas estavam sendo terríveis, uma vez que o que eles acreditavam ser um antídoto, era algo capaz de tirar todos os poderes das bruxas e, dependendo do caso, até mesmo algo pior. Isso tudo no meio de um ano letivo em que Hannah precisava correr atrás de muitas matérias e ainda lidar com o novo relacionamento. Sem esquecer de que ela estava vivendo um grande luto em sua vida, mas não sabendo lidar com todos os seus sentimentos e como aquilo afetava sua ligação com a magia elemental. Agora as bruxas precisam se juntar sem olhar sua origem. Os feiticeiros, os elementais e os de sangue precisam estar todos do mesmo lado. Eles precisam de planos e mais planos para descobrir como chegar na fonte, quase que literalmente, do problema dos caçadores. Para isso, os grandes mestres dos covens precisam contar com a última bruxa que conhecem que sobreviveu ao ataque de um caçador para contar história e que está disponível para ajudar, Hannah, é claro. 

Uma das maiores reclamações que li, nas resenhas que comentei no começo, é que a Veronica não aparece muito. Ahhhhhhhh! É claro que não aparece, meu povo (inclusive, ela não está nem nas cartas da capa desse livro). Ela é a ex-namorada da personagem principal e foi fazer faculdade em outra cidade. Se ela ficasse sendo citada toda hora ficaria bem chato para a atual namorada de Hannah, a Morgan, e, até mesmo, daria a impressão de que o relacionamento não foi superado, o que não é verdade. Quando ela precisou aparecer, para ajudar a resolver todas as tretas que estavam rolando, ela apareceu e foi legal. Mas ela não era o foco, era a Hannah. 

Falando na personagem principal, no vlog de leitura do livro (que sai em tempo real lá no canal do blog de todos os livros que eu leio), até comentei que ela está passando por uma fase Harry Potter aqui nesse livro. Aquela mania de achar que tudo gira em torno dela e de que todos fazem tudo por ela (o que no caso do HP até tem um fundo de verdade, mas aqui tem muito drama e trauma por trás também). Mas não é nada chato demais, é algo que faz parte da personalidade dela e, mais do que isso, que faz sentido com tudo que ela viveu nos últimos meses e tem vivido no momento. O que me lembra que até bruxas precisam de terapia, como bem vemos aqui. Mudando de assunto, por completo, a melhor amiga da personagem principal, Gemma, continua sendo uma ótima personagem que rouba a cena quando aparece. E a Morgan, que agora tem muito mais destaque, também tem ótimo comentários e é uma leitora que traz comentários fantásticos para a história (inclusive, citando Vermelho, Branco e Sangue Azul em um momento, rs). Antes que eu me esqueça, também adorei acompanhar a Alice, mais uma bruxa de sangue. 

Em resumo, é um livro leve e com soluções fáceis, mas ainda assim, me surpreendeu com o final mais que o primeiro. Como comentei no começo, ele entrega o que promete e eu amo esse estilo levemente brega e clichê.

this coven won't break
AUTOR(A): isabel sterling
EDITORA: razorbill
PÁGINAS: 321
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terça-feira, 28 de setembro de 2021

Izabela, Cadê as Resenhas?

Eu escrevo resenhas na internet desde setembro de 2012 e eu amo demais isso, de verdade. Eu amo falar sobre livros e amo mais ainda que o blog virou minha memória digital, mas ao mesmo tempo, muitas coisas mudaram nesse anos todos. Atualmente minha maior plataforma é o TikTok. Depois vem o canal, o Instagram e por último aqui no blog. Eu sempre escrevi pensando em como isso me fazia bem e como que eu gosto de deixar as coisas registradas em algum lugar. Mas de uns tempos para cá virou meio que uma tarefa que era só cobrança (e isso me trava por completo). Os vlogs de leitura que faço quase que semanalmente no canal viraram também resenhas. Afinal, eu faço todo um documentário da leitura e no final falo o que escreveria por aqui. Além disso tudo, meu computador começou a dar sinais de idade (hehehehelp) e ontem alguns pixels dele morreram (o que deixa espaços pretos na tela onde estavam os tais pixels). Nos últimos meses eu trabalhei direto na frente do computador (por conta das aulas estarem todas online) e isso também me deixava sem vontade de sentar para escrever. Quem sabe quando meu computador novo chegar isso mude um pouco... ou quem sabe não. E tudo bem! Mas, Izabela, você falou isso tudo, mas na realidade ainda não falou nada. Eu sei! E sou assim desde sempre (e tudo bem, de novo haha). Eu comecei a escrever esse post com uma ideia e estou aqui na metade dele já com outras novas três ideias. E pode ser que no final das contas nada disso que pensei pelo caminho eu leve para frente. Então vamos por partes, ok? Aqui vão os nomes dos últimos livros que li, mas não estão resenhados aqui no blog (mas todos tem vlog de leitura e basta clicar no título para ir para o vídeo) e o que achei deles.

