domingo, 6 de novembro de 2016

Na Estante: Caindo na Real


Pensa num livro que eu estava maluca para ler. Esta aí. Quem acompanha o canal do blog já sabe que sou maluca pela série Segredos da Minha Vida em Hollywood, da autora Jen Calonita. Sou apaixonada por tretas hollywoodianas e ela escreve isso com maestria. Exatamente por isso, fiquei doida quando vi esse livro novo dela por aqui no Brasil. Sabia que viria mais loucuras do por dentro das câmeras e estava contando os segundos para ler tudinho. E valeu cada segundo da espera e da leitura. Mais uma vez, a autora me conquistou e conseguiu mostrar de um jeito leve e até mesmo divertido tudo que acontece entre os famosos e, até mesmo, os que querem ser famosos. Por isso o livro ganhou cinco lindas estrelas no skoob. Yay. Quer conhecer melhor a história? Só continuar lendo a resenha.

Todos nós já paramos para pensar, em algum momento da vida, poxa, minha vida e a dos meus amigos daria uma ótima série. Ok, Charlie nunca tinha pensado isso, mas a vida estava pensando bem diferente dela. Uma menina normal, que estudava todos os dias em um colégio ainda mais normal e trabalhava e um café para juntar o dinheiro da faculdade. O que ela não imaginava, era que sua mais nova fiel cliente do café, Susan, era na verdade de uma TV e estava atrás de novas estrelas teens para um reality tipo o das Kardashians. Ela havia ouvido Charlie cantando pelo café, falando sobre o que sentia pelo colega de escola e contando todas as loucuras que fazia com suas amigas e, exatamente por isso, acreditava que ela era perfeita para a série que queria lançar. Ela só precisava que suas amigas topassem e, claro, que os pais deixassem e, numa passe de mágica, seria a nova estrela de reality da TV americana.

"Como nos tornamos as garotas ideias para 
um reality show (...)?" - Página 49

O dinheiro seria perfeito para pagar a faculdade, mas ela perderia sua privacidade e, pior, poderia acabar perdendo as amigas também, afinal, a TV gosta é de barraco, não de amor e amizade verdadeira. O dinheiro pesa na escolha e é assim que logo as câmeras começam a seguí-la por onde vai. A vida de reality não tem muito de realidade e ela vai logo percebendo isso da pior maneira possível. Os dramas e intrigas começam a pesar e Charlie precisa pensar numa maneira inteligente de lidar com todo o drama real que sua vida virou.

Já disse que amo tretas estilo hollywood? Amo! Adoro ver esse lado por trás das câmeras e todo o drama real das celebridades e sub-celebridades, rs. Adorei conhecer a Charlie e as amigas dela e amei ainda mais ver o por trás do reality delas. Cada amiga também tem uma personalidade muito bem escrita e adorei acompanhar o crescimento delas como personagens na história, sem esquecer, é claro. de Zac, o crush da personagem principal que tem um humor delicioso de ler. Mil ponto para a criação dos personagens desse livro.

Um young adult delícia que mostra que nem tudo é como parece e que, principalmente, as vidas perfeitas que vemos na TV são tudo, menos perfeitas. Uma escrita gostosa e completamente devorável que te deixa querendo mais e ainda imaginando o que mais aconteceu quando a história acaba. Já era fã da autora e agora fiquei ainda mais. Indico e muito!

Caindo na Real
Autora: Jen Calonita
Editora: Galera Record
Páginas: 
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Na Estante: Boa Noite


Eu estava bem curiosa para ler esse livro. A Pam foi uma das primeiras blogueiras literárias que comecei a acompanhar e fiquei bem animada quando descobri que ela lançaria um livro. A animação só cresceu quando fui acompanhando os vídeos dela enquanto escrevia, afinal, estamos falando de um new adult que se passa no nosso querido Brasil. Fiquei ainda ais ansiosa para saber como seria, quais 'marcas' de NA teria e tudo mais. Adorei que ele se passa bem no meio de uma faculdade bem a nossa cara mesmo, mas fiquei um pouco surpresa com a falta de realidade de alguns detalhes. Como acabei de me formar numa faculdade e, para completar, morei numa cidade muito universitária, fiquei boba de ver que muitas das coisas citadas estão mais para American Pie do que faculdades brasileiras, mas é a vida e, de forma geral gostei. O livro ganhou quatro estrelas e, como sempre, vou explicar todos os motivos. O começo achei bem lento e eu não estava vendo um foco na história, mas depois fui me acostumando. Menos blá-blá-blá e mais resenha, ok.

Alina sempre foi a nerd da sala e nunca fez nada fora do normal. Sua família sempre esteve presente em tudo e assim que teve a chance de deixar tudo para trás ela fez sem pensar duas vezes, Faculdade. O lugar em que você pode voltar para a estaca zero e ser quem você sempre quis ser. Ninguém de conhece, os lugares são novos, as experiências são novas e tudo parece diferente. E é assim que Alina começa a nova fase da vida. Tudo começa com a sua mudança para a República das Loucuras, onde ela já faz novos amigos de cara, afinal, dividir casa não é nada fácil, mas com as pessoas certas pode ser completamente divertido e único.

Por fazer engenharia, ela logo sofre muito por ser mulher. Os professores a tratam diferente e como se ela não soubesse nem somar dois com dois. Os colegas de sala fazem questão de diminuí-la e, para completar, nem tudo é tão fácil como parece. As festas universitárias são tão históricas quanto as lendas, mas também são recheadas de bebidas e pegação, coisa que não existia em seu mundo e, de certa forma, parece assustador e ousado demais para tudo que ela já viveu. Mas, espera, essa é a faculdade. A nova estaca zero. Hora da Alina 2.0 entrar em ação e mostrar que de bobinha do interior ela não tem nada. 