  1. Para Educar Crianças Feminitas (Chimamanda Ngozi Adichie) - 5★ - 
  2. Sejamos Todos Feminitas (Chimamanda Ngozi Adichie) - 5★ - 
  3. O Perigo de Uma História Única (Chimamanda Ngozi Adichie) - 5★ - 
  4. Sem Escolha (Abbi Glines) - 3,5
  5. Very Good Lives (J. K. Rowling) - 5★ - Esse não teve no vlog, desculpa (hehe)
  6. Quando Te Vejo (Holly miller) - 5
  7. Undercover Bromance ( Lyssa Kay Adams) - 5★ - 
  8. The Bad Beginning (Lemony Snicket) - 5★ - 
  9. Conectadas (Clara Alves) - 5
  10. A Maldição do Espelho (Agatha Christie) - 5
  11. Três Coroas Negras (Kendare Blake) - 3
  12. Amor e Gelato (Jenna Evans Welch) - 4,5
  13. Corte de Espinhos e Rosas (Sarah J. Maas) - 4
  14. The Reptile Room (Lemony Snicket) - 5★ - 
  15. Enquanto Eu Não te Encontro (Pedro Rhuas) - 5★ - 
  16. One Last Stop (Casey McQuinston) - 5★ - 
  17. Obsidiana (Jennifer L. Armentrout) - 2,5
  18. Corte de Névoa e Fúria (Sarah J. Maas) - 4
  19. Um Amor Desastroso (Brittaicy C. Cherry) - 5★ - 
  20. Predestinada (Abbi Glines) - 4
  21. Férias em Taipei (Abigail Hing Wen) - 4
  22. Felix Para Sempre (Kacen Callender) - 5
  23. Resistindo a Um Libertino (Aline Sant'Ana) - 5
  24. Querido Ex (Juan Julian) - 3,5
  25. Um Corpo de Verão (Maria Freitas) - 5★ - 
  26. Perfeitamente Errada (Mariana Pereira) - 4
  27. Honestamente: Sinceramente? (Bruna Zielinski) - 4,5
  28. Reticências (Solaine Chioro) - 4,5★ - O vlog desse vai ao ar no final de semana.
  29. Releitura de Harry Potter do 1 ao 7 (J. K. Rowling) - 5★ - 

Ok, linda organização de post! Inclusive, você encontra todas as resenhas (e vídeos de resenha) que já postei na vida separado por ordem alfabética aqui. Mas e como vai ficar tudo no final das contas? Não sei. Libertador falar isso, sabe? A ideia é continuar com os vlogs de leitura, pois eles têm funcionado muito bem para mim. Mas, além disso, quero resgatar algumas resenhas antigas aqui do blog e repostar numa forma mais atualizada no insta (como se fosse um "Direto do Túnel do Tempo", inclusive, bom nome esse). E quero, quando tiver vontade, postar algumas resenhas aqui no blog também. Em resumo, a regra é não ter regra (haha). Espero que acompanhem essa jornada comigo e que o caminho seja leve e gostoso. Porque o que importa de fato na vida (literária ou não) é aproveitar. 

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Sem Fôlego (Abbi Glines)

Não é segredo para ninguém que Abbi Glines é um grande prazer culposo meu, o famoso guilty pleasure, que é usado para definir livros, filmes e outras coisas assim que, apesar de execradas por crítica e boa parte do público, têm um lugar especial no coração do espectador ou leitor. Eu já li todos os quatorze livros da série Rosemary Beach e li também, mais recentemente, outros livros da autora que me surpreenderam demais (Existência e No Meu Sonho te Amei). Mas precisamos falar a verdade aqui, os livros da Abbi são bem problemáticos (principalmente esses mais antigos em data de publicação) quando o assunto é machismo e relacionamentos bem duvidosos... que ainda assim eu amo. E por isso comentei sobre o prazer culposo (quem nunca?). Esse é o primeiro livro da série Sea Breeze, mas aqui no Brasil a série parou no segundo livro (que também li e que a resenha vai sair em breve). Temos nessa "nova" série todos os ingredientes que fizeram a outra série famosa da autora, que já citei, bombar, mas acho que depois de tantos anos lendo os clichês dela, eu esperava ou pouco mais. Não quer dizer que é ruim, ou melhor, pode ser que seja, mas eu esperava um pouco mais da escrita da autora (que tinha melhorado tanto na reta final da outra série e que até mesmo luta no livro para não ser problemática nos relacionamentos que escreve... e algumas vezes consegue) que no final o livro ficou com quatro estrelas. Importante lembrar que estamos falando de um livro para maiores de dezesseis anos.

Sadie se mudou para a cidade de Sea Breeze com sua mãe, que está grávida, pois as duas precisavam de dinheiro para pagar as contas e, por lá, a mãe dela tinha um emprego garantido como doméstica em uma casa de uma família muito rica. O problema, é que a mãe de Sadie não sabe o que a palavra responsabilidade significa e, como está entrando na reta final de sua gravidez (que poderia ter sido evitada) ela acaba se recusando a trabalhar e, com isso, sobra para a adolescente, que está de férias escolares, trabalhar no lugar da mãe. Em tese, o pessoal da casa não gosta que jovens trabalhem lá por conta de um dos chefes da casa, mas a menina se mostrou boa de trabalho e estava disposta a obedecer todas as regras muito bem para poder manter o emprego. O que estava acontecendo ali, de fato, era que a casa era de um dos astros do rock jovem mais famosos do mundo, Jax Stone. 

De primeira, Sadie realmente não vê nada demais no roqueiro famoso, mas ele logo se sente muito atraído por ela e todo o fato de que seria algo errado, uma vez que ela trabalhava para ele, torna tudo ainda mais atrativo para ele. Enquanto isso, Sadie conhece Marcus. Um jovem que também está trabalhando na mansão e que logo se apaixona por ela. Mesmo o vendo só como um grande amigo, ela fica bem dividida sobre tudo que está acontecendo. O verão vai passando e Jax acaba conquistando Sadie, mas eles sabiam que esse relacionamento tinha uma data de validade. Mais do que isso, Jax sabia que ela merecia alguém bem melhor que ele. O problema, é que a ligação deles é infinitamente mais forte do que imaginavam e toda a separação deixa ambos sem fôlego (hehe). Será que vale a pena lutar por esse relacionamento mesmo vivendo em mundos tão diferentes?

O livro tem aquela carinha de fanfic que eu pessoalmente adoro. Sabe quando tem um famoso para o meio, muitas tretas causadas por fofocas e jornais e tudo mais? Amo! Ao mesmo tempo, Abbi acaba forçando um relacionamento em que a personagem principal é muito boba. O mesmo que aconteceu em tantos outros livros dela (como o famoso Paixão Sem Limites). Sadie era muito esperta, trabalhadora e já tinha passado por muitas coisas, mas ao mesmo tempo em alguns assuntos ela parecia uma criança que ainda tinha muito para aprender, sabe? E, com isso, em muitos momentos Jax acaba parecendo tirar proveito do fato dela ser desatenta e distraída. O que me lembra, que ele já era maior de idade e ela não (mesmo sendo coisa de dois ou três anos de diferença, isso me deixou meio bleh durante toda a leitura). Inclusive, esse foi um dos livros que eu acabei torcendo contra o casal principal, mesmo sabendo que o Marcus teria um livro só dele depois, eu queria eles juntos. Porque ele era tão mais legal e com noção (e sobre o livro dele, bom, teremos outra resenha em breve). 

Já que estou problematizando mesmo, todo o drama da separação deles no meio da história (que acontece como o esperado em todo bom e velho clichê... e que está na sinopse) foi forçado num nível que está me fazendo pensar se troco a nota desse livro para três e meio (socorro) ou não. Sério, é algo muito complicado e que, junto com tudo que Sadie estava vivendo com sua família, fica ainda mais doido. Mas vou manter a nota (e parar de pensar nisso agora, rs). Enfim, um livro para quem ama clichês duvidosos (tipo eu, hehe) e está querendo ler algo leve, que não vai te fazer pensar muito e que, no final das contas, até que vale a pena.

SEM FÔLEGO
AUTOR(A): ABBI GLINES
EDITORA: ARQUEIRO
PÁGINAS: 272
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terça-feira, 10 de agosto de 2021

De Repente Adolescente (Vários Autores)

Adoro livros com vários contos assim dentro de um tema em comum. São leituras leves e que, normalmente, te fazem conhecer autores bem legais. No caso, eu já conhecia alguns dos autores, mas tive também muitas surpresas agradáveis por aqui. Temos um livro que foca nos dramas, amores e vivências no geral de um adolescente brasileiro e é uma delícia ler sobre essa época, mesmo já estando bem longe dessa realidade (hehe). Os contos são bem variados e as escritas e estilos também, o que garante que pelo menos um deles vai te prender demais e mais de um você vai gostar muito. Ao mesmo tempo, isso não garante que vai gostar de todos, não que não sejam bons, mas, como falei, os estilos são bem diferentes. No caso, eu gostei muito mesmo de dois dos contos, mas também gostei muito de outros quatro. Enquanto isso, os outros quatro foram leituras legais, mas não foram muito meu tipo. Juntando todos esses fatores, o livro acabou com quatro estrelas e meia (e com eu comprando livros dos autores que gostei mais dos contos também, rs). É uma leitura bem leve e divertida, além de ser indicada para maiores de onze anos (belezura).

Temos dez contos que, por caminhos diferentes, focam na vida do pré-adolescente e do adolescente na nossa realidade. Entre jovens que estão lidando com a separação e briga constante dos pais, jovens que estão se apaixonando pela primeira vez, jovens que estão lutando pelo que acreditam e outras coisas, temos até mesmo a formação de um estado brasileiro e as vivências de uma jovem indígena. Como falei, tem assunto para agradar tudo e todos e de uma forma bem leve. Como falar dos dez seria bem complicado e por serem contos tudo pode acabar virando spoiler, vou focar aqui nos meus dois favoritos: Agulhas e Bolinhas, do Vitor Martins e A Revolta dos Salgados, da Iris Figueiredo.

No primeiro citado (que é o último do livro) temos a escrita contagiante, leve e devorável do Vitor. Um conto LGBT+ focado nas primeiras descobertas de quem de fato você é e como tudo é tão simples e puro. Um menino que acaba indo aprender a bordar para lidar com todos os sentimentos que guarda dentro dele (inclusive, a perda de um ente muito querido) e por lá encontra bem mais que linhas e agulhas. Encontra algo que realmente gosta, um novo amigo e também o cachorro mais brincalhão do mundo todo. No segundo citado (que é o terceiro do livro), temos a história de uma jovem que quer salvar a biblioteca da escola e, para conseguir isso, acaba no meio de uma candidatura a representante de turma na escola. Uma eleição muito acirrada que acaba com compra devotos (com salgado da cantina!), muita parceria dos colegas de sala e muitos posts divertidos e trocas de mensagem, que deixam o conto devorável e bem delícia de ler. Sem esquecer que todo o envolvimento da biblioteca na história deixa um quentinho no coração.

Como sei que são curiosos (como eu), os outros contos que gostei muito foram: Eu Estou Aqui (Clara Alves), A Última Suspeita (Camila Fremder), Casa Nova (Keka Reis) e Segunda Chance (Lully Trigo). Os outros são tão bons quanto, mas, como comentei, não foram muito meu estilo de leitura (e isso acontece!). E realmente uma leitura muito leve e rápida, além de que vale a pena para todas as idades. Para quem está vivendo esse momento e para quem já viveu (meu caso!). E aí, já leu? Qual foi o seu favorito? 


de repente adolescente
AUTOR(A): vários autores
EDITORA: seguinte
PÁGINAS: 256
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quinta-feira, 15 de julho de 2021

Minha Versão de Você (Christina Lauren)

Esse livro fez parte da leitura coletiva de junho aqui do blog e tem um vlog de leitura (sem spoilers) dele e uma LIVE (com spoilers) também e tudo lá no canal. No começo do ano me indicaram esse livro e logo baixei ele pelo Unlimited do Kindle, mas a verdade é que a capa não me chamou muito a atenção e ele ficou ali por um bom tempo esperando. Até que quando fui escolher a leitura coletiva do mês de junho, eu li com mais calma a sinopse e achei que seria uma escolha perfeita para o mês do orgulho. De fato, foi. No final das contas, o livro que é para maiores de quatorze anos, ficou com quatro estrelas, mas não vou negar que já pensei muitas vezes em subir para quatro estrelas e meia. Aí eu lembro que o começo foi beeeeem enrolado e volto com a ideia e, por isso, fechamos com quatro mesmo (haha). Tirando esse começo que comentei, o livro é completamente devorável e muito bem escrito. Trata de assuntos muito importantes e tudo de uma forma muito responsável e muito natural também. Temos um livro LGBTQIAP+ que fala sobre descobertas, primeiros amores, corações quebrados e religião. E, como falei, tudo de uma forma muito bem pensada (falei muitos sobre isso na live que teve). Enfim, se joga nessa leitura que te deixa com o coração bem quentinho no final das contas e ainda te faz pensar sobre muitas coisas pelo caminho.