"De uma garota que ninguém se preocupava para alguém que está 
em uma lista anônima com conotação sexual." - Página 144

O livro aborda temas importantes e são partes verdadeiras das vidas universitárias. A forma como tudo foi colocado ficou bem legal e, até mesmo, didático, mas sem ficar chato e repetitivo. Era necessário um livro citar e mostrar tudo o que ele mostra. Por mais que algumas das coisas sejam exageradas, continuam sendo verdadeira e, de certa forma, o exagero choca e prende ainda mais a atenção, ou seja, para quem vai entrar na faculdade e lê o livro fica de aviso, mas sem parecer aula chata,

Gostei mais dos personagens secundários do que os principais, mas isso não é a primeira vez que acontece, A culpa é toda da Manu, a amiga doidinha da personagem principal que fala o que pensa quando quer e como quer. Ela deixou o livro bem leve, mesmo nos assuntos mais delicados. A escrita me deixou meio bléh no começo, mas, como comentei no começo, foi porque não parecia ter foco. As primeiras cem páginas mais pareciam um diário de primeiros dias na faculdade do que outra coisa, não tinha algo acontecendo (por isso perdeu uma estrela). Aí depois aconteceu tudo de uma vez só também (haha). De forma geral gostei e indico, principalmente para quem vai se aventurar pelos corredores de uma faculdade pela primeira vez.

Boa Noite
Autora: Pam Gonçalves
Editora: Galera Record
Páginas: 237
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Na Estante: A Garota do Calendário - Março


Aos poucos estou me apaixonando por essa série. Me apeguei a Mia e todo o drama da vida dela. Tudo que ela passa com o pai, a irmã e, claro, os clientes é algo fora de série e, não podemos negar, muito bem pensado e escrito, afinal, poderia ser uma grande loucura sem noção, mas é algo gostoso de acompanhar. Esse foi o primeiro livro da série, dos que li até então, que me prendeu desde o comecinho. Ele é bem mais leve nas primeiras páginas, pois não começa logo com um cliente novo, e, na realidade, o livro todo é diferente e gostei disso. Não era algo esperado e isso me agradou. Se você está perdido da silva, calma, as outras resenhas sobre a série estão aqui. Estamos falando de uma continuação e, por isso, pode considerar uma coisa ou outra aqui como spoiler, cuidado!

Mia segue em sua jornada como garota do calendário para conseguir o dinheiro da dívida que o pai criou em Vegas. Ela sabia que não seria nada fácil, mas já tinha sobrevivido os dois primeiros meses, o terceiro só a deixaria um passo mais perto de acabar com tudo, ou melhor, esse era o jeito positivo de pensar em tudo. Assim que chega para seu terceiro cliente, Mia percebe que não vai ser um mês muito normal. Tony é um empresário famoso ligado à um restaurante ainda mais famoso e muito tradicional de comida italiana. O detalhe que muda tudo? Ele é gay e tem uma relação de anos com seu melhor amigo e advogado da empresa. O problema é que a família não aceitaria isso de forma alguma, afinal, ele é o único homem da família e precisa de uma esposa para gerar herdeiros com o sobrenome da empresa (fala sério). 

"- Não é o que parece. (...)
- Que vocês contrataram a Mia por um mês para tirar a mamma 
do pé do Tony, para que vocês dois possam seguir a vida?
- Certo, é exatamente o que parece."
Páginas 68 e 69

É aí que entra nossa já conhecida garota do calendário. Ela seria a noiva de mentirinha de Tony, para acalmar um pouco a família e fazer pose em alguns eventos. Tudo parecia simples demais, mas será mesmo que seria assim tão fácil enganar uma família inteira? Para completar o drama, a presença dela na casa começa a gerar sentimentos de ciúmes no namorado verdadeiro do cliente, que é um amor de pessoas, mas sofre por ter que se esconder da realidade. Para completar o drama italiano, a mãe de Tony fica tão feliz de conhecer Mia que quer que os dois se casem para ontem. Isso tudo em um mês... Enquanto isso, além de lidar com toda essa loucura, Mia ainda tem que aguentar a saudade de Wes, seu primeiro cliente, e colocar na balança toda a loucura que está vivendo.

Adorei o verdadeira casal principal do livro, Tony e Hector, por mais que, claro, o foco ainda tenha sido os dramas de Mia, Acho que isso foi o que mais gostei do livro, ele ficou leve na questão clientes, o que foi bom para o leitor (eu!) e para a personagem colocar as ideias no lugar. Achei que seria uma loucura de personagens ridiculamente lindos e deixando ela (e nós) loucos. Mas não é bem assim. Ainda bem, seria um tédio depois de doze livros, rs. Os livros, até então, trazem mensagens diferentes e marcantes. Cada cliente deixa uma marca na vida de Mia e na de quem está lendo. É um experiência maluca que estou amando acompanhar, Esse foi o primeiro, até então, que ganhou cinco estrelas. 

A Garota do Calendário - Março
Autora: Audrey Carlan
Editora: Verus
Páginas: 140
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Na Estante: George


Sou professora e tenho turmas com alunos a partir de seis anos. Se tem algo que eu sei bem é que tudo ainda é muito bem divido. No dia que usei minha caneta rosa no quadro, para escrever algumas respostas, os meninos reclamaram. No dia em que o exercício pedia para os alunos (de forma geral) se colocarem no lugar de uma personagem (menina) muitos ficaram de cara feia e falaram o que tinham que falar bem rápido, um, inclusive, se recusou a falar. Afinal, o que é de menino é azul e é só de menino. O que é de menina é rosa e é só de menina. Espera aí. Estamos em 2016. Que palhaçada é essa? Cores dividindo pessoas? Uma fala de um livro não podendo ser lida porque era uma personagem menina? Sim, tudo isso ainda existe nas salas de aula e exatamente por isso (e por muitos outros motivos, passando por família, escola e afins) falar de gênero ainda é algo tão complicado. Eu mesma sei muito pouco sobre. Tive um professor de pilates maravilhoso (e com uma alma fantástica) que me ensinou muito, mesmo que sem querer. Atualmente ele luta pelo que acredita e cada dia me sinto mais orgulhosa de conhecê-lo. A outra parte do pouco que sei aprendi com a maravilhosa Mandy Candy, que é uma youtuber trans que fala muito sobre tudo que ela sentia e ainda sente. Me fez ver muitas coisas com outros olhos e rever muitos dos meus pensamentos. E aí agora tenho a George. Que me fez pensar ainda mais sobre tudo um pouco. Principalmente, sobre como é sim importante a conversa sobre gênero existir. E mais que isso, a conversa sobre respeito, que muitas vezes falta em casa. Um livro leve, delicado e direto. Um livro que ensina, que toca e encanta. Um livro que recebeu cinco lindas estrelas no skoob e que indico para todos, todos mesmo.