Tanner sempre lidou muito bem com sua bissexualidade e sua família sempre viu isso de uma maneira natural (como de fato é), mas precisou voltar de certa forma para o armário quando se mudou para uma cidade pequena com a família por conta do trabalho de sua mãe. Em Utah, numa cidade feita basicamente de mórmons, ele não tinha como colocar tudo que sentia para fora sem ser colocado para baixo por isso. Por isso, ele estava contando os dias para se formar no ensino médio e ir para uma faculdade em que poderia voltar a ser totalmente quem era. O que ele não imaginava, era que teria uma pedra em seu caminho no formato de um seminário da escola. Uma matéria que levava os alunos a escreverem um livro em quatro meses (!!!!) e cujo a nota importava demais. Onde ele tinha ido se meter? 

Ele não tinha ideia do que escrever e nem mesmo de como começar, tinha ido parar ali para acompanhar sua melhor amiga, mas as coisas estavam saindo do controle. Foi aí que ele conheceu Sebastian. Um ex-aluno do curso em questão que tinha escrito um livro tão fantástico que seria até mesmo publicado e, a convite do professor, tinha voltado para auxiliar os alunos nesse projeto. Escrever um livro era bem complicado, mas se apaixonar por Sebastian foi bem rápido. O problema era que Seb era filho do bispo dos mórmons na cidade e tinha muita dificuldade em aceitar o que estava sentindo. Ele também estava muito apaixonado por Tanner, mas tudo dentro dele e tudo que ele entendia da vida gritava que aquilo era errado. Ele precisaria entender de fato quem é para poder começar a entender o que ele queria no seu futuro. Enquanto isso, Tanner começa a escrever uma autobiografia sobre como está sendo se apaixonar... mas em algum momento ele precisa entregar esse livro.

Tanner é um personagem principal fantástico e como sempre teve um entendimento muito legal sobre sua bissexualidade, ele consegue passar algumas ideias muito importantes e legais durante o livro. E com isso precisamos comentar sobre a relação incrível que ele tem com os pais e o amor, carinho e apoio que ele recebe dos dois. Por outro lado, vemos tudo que Sebastian passa com sua família e tudo que ele sempre acreditou que era certo. A batalha interna que ele passa durante o livro te faz ter vontade de entrar na história só para dar um abraço nele. A melhor amiga de Tanner, Autumn, também aparece bastante e merece ser citada aqui, mas ela também faz parte da cena mais nada a ver com nada do livro e eu precisava deixar isso registrado (mesmo sem explicar para não dar spoilers, rs). Eu amei a irmã do Tanner também e acho, inclusive, que ela merecia ter tido mais destaque. Ela era uma ótima personagem secundária. Bem debochada e eu adoro isso (e sempre comento, vocês ainda me aguentam?).

Sou católica e, por mais que minha religião vá por um caminho bem diferente dos Mórmons do livro, amei a relação que Sebastian tem com Deus e concordo demais com muitas falas que vemos no livro sobre o amor de Deus e de tudo sobre isso. Não achei que foi algo que faltou com respeito, muito pelo contrário, é algo muito bem escrito... por mais que em alguns momentos o livro perca o ritmo (no começo, como comentei) por parecer um manual do que é ser mórmon (muitas explicações, sabe?). Entendo a necessidade de explicar muitas coisas, uma vez que é uma religião pouco conhecida, ainda mais por aqui, mas tinha hora que era um pouco demais. Em resumo, eu adorei o livro e foi uma leitura muito proveitosa. Vi muitas coisas com muitos olhares diferentes e acredito que isso tenha feito tudo valer ainda mais a pena. Adorei o final, por mais que fique algumas coisas em aberto. Indico muito a leitura e fiquei curiosa para ler outras coisas das autoras (que assinam como se fossem uma pessoa só, mas são duas, rs).


minha versão de você
AUTOR(A): christina lauren
EDITORA: Hoo editora
PÁGINAS: 320
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segunda-feira, 12 de julho de 2021

A Voz do Arqueiro (Mia Sheridan)


Esse é mais um dos muitos livros que pode te afastar pela capa e, de fato, ele é um livro com conteúdo para maiores, mas vai tão além disso. Nunca tinha lido nada da autora, mas me surpreendi demais com a escrita leve e com uma vibes de Brittainy C. Cherry (lembra muito o enredo de Vergonha, por exemplo) e Colleen Hoover. Um livro muito devorável, mas que também trata de assuntos sérios e, em muitos momentos, acaba com seu coração e você ama cada momento disso. Pensando nisso tudo, é claro que o livro acabou com cinco estrelas e eu adorei a leitura. O livro faz parte de uma série que se inspira nos signos do zodíaco e nesse aqui, temos a mitologia de Sagitário. Antes que eu me esqueça, temos também mais um livro que o nome faz muito mais sentido em inglês (mas que foi traduzido de forma que perde um pouco desse sentido). Archer's Voice, do original, tem muito a ver com o signo sim (e, com isso, o "arqueiro" faz sentido), mas tem muita ligação com o nome do personagem principal que é Archer e tem dificuldade de fala e esse é um dos muitos assuntos abordados na história. Ok, deixando meu lado gramatical (chato), vamos seguir com a vida. Lembrando que é um livro para maiores de idade, ok?