George é uma menina que nasceu em um corpo de menino. Ela sempre soube que algo não estava certo ali. Ela se olhava no espelho e via Melissa. Uma menina doida para viver, mas que estava presa atrás do menino que tinha que aparecer para todo mundo. Uma menina que pegava revistas de moda e dicas femininas escondida de tudo e de todos só para se sentir mais ela mesma. Uma menina que passava mal toda vez que precisava escolher o banheiro que ia usar, o masculino, é claro. Uma menina que, mesmo nisso tudo, via uma luz no fim do túnel. Uma luz fantástica e literária. Uma personagem de um livro que a turma iria encenar. George queria ser a aranha, mesma sabendo que para todos ele era um menino, e a personagem, menina.

"Ela deseja poder ser outra pessoa." - Página 13

Ninguém aceita essa ideia, a não ser Kelly, a melhor amiga de George. Uma menina doce que vê a amiga como ela é de verdade sem se perguntar detalhes e criar problemas. E é aí que as duas começam a bolar um plano para que George pudesse aparecer na peça com a aranha Charlotte. Seria o único jeito de mostrar para todos, de verdade, que ela podia ser a menina, porque simplesmente era uma menina. Não era uma missão fácil, mas era o sonho de uma vida. Valeria a pena.

"Eu já falei para você. Sou menina." - Página 115

George, ou melhor, Melissa, é uma criança encantadora. As dúvidas que ela precisa passar, por outro lado, são cruéis e nos fazem repensar muitas coisas. Não é algo que alguém escolhe, como alguns dizem. É como cada um nasce e se sente. A gente não muda o que é, a gente apenas vive. Amei ainda mais Kelly que viu tudo com a naturalidade (certa) de uma criança que, acima de tudo, amava muito a melhor amiga e estava muito feliz por ter uma amiga (que ela achava antes que era amigo). Um livro feito para tocar bem lá no fundo e colocar aquela pulga atrás da orelha de muita gente. É sim um assunto é ser conversado. É sim algo verdadeiro e que muitas pessoas sentem. O que me lembra que eu percebi que ia amar o livro logo na dedicatória dele ("Para você, pelos momentos em que você se sentiu diferente"). Indico, como disse antes, para todos. É uma leitura que devia ser obrigatória, pela leveza da escrita e a seriedade do assunto. Ah, e desculpa, de forma geral, se falei alguma coisa de forma errada na resenha, como disse, ainda tenho muito o que aprender.

George
Autor: Alex Gino
Editora:Galera Junior
Páginas: 144
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

domingo, 25 de setembro de 2016

Na Estante: Boomerang


Gostei da capa, do nome e do que parecia ser a história, por isso, não tive dúvidas ao solicitar o livro. Ainda bem que o fiz. Um New Adult clichê, mas não de raiz (aquelas tretas com o passado dos personagens, rs) que me conquistou logo no primeiro capítulo. O livro ficou com quatro estrelas e vou explicar tudo o que achei, como sempre, nos detalhes. Uma história leve, divertida e que prende o leitor até o final, porque tudo precisa de uma resposta e precisamos saber como vai terminar. Personagens ligados na tomada e isso tudo de um jeito bem gostoso de ler. Me imaginei, na verdade, vendo uma série de TV, conseguia imaginar certinho cada cena e foi bem divertido. No final das contas, esperava um pouco mais do final, mas o caminho valeu muito a pena (e vale lembrar que é uma trilogia, ou seja, ainda tem muita coisa para acontecer). Se quer entender melhor o que achei desse livro, é só continuar lendo.

Mia havia acordado na casa de um completo estranho logo na manhã do seu primeiro dia no novo estágio. Ela não sabia onde estavam sua roupas e, para falar a verdade, nem a sua dignidade, Ela não lembrava o que tinha acontecido e nem como tinha parado lá. Ethan também não tinha muita certeza de quem era a menina que havia achado em sua cama, mas, assim como ela, ele também estava atrasado para o novo emprego e o tempo estava curto demais para perguntas bobas do tipo, como viemos parar aqui. Ois dois se arrumam correndo e decidem que vão dividir o taxi, afinal, estavam indo para o mesmo lado da cidade. O que nenhum dos dois estava esperando, ou melhor, nem imaginando, era que estavam indo para o mesmo lugar. Na verdade, para o mesmo estágio.

"É muito cedo para poesia, e essa conversa já está 
me fazendo sentir boba e chorosa." - Página 68

O site de relacionamentos Boomerang estava atrás de um novo estagiário para a área de marketing e lá estavam os mais novos candidatos. Como se já não bastasse toda a confusão que haviam vivido pela manhã, já que a de noite os dois não lembravam, ainda teria que trabalhar na mesma mesa e, para completar, competindo para a efetivação no final do estágio, Apenas uma vaga estava disponível e os dois precisariam dar o seu melhor para consegui-la. A cereja do bolo ainda estava por vir, relacionamentos entre os funcionários era algo totalmente proibido. Mas será que conseguiriam? Afinal, ficariam semanas na mesma sala e, ainda por cima, na mesma mesa. Entre encontros arranjados para testar a popularidade do site, ex-namoradas malucas e problemas de família, os problemas da empresa e da busca pelo emprego parece um verdadeiro nada.

"Eu descobri que goste de tudo nela. 
Cada. Pequena. Coisinha. De. Merda." - Página 95

O começo do livro é viciante. Não conseguia parar de ler e de me surpreender, sério. A cada linha que passava a autora conseguia jogar uma nova bomba surpresa que me deixava sem reação. O problema, foi que toda essa loucura no começo me deixou esperando muita coisa no final, mas a animação foi diminuindo e o ritmo da história também. Ethan é o oposto de todos os clichês nos New Adults que conhecemos. Ele é doce e se preocupa com todos que estão a sua volta. Ele não tem um passado treta marcado por problemas, tirando a ex-louca, claro, e não é todo tatuado e tal. Esse é o charme dele. Ele parece totalmente real e até mesmo possível. Mia é completamente doida, como todos em sua família, e essa loucura toda é o que faz o livro ter graça.