Bree passou por muitos traumas nos últimos meses e acabou perdendo um pouco da sua alegria de viver. Tentando resgatar o seu amor pela vida, ela acaba embarcando em uma viagem sozinha para uma cidade pequena do Maine, de onde ela tinha boas lembranças de quando era criança, para viver um pouco sem ninguém conhecendo sua história. Com uma casinha perto do lago, ela decide ficar um tempo por ali e ver no que isso poderia dar. Em pouco tempo, ela acaba percebendo que a cidade pequena tem muita gente que gosta de saber da vida de todos por ali e, principalmente, gostam muito de falar de Archer, o grande mistério do lugar. Um cara que vive na sua e não conversa com ninguém, mas que faz parte da família que é dona de basicamente todos os imóveis da cidade. Um dia eles se encontram por acaso e ela fica completamente curiosa e encatanda para conhecer mais sobre ele.

Assim como Bree, Archer já passou por muitas coisas em sua vida e carrega traumas que nunca conseguiu entender ou trabalhar. Além disso, por conta de uma das coisas que passou quando era mais novo, ele não consegue mais falar e poucas pessoas se esforçam para entendê-lo. Por sorte, Bree conhecia muito bem a linguagem de sinais, que usava com seu pai, e logo de cara decidiu que faria companhia para o grande mistério da cidade. Os dois vão lidando com as cicatrizes que os trouxeram até aquele momento e Archer vai entendendo que mesmo que não consiga falar com sua voz, não precisava viver uma vida silenciosa e afastada. Bree logo conquista o carinho de muitos na cidade e, até mesmo, chama a atenção de um dos policiais que trabalha ali, que por um acaso é primo de Archer e não estava nada feliz de ver que seu primo estava tendo mais atenção que ele. Entre muita aprendizagem, choro, carinho e um amor que é capaz de salvar, vamos vendo essa história se desenvolver.

Como Archer foi criado quase que escondido da sociedade, ele aprende muito sobre muitas coisas com Bree de um jeito leve e que deixa a história absurdamente fofa. Bree é uma personagem absurdamente forte e que é muito legal de acompanhar o crescimento dela durante a história. Exatamente por isso, comparei esse livro com os livros de Colleen e Brittainy. Além do fato claro de que duas pessoas completamente quebradas por dentro se sentiram atraídas e se apaixonaram, tem isso. O clichê dos clichês que quando bem escrito é um dos meus favoritos (e aqui foi maravilhosamente bem escrito). Todo o drama secundário com a família de Archer e a venda das terras da cidade e o passado de Bree com o que aconteceu com sue pai e com ela mesma (que são fatos diferentes e que, diferente de muitos outros clichês, não tem ligação) também foram muito bem escritos e se encaixaram muito bem dentro de toda a história. Também gostei demais do final, mas acredito que ele não vai agradar todo mundo. E isso é o máximo que posso falar sem dar spoilers, rs. Enfim, um clichê raiz para quem gosta de um drama com personagens com passados turbulentos e muito amor. Se joga.

A voz do arqueiro
AUTOR(A): mia sheridan
EDITORA: arqueiro
PÁGINAS: 336
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terça-feira, 29 de junho de 2021

Jogos de Herança (Jennifer Lynn Barnes)

Esse livro me surpreendeu demais e foi uma loucura acompanhar todas as descobertas e entender tudo que estava acontecendo na mansão Hawthorne. É um livro de suspense e lógica, mas tem uma vibe de romance adolescente que é completamente devorável. Tenho me aventurado aos poucos com os livros de suspense e esse daqui é uma ótima indicação para quem quer começar de leve (mas ainda assim bagunçando a cabeça) como eu. Depois de, recentemente, ler Agatha Christie eu percebi que é um estilo de livro que por muito tempo ignorei, mas que escolhendo direitinho a leitura eu posso gostar demais.  Falando nisso, a leitura desse livro é absurdamente rápida e, por mais que tenha muitos capítulos, todos são relativamente curtos e muito fluídos. É o tipo de história que você embala e quando percebe já passou da metade. O livro ficou com cinco estrelas e é indicado para maiores de treze anos.

Avery não tem nada além de planos para seu futuro. Ela no momento se preocupa apenas em sobreviver e ajudar com as contas da casa que divide com a meia-irmã mais velha. Ela cresceu sem nada e, após perder sua mãe por conta de problemas de saúde, ela se viu ainda mais perdida no mundo. Sempre trabalhou muito e ia bem na escola por conta de seu raciocínio lógico rápido. Sua vida muda de um segundo para o outro ao descobrir que seu nome estava no testamento de um dos maiores bilionários do país. Mesmo sem nunca nem ter ouvido falar sobre ele, Avery descobre que Tobias Hawthorne deixou grande parte da sua fortuna para ela. Mas as coisas não seriam simples, afinal, a família dele estava também nessa jogada e não estava nem um pouco feliz com uma completa estranha ficando com tudo que eles acreditavam que seria deles. Tobias, por outro lado, havia sido muito esperto em arquitetar todo esse esquema para que Avery tivesse segurança, advogados e não caísse nas armadilhas dos parentes do rico que queriam tudo. 

Além de toda essa loucura, ela precisaria morar na Mansão Hawthorne, a casa da família que era conhecida por ser uma verdadeira atração. Passagens secretas, enigmas para abrir portas, túneis, lagos, florestas e tudo mais que poderíamos imaginar estavam dentro daquela propriedade. Se Avery conseguisse ficar um ano lá, aguentando a família de Tobias tentando destruí-la, o dinheiro seria todo dela. Para completar o pacote, os quatro netos dele estariam na casa também e todos estavam prontos para o que parecia ser a última jogada do avô. Tobias Hawthorne era conhecido por criar enigmas e jogos para bagunças a cabeça de todos e os netos acreditavam que a Avery ali era a última jogada dele.

Avery tem uma coisa que eu simplesmente amo em personagens, ela é debochada. No meio de todo esse caos que virou a vida dela, ela consegue soltar comentários que são certeiros e geniais. Entre os personagens que se destacam, além da principal, nós temos os quatro netos de Tobias. Gray, Jameson, Xander e Nash. Os que se destacam mais são Gray e Jameson, que acabam tendo mais interações com a personagem principal e participam mais ativamente para tentar descobrir o que o avô tinha deixado como cartada final. Além deles, temos também como destaque o segurança de Avery, que acaba aparecendo bastante, e a irmã mais velha dela. Não podemos esquecer, é claro, da melhor amiga, Max, dela que era o alívio cômico (sem ser forçado) do livro. Como não podia falar palavrões, por conta dos pais muito rígidos, Max sempre soltava altas pérolas ao se comunicar com a amiga (Sua pata!). No geral, é uma delícia quebrar a cabeça com os personagens e criar teorias para entender tudo que está acontecendo. Exatamente por isso, é bem difícil parar a leitura.

Eu amei o livro e, por isso, ele ficou com as cinco estrelas que comentei. Mas não vou negar que debati muito essa pontuação durante os últimos dias. Afinal, eu fiquei esperando um pouco mais de respostas no final (mesmo sabendo que tem continuação) e acho que esperei por mais enigmas que me fizessem pensar também. Tipo assim, quando os irmãos e a Avery estão juntando as peças desse grande quebra cabeça é bem legal de acompanhar, mas seria ainda mais legal se tivessem mais pistas que fizessem a gente (leitor) tentar brincar de detetive também, sabe? Ainda assim, depois de muito discutir isso comigo mesmo (rs) eu decidi deixar as cinco estrelas porque o livro é absurdamente devorável e, mesmo com esses meus comentários, eu achei a história bem genial. Já que peguei esse final para reclamar (haha) vou comentar que gostei mais da capa gringa também por conter mais elementos da história. A nacional é linda com o tabuleiro que faz todo sentido, mas a original tem muitos elementos legais que conversam muito com a história (tipo a bailarina de cristal!!!!). Enfim, como comentei no começo é um livro absurdamente devorável e eu indico para quem gosta de suspenses leves ou para quem, assim como eu, está se arriscando aos poucos nesse gênero literário. Estou maluca para ler a continuação que vai sair agora no segundo semestre lá fora (ainda sem data por aqui).


jogos de herança
AUTOR(A): jennifer lynn barnes
EDITORA: alt
PÁGINAS: 436
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segunda-feira, 28 de junho de 2021

A Fantástica Fábrica de Chocolate (Roald Dahl)

Sou completamente viciada no filme que foi inspirado nesse livro e fiquei bem chocada quando me dei conta que nunca tinha lido a história. Por mais brega e exagerado que a adaptação mais recente seja, eu simplesmente amo e é aquele filme que uso de conforto, sabe? Acho que só esse ano eu já vi ele umas quatro ou cinco vezes e, de curiosidade, acabei vendo o clássico que foi a primeira versão depois de ler o livro para fazer comparações (que estão por completo no vlog de leitura). Em resumo, é um livro muito leve, rápido de ler e divertido. Ele é uma mescla do que vimos nas adaptações só que, claro, com algumas diferenças e muitos detalhes extras. É um livro indicado para maiores de oito anos e, por isso, geral pode se jogar nessa delícia de história. Por ser um livro curto e uma história já bem conhecida, nem sei muito bem o que falar por aqui (haha), mas vamos seguir o que normalmente faço nas resenhas, não é mesmo?

Charlie é um menino muito pobre. Sua família vive toda junto em uma pequena casa bem quebrada e luta para sobreviver com o pouco que tem. Ainda assim, Charlie é um menino de um bom coração e com muitos sonhos. Ele sempre se demonstra grato pelas coisas que tem e ama passar os dias ao lado de seus avós, que já nem saem mais da cama. Tudo começa a mudar em sua vida quando o grande mestre dos chocolates Willy Wonka resolve criar um grande concurso para escolher cinco crianças para entrarem na sua grande e misteriosa fábrica. Cinco bilhetes dourados seriam espalhados nas barras e doces de todo o mundo e as crianças sortudas passariam um dia na fábrica conhecendo tudo por dentro e ainda ganhariam um grande caminhão de chocolate para levar para casa. Além disso, uma das crianças ganharia um grande prêmio final que era uma grande surpresa. O que nenhuma das crianças e, nem mesmo os adultos, esperavam era que a fábrica não tinha nada de comum e os trabalhadores de lá eram bem incomuns. Para chegar ao final da competição e lucrar o grande prêmio, as crianças vão precisar de muito mais do que sorte.

Como é uma história absurdamente conhecida, além de falar do livro vou comparar um pouco ele com os filmes também. Charlie, como comentei ali em cima, é um menino muito doce, educado e muito (muito mesmo) grato. Isso que o torna um grande campeão (eu deveria colocar um aviso de spoiler aqui?), o fato de que ele tem uma imaginação do tamanho do mundo e um coração ainda maior. No filme de 1971, por outro lado, o Charlie é um pouco diferente e, por mais que de começo vá por um mesmo caminho, muitas das escolhas que ele faz (uma delas que quase lhe custa o prêmio) não combinam com o personagem escrito no livro. Diferente do filme de 2005 que, mesmo com muitas mudanças tecnológicas, é o mais fiel ao livro e eu até vi um vídeo dos bastidores em que o diretor, Tim Burton, comenta sobre essa escolha de ser muito fiel ao livro. 