Fiquei curiosa para saber qual é a das continuações do livro, porque por mais que eu esperasse um pouco mais do final, ele foi um final. Claro, deixou uma coisa ou outra no ar, mas foi um final bem resolvido. O livro é para distrair e animar. É bem escrito e realmente prende o leitor. Uma indicação certa para quem gosta dos vários tipos de News Adults, mas deixando claro que, por mais que o livro se encaixe em muitas das definições do gênero, não é pesado emocionalmente nem nada do tipo. É leve e, como disse antes, parece uma série divertida e romântica de TV.

Boomerang
Autora: Noelle August
Editora: Galera Record
Páginas: 
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Na Estante: As Coisas Mais Legais do Mundo


Sempre fui fã da Karol. Adorava quando ela aparecia pela Capricho (que eu comprava todo mês quando mais nova) e amei quando ela começou a fazer uns vídeos aleatórios no canal da revista. Quando ela criou o blog (o novo, porque o Karol com K da Capricho eu já lia, rs), fiquei maluca e, desde então, é oficialmente meu blog/canal favorito. Adoro o jeito meio doidinho dela, que é bem parecido com o meu e das minhas amigas, e amo o fato de que ela é a louca da Disney, afinal, é a Disney. Sem esquecer, é claro, que ela escreve os próprios textos e isso é o mais lindo de tudo (hehe). Quando soube que ela ia lançar um livro, estava sonhando com um romance, afinal, ela já contou que tem alguns guardados, por isso fiquei com um pé atrás quando soube que seria um livro de textos. Ah, como sou bobinha. Eu simplesmente amei o formato do livro e me surpreendi muito de forma geral. Vou contar um pouco sobre o livro, que ganhou cinco lindas estrelas e um coração de favorito, mas não tem muito o que explicar, porque são textos (entre aspas) aleatórios e não uma história com personagens.

"Ser fã (...) é apoiar, incentivar e amar 
sem esperar nada em troca." - Página 34

O livro é seu mais novo melhor amigo. Aquele que sempre tem um conselho para dar e uma boa risada para acalmar o dia. Os textos são todos voltados para coisas que todo mundo vive em algum momento da vida. Se já viveu, vai refletir sobre, se não viveu, vai se preparar para. A cada texto, temos um pequeno momento de reflexão e/ou um desafio. Mas calma aí, não é nada chato e estilo auto-ajuda clichê não. Estamos falando de reflexões que são precisas nos vários sentidos da palavra. Você escreve e pensa sobre tudo de uma maneira leve e muito divertida. Acabei mandando mensagem para amigos que não conversava fazia tempo. Liguei pros meus pais, quase de madrugada, simplesmente para lembrá-los que os amo demais. Refleti sobre meu primeiro beijo ultra-mega-blaster bizarro (a mãe do garoto estava atrás da gente!). Criei e ouvi playlists gostosas que me fizeram sair dançando pela casa. Recebi recados de amigas especiais (o livro foi um presente, um dos melhores da vida, se querem saber). Percebi que não estou sozinha em muitas das loucuras que faço e, até mesmo, me amei um pouco mais. Do jeitinho que sou. Ah, e o principal? Descobri que as melhores coisas do mundo não são coisas

"Dar uma boa mordida num doce é 
se permitir ser mais feliz." - Página 70

Acompanhei muito da escrita do livro pelo snapchat dela e pelos vídeos do canal, então foi maravilhoso finalmente poder tê-lo em mãos. Um livro leve, que pode ser feito e lido de uma vez só ou pode ser aos pouquinhos para aproveitar cada linha que está escrita lá. Um livro guiado pela tecnologia e cheio de QR codes que te levam para vídeos exclusivos e posts que fazem sentido com os textos lidos (tô falando que é um melhor amigo em forma de papel... acreditem). É algo muito melhor que o esperado e algo que todo mundo devia ler. A Karol conversa com os leitores de uma forma única e uma escrita clara, afinal, ela é formada em jornalismo e trabalhou anos em revista. Ela sabe como falar com a gente, e foi uma grande prazer ler tudo (quase tudo, deixei alguns textos para fazer/ler quando der na telha, rs). Fica a dica, de amiga. Em breve farei um vídeo com mais detalhes sobre ele lá no canal do blog, fiquem de olho.

As Coisas Mais Legais do Mundo
Autora: Karol Pinheiro
Editora: Verus
Páginas: 144
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

domingo, 18 de setembro de 2016

Na Estante: A Garota do Calendário - Fevereiro


O que me move nessa série é, definitivamente, a curiosidade. Quando li (e resenhei) o conto de Janeiro (para ler é só vir aqui), fiquei sem conseguir imaginar o que a autora faria com todos os outros meses e, exatamente por isso, coloquei na cabeça que precisava ler tudo para ver onde isso chegaria. Por sorte, mesmo sendo doze livros, todos são curtos e bem direto ao ponto pelo que entendi. O conto da vez, Fevereiro, seguiu com o que me incomodou do primeiro volume. A história começa em um rítmo muito bom e aos poucos vamos entrando dentro dela, mas quando tudo começa a ficar realmente bom, a autora corre com tudo e acaba o livro. Isso funciona para nos deixar ansiosos pela continuação, mas, ao mesmo tempo, deixa o final corrido e um pouco desleixado. O livro ganhou quatro estrelas e, como é uma continuação, quem ainda não leu o primeiro pode achar que um detalhe ou outro aqui é spoiler. Vale comentar, também, que além de ser continuação, é um conto e, por isso, não posso contar muita coisa, caso contrário perde toda a graça, rs.

Com o pai em coma e sem o dinheiro para pagar as dívidas que ele havia deixado, Mia ainda precisava bancar a acompanhante de luxo para conseguir se livrar da bagunça toda que estava vivendo. Seu primeiro cliente, de Janeiro, Wes, havia deixado uma marca profunda nela, mas ela precisava seguir em frente e ser forte. Exatamente por isso, ela vai parar na casa e ateliê de um artista francês muito famoso por suas obras e fotografias, Alec Dubois. Em Seattle, ela teria que ser a grande musa  do artista e acompanhá-lo durante um mês, como uma boa garota do calendário faz.

"Uma pontada de culpa me atingiu, mas eu a afastei." - Página 14

O problema é que as visões de mundo que Alec tem são bem diferentes da de Mia e a ligação entre eles não é das melhores de primeira. Com a cabeça no último cliente e um atual que viaja nas ideias, Mia se vê confusa e começa a pensar sobre vários lados do que está vivendo. Aos poucos Alec vai mostrando o que é arte de verdade para ela e, com isso, ela aprende e vive bem mais que imaginava. Arte não é só para ver. É para viver e sentir. Para que isso aconteça, ele precisava que Mia se sentisse bem com ela mesma e com suas escolhas. O que ela não imaginava era que os serviços dela não eram tão simples quanto o esperado e que quando alguém tenta ajudar pode, na verdade, estar ofendendo de forma exagerada.

"A arte deve fazer você sentir alguma coisa." - Página 62

É incrível como que a Mia segue com a cabeça erguida mesmo passando por momentos impossíveis de lidar. A cabeça dela fica numa grande briga entre a lógica e a necessidade e até isso é uma parte importante dessa série. Finalmente achoq ue descobri o caminho que a autora que seguir com os livros e acho que gostei. Mia tem um lado de empoderamento, mesmo passando por todas as loucuras que passa, e gosta de deixar registrado que quando transa é porque quer, não porque algum homem quis. Alec é um personagem que demorou (muito) para me conquistar, só quando ele saiu do estúdio e foi mais ele que eu gostei do que li. Quando ele estava todo profissional falando difícil em francês achei sem graça e forçado, mas logo vemos um lado leve que estava muito bem escondido.

O livro segue no mesmo esquema do primeiro, é erótico por natureza, mas de forma leve e sem exageros e palavras nojentas. Inclusive, já li New Adults mais pesados. Acho que isso que tem me prendido, todo o por trás da história e como ela vai terminar. O que posso falar? Que venha o próximo mês!

A Garota do Calendário - Fevereiro
Autora: Audrey Carlan
Editora: Verus
Páginas: 135
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Uma Garota Como Eu e Você


Em primeiro lugar, o bullying existe, ponto. Eu podia parar esse texto aqui mesmo, metade do que eu quero passar com ele já foi dito e, com essa metade, já me sinto bem mais leve. É incrível, não de uma forma boa, como ainda é falado que o bulliyng é apenas uma brincadeira de criança e que não faz mal para ninguém. Pior, que é algo que prepara as crianças para o mundo adulto. É algo banalizado nas redes sociais e quase sempre colocado como drama, afinal, "na minha época isso já existia e todo mundo sobreviveu, nem nome isso tinha e todos estão bem". Bom, na minha época não tinha nome também e eu não fiquei bem por um bom tempo, na verdade, às vezes eu ainda não me sinto bem. O nome, que na verdade é uma palavra roubada da língua inglesa, chegou bem depois e o que era errado continuou errado. Em segundo, existem sim pessoas más. Existem crianças, adolescentes e adultos que são pessoas terríveis, em níveis variados, mas existem sim. Diminuir o que está acontecendo nunca é a resposta. Não é uma resposta para o bullying, para o abuso ou para qualquer outra coisa. É uma resposta fraca de quem não sabe lidar com o que está claro e todos estão vendo. E é exatamente por isso que eu resolvi que precisava escrever esse texto. Então senta, porque lá vem textão.

Eu estava sem nada para fazer e, como qualquer outra pessoa, liguei a Netflix. Sou chata para escolher filmes e acabo começando uns três antes de finalmente ficar quieta vendo um. Acabou que, dessa vez, segui a indicação do próprio site e comecei a ver um filme que estava entre as principais escolhas para mim. A sinopse não mostrava exatamente como seria a história e, na verdade, estava mais para um filme de terror pelo o que estava escrito lá, mas algo deixava claro que era drama, ou melhor, eu sentia isso. Nos primeiros segundos de filme fiquei com um pé atrás, afinal, era um mockumentary (um filme que se passa por documentário, tipo Bruxas de Blair), mas quando percebi onde eles queriam chegar, me dei conta de que precisava ver. O filme em questão é o A Girl Like Her (2015). Nele conhecemos a história de uma menina, Jessica, que tenta se matar. É assim que a história começa e só aos poucos vamos entendendo o que a fez fazer isso. Tudo graças ao fato de que o melhor amigo dela, Brian, havia colocado uma câmera em um broche para ela. Vamos acompanhando o clássico de como a melhor amiga da menina virou sua maior inimiga e motivo de todos os seus medos. Como uma garota do colegial precisou diminuir outra para se sentir melhor. Seria um clichê sem sentido perfeito, se não fosse o fato de que, por ser gravado para parecer um documentário, vemos vários lados e várias coisas acontecendo. Isso muda tudo. É o por trás do clichê, ou melhor, é o que muitas pessoas vivem diariamente, só que numa tela para todo mundo ver. O filme foi disponibilizado em muitas escolas públicas dos EUA e ainda coloca, como um subtítulo, que foi baseado em milhares de histórias reais.