É um livro infantil, mas que diverte pessoas de todas as idades. Vale a pena mesmo se você não é tão ligado ao filme (como eu, rs) ou mesmo se nunca nem viu os filmes. É um clássico e tem muitos motivos para carregar esse título. Venha comigo e você vai estar em um mundo da imaginação... 


a fantástica fábrica de chocolate
AUTOR(A): Roald Dahl
EDITORA: Martins fontes
PÁGINAS: 176
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sexta-feira, 25 de junho de 2021

Existência (Abbi Glines)

Eu estava enrolando muito para ler esse livro, por mais que eu ame a escrita clichê e levemente duvidosa da autora, porque o livro estava sempre muito caro. Estava me planejando para comprar a versão em inglês pelo kindle, porque estava um pouco mais em conta, quando o preço do livro físico caiu e eu consegui finalmente comprar. E aí então foi só alegria, uhu. E o que mais me chamou a atenção é que o livro tem uma vibe de A Mediadora, da Meg cabot, que eu amo demais (e que é uma série de livros que me marcou muito). Quando soube disso, corri para ler e, de fato, fui muito surpreendida por essa narrativa mais jovem e relativamente calma da Abbi Glines. Isso porque além desse lado sobrenatural da história, da menina que vê e conversa com espíritos, também vamos por um caminho da escrita que lembra muito fanfic e que deixa tudo muito mais devorável, sabe? Aqueles finais de capítulo (e até mesmo o final do próprio livro) que deixam uma bomba no ar que você precisa continuar para descobrir. No final das contas, o livro acabou com quatro estrelas e meia e eu estou bem animada e curiosa para as continuações. O que me fez tirar essa meia estrela foi um pouco do meio para o final do livro, que achei bem parado e bem desconexo com o ritmo do resto da história. Mas quando estamos chegando na reta final as coisas voltam a acontecer de forma frenética e fica bem legal de novo. Diferente dos outros livros da autora, esse daqui é bem tranquilo para leitores maiores de quatorze anos. 

Pagan Moore sempre enxergou almas por onde passava e ela acreditava que elas estavam perdidas e, infelizmente, ela não conseguia fazer muito por elas, uma vez que não conseguia se comunicar diretamente. Aos dezessete anos, Pagan estava lidando muito bem com o fato de que era invisível na reta final de sua vida escolar e que precisava lidar com fantasmas, mas isso estava prestes a mudar. O menino mais popular de sua escola, o jogador Leif, resolveu que precisava de aulas particulares com ela para melhorar suas notas em uma matéria e uma das almas perdidas que estavam pela escola falou com ela diretamente. Assim mesmo, um evento perto do outro para confundir ainda mais sua cabeça. Além disso, porque a vida calma dela estava mesmo ficando para trás, ela sofreu um acidente de carro ao sair mais cedo da escola para fugir de todo o caos que estava acontecendo e foi parar no hospital.

Leife se sentia muito culpado, porque ele e Pagan havia se desentendido antes de ela sair de carro, e resolveu que precisava demonstrar todo amor e carinho que ele tinha para compensar o ocorrido. Enquanto isso o fantasma que falava, que descobrimos que o nome é Dank, resolve fazer companhia para ela também. O mais seguro e confortável é começar um namoro com Leif, mas ela estava a cada dia mais apaixonada e curiosa com Dank. E tudo sai por completo do controle quando descobrimos que ele não é um simples fantasma ou alma errante. Ele é a morte. Pagan começa a ver ainda mais fantasmas que falam diretamente com ela após seu acidente e, ligando os pontos, ela percebe que não deveria ter sobrevivido ao acidente. A hora dela já tinha passado, mas a morte estava quebrando as regras, pois estava apaixonada pela alma da adolescente. E isso não é nem metade de toda loucura...

Os personagens são legais, mas nada fora do comum. De começo, Dank é um ótimo personagem para se acompanhar, mas toda a vibe crepúsculo dele acaba complicado isso. Isso porque, assim como o vampiro Edward, ele fica naquela de que não pode chegar perto nem se apaixonar porque é perigoso demais para ela, mas, ao mesmo tempo, também não consegue mais ficar distante pois já está longe demais. Enfim, acho que deu para entender. Pagan é meio lerda e, com isso, eu estou sendo bem fofa. Porque ela demora uma vida para entender tudo que está rolando e teve hora que eu queria sacodir a menina para ela entender algumas coisas, mas no geral ela é uma boa personagem principal. Leif é um personagem ok, mas que acaba perdendo muito do destaque por conta de todo o drama do vampiro... quero dizer, do Morte. Miranda, a melhor amiga de Pagan, é um alívio cômico bem gostoso de acompanhar e que deixa muitas das cenas mais leves, assim como outro amigo do grupo, o Wyatt.

Recentemente li outro livro da autora (Sem Escolhas, já tem vlog de leitura no canal e a resenha escrita vai sair em breve) e eu tive uma mesma sensação enquanto lia esse daqui: A sinopse entregou demais. É claro que o livro é clichê e vamos descobrindo muitas coisas enquanto ainda estamos nas primeiras páginas, mas muito se perdeu dessas descobertas com a simples frase "Ele é a morte" que está na bendita da sinopse. Seria muito mais legal, na minha opinião, descobrir isso lendo. Acredito que a leitura seria ainda mais devorável se a gente fosse achando que ele realmente era alguma alma perdida que podia se comunicar... mas não. Ele é a morte. Ela ali na capa para todo mundo ler. Isso estragou a leitura? Não, afinal, o livro continuou com quatro estrelas e meia, mas acredito que teria sido mais legal (e essa sou eu sendo chata, acontece). No geral, é um livro devorável, rápido e que te prende até o final... para te deixar ainda asim sem muitas respostas para precisar ler a continuação (acontece, rs). Indico para quem gosta de fantasias sobrenaturais leves e um pouco bregas (eu amo). 


existência
AUTOR(A): abbi glines
EDITORA: charme
PÁGINAS: 216
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quinta-feira, 24 de junho de 2021

A Thousand Boy Kisses (Tillie Cole)