A história tem atuações legais e uma direção ok, mas não é por isso que estou aqui. Eu simplesmente me dei conta de que ainda é preciso que filmes e séries (oi, Glee) abordem o assunto, porque ele ainda é ignorado e diminuído. E foi assim que eu percebi, também, que o simples fato de eu ficar calada já era algo que afastava o assunto de muitas pessoas. Eu sofri bullying sim. Já comentei algumas coisas aqui no blog, mas acho que nunca com essas palavras. Então vamos lá. Eu sofri na escola sim e lembro muito bem o nome de cada umas das pessoas que me fizeram sentir um verdadeiro lixo. Eu me odiava sozinha, detestava tudo que via no espelho e, quando chegava na escola ainda lidava com pessoas me mostrando que realmente eu era aquele nada. Será mesmo? Minha escola tentou de um tudo, não só com o meu caso, mas com o de muitos que eu conheci, mas, como eu disse, existem sim pessoas más e elas estão pouco se ferrando para o que estão fazendo ou deixando de fazer. Por muito tempo eu ignorei avisos, abraços e conselhos maravilhosos de pessoas que me amavam de verdade por, simplesmente, me deixar levar pelo pensamento de pessoas que, no fundo, só queriam se sentir superiores (e é isso sim, porque resolvi não medir palavras hoje). 

Tentei mudar meu corpo, tentei me mudar várias vezes e precisei cair muito e de muitas formas para perceber que eu não estava errada por não ser como as outras, afinal, ninguém é obrigada a ser como ninguém (ou melhor, como aprendi recentemente e levo para vida, ninguém é obrigado e ponto). Eu descontava em mim um erro que não era meu. Por muito tempo eu sofri escondido, afinal, quem sofre abertamente está só fazendo drama e eu não queria isso. Ah! Não podemos esquecer também que existem pessoas com problemas bem maiores (nunca, eu disse, nunca mesmo, usem essa frase com uma pessoa em qualquer situação na vida). Por muito tempo eu tive muita vergonha de tudo que já fiz por, simplesmente, não me sentir bem. Hoje em dia, graças a Deus e a todas as pessoas maravilhosas que tenho ao meu redor, sei que sou forte e que não sou um reflexo dos erros que tive lá atrás por dar ouvidos às pessoas más. Então sim, me machuquei por que era mais fácil sentir uma dor de verdade. Fiz porque parecia certo. Fiz e me lembro disso diariamente, mas também me lembro de ser forte. Como eu sou. Como você é.

Foi. Saiu. Pela primeira vez na vida eu escrevi isso (e não foi nem perto do fácil). Ninguém quer admitir que já foi fraco, mas faz parte. Somos todos humanos aqui. Não, não sou mais essa pessoa, mas porque descobri outras maneiras de me acalmar, maneiras que não me machucam, nem por dentro e nem por fora, e é por isso que tenho esse blog. O que me faz bem é ler e escrever e é por isso que estou aqui escrevendo histórias e lendo livros maravilhosos para compartilhar com vocês. Ah, também não estou fazendo drama ou pedindo atenção (como muitas pessoas vão pensar... e é por isso, mais uma vez, que é preciso que eu fale tudo isso, porque alguém precisa). Estou aqui porque eu preciso estar aqui. Acredito, de verdade, que nada acontece por acaso. Algo me fez ver esse filme. Assim como algo me fez perceber que eu tenho um blog que milhares de pessoas leem e que nunca na minha vida eu imaginava que isso seria possível. Pode ser que esse texto não mude nada na vida de ninguém, assim como pode ser que uma pessoa leia e veja que pode sim acabar tudo bem. Se uma única pessoa perceber isso, para mim está valendo. Eu recebo muitos emails, mensagens e coisas do tipo por conta do blog. Assuntos dos mais variados e me sinto muito honrada por tantas pessoas confiarem em mim. 

Sei também que não é nada simples falar com uma pessoa profissional, mas saiba que essas pessoas estão preparadas para ouvir e ajudar. Se você ainda não encontrou um lugar ou uma pessoa segura para se abrir, estou aqui, sempre estou. Mas saiba que a melhor opção ainda é conversar com uma pessoa que é profissional no assunto. Li que estamos no Setembro Amarelo e essa é a minha contribuição. Eu estou falando e me oferecendo como exemplo. Não é fácil e é besteira quem fala que é. Não é drama. Não é charme. Não é algo que vai passar, por isso deixa para lá. Não é algo besta. Não é brincadeira de criança. Não é imaginação sua. Você não está exagerando. Não é o que os sabe-tudo falam que é. Mas é algo que pode ser revertido ao lado das pessoas que se preocupam com você de verdade, Eu me preocupo com você e aposto que mais alguém também se preocupa, por mais que pareça que não. Sua vida importa. Muito. Você merece um mundo cheio de oportunidades e amor, por mais que pareça que não. Você é melhor do que o espelho mostra e as pessoas falam. Se eu puder ajudar pelo menos uma pessoa, sei que todo o trabalho de mais de uma hora para escrever esse texto valeu a pena. Vou saber que me abrir tanto valeu a pena. Estou aqui, mais uma vez, para mostrar que é possível e que tudo isso pode ser só uma memória, não precisa ser seu dia-a-dia. Acredite. Tenha fé. Para terminar, uma pessoa que tenho no facebook postou a seguinte frase enquanto eu escrevia esse texto (o que me fez ter ainda mais certeza de que eu realmente precisava fazê-lo): Eu acredito que o sentido da vida seja fazer sentido a outras vidas.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Na Estante: Oposição


Já comentei por aqui, algumas vezes, que é completamente diferente quando resenho um livro escrito por alguém que conheço. Normalmente as resenhas estão sempre focadas no por cima de tudo aquilo, ou seja, no que o autor escreveu e pronto. Agora, quando conheço quem escreveu a história, acabo procurando coisas do jeito da pessoa, coisas que gosta e, até mesmo, manias. É algo bem doido e, ao mesmo tempo, maravilhoso. Tive a honra de conhecer a Thaísa porque a mãe dela, a Melissa, é minha colega de trabalho (olha que ovo de mundo esse em que a gente vive, rs). Estava conversando com algumas pessoas do trabalho e comentei sobre o blog, foi aí que a Melissa virou e disse: Minha filha acabou de publicar um livro, vocês precisam se conhecer. Há. Foi exatamente o que fizemos e, algumas semanas depois, lá estávamos nós sentadas em um café conversando de tudo (literalmente). Foi fantástico. Tá, mas porque estou contando isso? Porque toda essa conversa que tivemos me fez ler o livro de uma forma completamente diferente. Afinal, eu já tinha visto o jeito da autora, as inspirações e até mesmo curiosidades de quando ela escreveu (e escreve). É um livro diferente de tudo que eu já tinha lido antes. Um mundo inteiramente novo para mim e, exatamente por isso, fantástico. Thaísa conseguiu me prender desde a primeira linha, afinal, eu já estava curiosa com tudo aquilo. Foram cinco lindas estrelas lá no skoob e agora vou contar um pouco da história para vocês.

Lilith vivia em um mundo controlado pelos deuses do Inferno em que chamava atenção de todos por ser diferente, ou melhor, por ir contra tudo que era normal para aquele lugar. Mesmo sendo uma criança e, por conta disso, não conhecer os detalhes mais sombrios sobre o lugar em que morava, ela começou a ter sonhos horripilantes em que conseguia ver perfeitamente os rostos e ouvir os nomes dos tais deuses, ignorando por completo a lógica de que ela nunca os tinha visto. Os sonhos iam muito além pesadelos e abalavam por completo a cabeça da criança. Quando sua irmã mais velha, Alice, descobriu isso, resolveu contar para mãe que, muito rapidamente, resolveu o problema como podia. Remédios controlaram a menina por alguns anos, mas eles não poderiam salvá-la da realidade que estava por vir.

"Qual era o limite entre o real e o ficcional naquele 
pandemônio que estava a sua cabeça?" - Página 34

Os deuses faziam convocações com os humanos e, no dia de uma dessas, Lilith estava ardendo em febre e, mesmo com medo do que isso poderia resultar, sua mãe decidiu a deixar em casa com Alice. Não demorou muito para que Lilith começasse a agir de uma forma estranha, como se fossem delírios causados pela febre, e, por conta disso, acabou conseguindo sair de casa sem um rumo muito certo. Sua irmã a seguiu, mas também não tinha a menor ideia de onde estava indo. Nessa loucura toda, as duas caem e, quando acordam, estão em lugar completamente diferente. Alice percebe que sua irmã ainda está ardendo em febre e segue atrás de ajuda, até que consegue. E é aí que ela descobre que o tombo havia sido literalmente gigantesco, uma vez que haviam caído em outra dimensão. Um lugar habitado por seres demnos e que tratava os seres humanos como escravos. Seguindo a história, Lilith ainda conhece Seth, um demno que seguia risca o ódio pelos humanos, menos quando o assunto era seu melhor amigo, é claro. Entre descobertas e momentos completamente únicos, vamos descobrindo junto com os personagens que muitas coisas ainda podem, e vão, mudar. No final, nada realmente é como parece.

"Se não fosse por essa confusão toda, eu jamais 
teria ido pra outra dimensão." - Página 521

Vamos começar pelo fato de que um dos meus nomes literários favoritos está na história e justo com um personagem que mantive uma relação de amor/ódio (haha), Seth. Ok, menos drama e mais comentários. A construção ds personagens foi feita com maestria pela autora, sem exageros. É complicado controlar um mundo (nesse caso, mais de um, hehe) cheio de personagens profundos, ou seja, com personalidades marcantes, mas nesse livro temos vários que conseguem deixar a sua marca. É fácil de logo entrar na cabeça de todos eles e, de certa forma, entender como eles pensam e o que podemos esperar de cada um. Simplesmente adorei isso. Ah, e não podemos esquecer a coisa mais maravilhosa do mundo, que é a capa desse livro (sério).

O livro é uma fantasia com um lado mais sombrio e, como disse antes, é diferente de tudo que eu já tinha lido. Também não é um romance clichê que muda as pessoas e que, durante a história, vemos personagens mudando por amor. Quem é mal, realmente tem maldade dentro de si e é isso que torna tudo tão impactante. Vemos pessoas sofrendo de verdade, mas também vemos muita representatividade de tudo quanto é coisa que podemos imaginar. E nada sendo tratado como taboo ou errado, tudo na maior tranquilidade e fazendo todo o sentido dentro da história. É um livro grande (muito grande mesmo), mas logo no começo percebi que isso seria apenas um detalhe. Quando abri pela primeira vez para ler, pisquei e estava na página cem. O começo de carrega para o enredo e logo você quer entender como tudo aquilo pode estar acontecendo. E o final, bom, é melhor você mesmos lerem, por mais que eu já esperasse um pouco o resultado (que fica ainda sem resposta, tratando-se de um livro com continuação) eu ainda fiquei bem sem palavras, É, literalmente, ler para crer.

Oposição
Autora: Thaísa Lixa
Editora: Chiado
Páginas: 526
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

domingo, 4 de setembro de 2016

Na Estante: Garota Online em Turnê


E não é que li esse livro em menos de duas horas? Eu estava bem curiosa para saber o rumo que a história criada pela Zoella iria tomar e eu amei o resultado final. Sou completamente maluca e apaixonada por histórias com tretas hollywoodianas e, por mais que o foco não seja exatamente Los Angeles, é exatamente o que temos nessa continuação. O livro está com uma escrita leve, divertida e clichê na medida certa, exatamente como o primeiro. No começo, lá nas primeiras páginas, fiquei com um pé atrás por achar que já tinha imaginado exatamente como seria o final, não vou negar, eu estava certa, mas tinha alguns detalhes que me surpreenderam e deixaram o óbvio nem tão óbvio assim. O livro ganhou cinco estrelas e é diversão garantida para pessoas que, assim como eu, ama um bom clichê adolescente cheio de fofocas, amigos inseparáveis, drama e, claro, muito amor e amizade também. Vale lembrar que estamos falando de uma continuação aqui (o primeiro livro é Garota Online) e, por isso, você pode considerar uma coisa ou outra que eu escrever como spoiler. Vamos voltar para o mundo da garota do blog?