Esse foi o livro da leitura coletiva do mês de maio do blog e eu não vou negar que esperava bem mais dele. Eu já tinha lido outro livro da autora ano passado (Doce Lar) e gostado bastante, a escrita é clichê na medida certa e eu estava bem curiosa para ler esse livro (que anda bem famosinho). Além disso, é um livro que promete te fazer chorar até perder o ar (ou assim dizem, pelo menos), mas eu não chorei. Ok, vamos ser justos aqui. Eu dei uma leve chorada na metade do livro, mas depois eu estava tão focada em algumas problemáticas da história que eu não chorei mais. Inclusive, vale comentar que eu sou muito chorona real e realmente esperava chorar mais. Não que chorar no livro seja um sinal de que ele é bom ou ruim, mas achei válido comentar isso (já que é algo que falam muito sobre essa história). O livro é para maiores de quatorze anos (e isso estava escrito na sinopse dele da versão em inglês que eu li) e tem alguns gatilhos para relacionamento abusivo e doenças terminais. Em resumo, é muito clichê e tem aquela vibe de livro do Nicholas Sparks. Uma vibe, inclusive, que não tenho gostado muito de ler. Já tem coisas tristes demais rolando no mundo no momento e eu quero me esconder no mundo alegre dos livros quando estou lendo (deixa eu me alienar em paz, rs). Para quem quiser entender melhor o que achei, e com spoilers, é só dar uma olhadinha na live que rolou lá no canal. Aqui, como sempre, vamos sem spoilers, ok? 

Poppy recebeu uma missão de sua avó nos últimos momentos que compartilhou com ela. As duas eram companheiras de aventuras e a avó estava deixando um presente para a neta. Ela teria uma vida toda para lotar um potinho com seus beijos de garoto. Mas não seriam simples beijos, não. Precisava ser um beijo que dava aquela sensação de que o coração iria explodir de tanto amor e felicidade para entrar nos papéis de coração daquele potinho. Aos oito anos, Poppy não entendia muito bem ainda o que a avó realmente queria com aquela ideia, mas ela sabia que precisava compartilhar aquilo com seu melhor amigo, Rune. Ele tinha chegado na cidade pouco tempo antes, ele era da Noruega e, quando era ainda menor, Poppy acreditava que ela era um viking e foi assim que eles viraram melhores amigos. Rune logo empolgou na ideia e ali eles decidiram que iam passar a vida lotando aquele potinho com momentos que fazem o coração quase explodir de felicidade.

O problema é que nem tudo segue como o planejado quando Rune descobre, aos quinze anos, que sua família precisaria retornar para o país de origem por conta do trabalho do pai. Os dois já tinham completado uma boa parte dos beijos, mas eles acreditavam que esse tempo distante atrapalharia demais todos os planos que tinham. Foi assim que, por dois longos anos, os melhores amigos e namorados dos beijos do potinho não se falaram. Aos dezessete anos, Rune retorna para a casa ao lado da casa da família de Poppy, mas ele já não é exatamente o mesmo garoto. Logo ele descobre que Poppy também esteve afastada durante todo esse tempo e que, na verdade, ela está escondendo um grande segredo dele que pode mudar todos os os planos que eles já tiveram. Rune estava completamente revoltado com o mundo e, principalmente, com seus pais. Mas ele começa a ver que as coisas são muito mais complexas na vida e que não comandamos nosso destino, apenas nossas escolhas.

Vamos começar com o balde de água fria, ok? Achei o relacionamento dos personagens principais bem problemático e não saudável. Eu sei que a ideia da autora era deixar claro que eles eram um tipo de alma gêmea um do outro e que a vida deles foi feita para que ficassem juntos... mas eles eram crianças, meu Deus! Aí entra outro ponto que ficou demais na minha cabeça durante toda a leitura, a avó dela era muito irresponsável. Entendo que ela estava se despedindo e queria que a neta tivesse uma vida feliz e realizada, mas a vida de uma menina não pode depender de beijos de garoto. Além do que, eu já acho que deveria ser de garotos no plural escrito no potinho ou, ainda, garotos e garotas, porque seria ainda mais justo... mas ainda assim a vida não é sobre isso. Se era algo tão importante assim, que a avó deixasse isso com uma cartinha (que seria ainda mais emocionante e marcante) para a menina abrir quando estivesse numa idade legal para se preocupar com isso. Mas daquele momento em diante a vida dela virou esses beijos e ela tinha apenas oito anos. Sobre o relacionamento não ser saudável, basta ver o que acontece no final e aquele epílogo que eu gostaria de imaginar que nunca aconteceu. Um depender tanto do outro não é algo saudável. Você não precisa de alguém para te completar, ok? Você já é completo e precisa de pessoas para agregarem coisas legais no seu completo.

A vibe badboy do Rune também não colou muito. Acredito que a autora tentou seguir um caminho clichê, que normalmente amo, mas o Rune não conseguiu manter isso (e era parte da narrativa ele não conseguir), mas deixou muita coisa não crível, sabe? Ele não estava sendo um badboy quando estava brigando com o pai, estava só sendo um adolescente mimado que precisava ter ouvido mais nãos na vida. Nossa, falando assim nem dá para entender como que eu dei quatro estrelas para o livro, né? Na realidade, pensei muito em dar três estrelas e meia, principalmente depois de ler aquele epílogo, mas a história em si (mesmo com todas essas coisas que comentei) é muito devorável e, em muitos momentos, muito fofa. É totalmente fácil de entender o sucesso do livro, porque ele é uma receita para que isso aconteça. Mas acho legal ter em mente os detalhes sobre o que realmente é um relacionamento saudável quando for ler esse livro. No mais, indico para pessoas que gostam de livros clichês devoráveis e, principalmente, para pessoas que gostam de um bom drama no maior estilo John Green ou Nicholas Sparks.


A thousand boy kisses
AUTOR(A): Ttillie cole
EDITORA: Amazon kindle
PÁGINAS: 526
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