Depois de passar por um mar de fofocas, muito drama e quase perder o amor de sua vida, Penny acreditava que, finalmente, tudo estava bem. Não tinha sido fácil lidar com fãs malucas, uma imprensa manipuladora e, ainda por cima, uma crise de pânico, mas com ajuda dos amigos tudo estava indo para um caminho bom. Noah, o rock star dos sonhos, estava fazendo o seu melhor para se fazer presente na vida de sua mais nova namorada, mas com ele viajando o tempo toda e ela fazendo provas no colégio não era a coisa mais simples do mundo. Foi exatamente por isso, que ele resolveu que a levaria em sua turnê pela Europa. Seria a chance dos dois aproveitarem muito um tempo juntos e, ainda de quebra, aproveitar uma viagem romântica. Não tinha sido fácil convencer os pais de Penny, mas depois que tudo foi resolvido tudo parecia certo. Até que não estava mais.

"Só não sei se ele pensou nas consequências de ter uma 
namorada quando a carreira dele está decolando." - Página 80

Ela havia perdido o celular em um show, durante um ataque de pânico, e, logo em seguida, começou a receber ameaças de alguém querendo destruir o namoro. Não parecia nada sério, ou pelo menos era isso que todos falavam para ela, mas não tinha como não pensar naquilo. Além disso, a vida de uma turnê não era exatamente a viagem romântica que ela imaginava. O tempo que Noah tinha para ela era bem curto e a cada segundo que passava ela sentia saudades dos amigos que estavam para trás e do blog, que não estava mais sendo publicado. Para complicar, o que já estava complicado, uma mentira pode balançar essa turnê e toda a vida dela. 

"O Dean me avisou que a estrada muda as pessoas. Eu só não 
tinha percebido que ele estava falando de você." - Página 200

Não vou negar, não sou muito fã do Noah. De começo, achava ele um charme de personagem, mas como ser humano (sim, sei que ele é um personagem e não existe, mas como personagem ele tem personalidade e é disso que estou falando, ainda não estou doida, ainda) ele tem falhas, como qualquer um, mas não se preocupa muito em tentar resolvê-las. Todo mundo erra, mas o segredo para viver bem é tentar não errar mais, mas parece que ele cai na besteira de cometer erros repetidos e isso me deixava brava. Enfim, é o estilo do personagem e faz parte dele. Penny me fez torcer muito nesse livro, não pelo romance ou pela viagem, mas pela coragem dela. Viver com um problema como o dela. crises de pânico, não é nada fácil. Faz muito tempo que tenho crises de ansiedade e sei bem como é complicado viver em um mundo em que as pessoas acreditam que o que sentimos é puramente charme. Adoro o fato de ela passar por tudo isso, não por vê-la sofrendo, é claro, mas porque mostra para milhares de jovens por aí, que vão ler o livro, que é um problema sério e real. Somo apresentados para vários personagens novos, inclusive os parceiros de banda de Noah, mas o prêmio de melhor personagem segue com Elliot, o melhor amigo da personagem principal. É impressionante, sempre me apego mais aos personagens secundários (haha).

O livro é jovem, animado e muito real quando o assunto é tecnologia. Vemos citações sobre snapchat (me segue lá, bellslopesbde), twitter, whatsapp e todas essas coisas que tornam tudo real, afinal, vivemos realmente essas redes sociais. É um livro para quem gosta de filmes originais do Disney Channel, por que o estilo é bem parecido. Algo leve, divertido, que te prende do começo ao fim e que, mesmo totalmente clichê, ainda te faz querer acompanhar cada linha.

Garota Online em Turnê
Autora: Zoe Sugg
Editora: Verus
Páginas: 291
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

Na Estante: O Ar que Ele Respira


Eu estava muito animada para ler esse livro. Sério, desde que ele foi lançado lá nos EUA que eu estava contando os dias para poder finalmente ler uma história inédita de uma autora que me conquistou tanto com um único livro (Sr. Daniels). Como tenho a autora no facebook (ui, phynna), acompanhei todos os passos até o lançamento e, claro, o momento em que o livro foi logo para os mais vendidos. Além disso, assim que eu postei no insta que ia começar esse livro, um mar de gente (bem mais que o normal) comentou que finalmente eu ia ler, que eu precisava ler, que queria muito saber o que eu iria achar e mais um bando de coisa. Acho que é exatamente por isso tudo que eu estava esperando um pouco (pouca coisa mesmo) mais. O livro ganhou cinco estrelas e eu o li em bem menos de um dia, mas, ao mesmo tempo, eu meio que esperava um pouco mais dos personagens principais, visto os comentários todos em cima deles. Calma! Eu vou explicar, como sempre, nos detalhes. E, como disse, ainda assim amei o livro e ele ganhou nota máxima. É só que eu demorei umas cento e poucas páginas para me apegar aos personagens e, logo de cara, eu já tinha descoberto todas as tretas do livro (juro). Ok, vamos lá.

Elizabeth tinha chegado ao fundo do poço. Ela perdeu o amor de sua vida em um acidente trágico de carro e, desde então, não conseguia colocar nada da sua vida em ordem. A única coisa que a segurava e a lembrava que era importante respirar era sua filha, Emma. Ela também sentia muita falta do pai, mas via na mãe algo bom e a certeza de que tudo estava bem. As duas estavam morando, temporariamente, na casa da mãe de Elizabeth, mas sabiam que não poderia ficar muito mais tempo simplesmente existindo ao invés de viver. Foi exatamente por isso que Liz resolveu voltar para casa, a sua casa. Sem parar para pensar, ela pega tudo que tinha juntando nas últimas semanas e volta para o lugar que tinha começado uma família. Não seria nada fácil, nem perto disso, mas seria um começo. Quando volta, reencontra velhos amigos e, aos poucos, vai juntando força para seguir em frente. O que ela não esperava era que, logo ao lado, tinha uma alma que tinha sofrido tanto quanto a dela e que, outra coisa que ela sequer sonhava, essa alma podia ser a resposta que ela esperava para todos os seus problemas. 

"Não destrua o coração dela, já está em pedaços." - Página 162

Tristan tem um passado tão sombrio quanto o de Liz. Ele perdeu mais que um amor perdeu parte de sua vida. Não era fácil lidar com os fantasmas do passado que, sempre que podiam, voltavam para assombra-lo e, por isso, ele preferia lidar com tudo e todos de forma grossa. Era melhor que todos ficassem longe dele, assim ninguém mais se machucava. E é aí que sua vizinha aparece, com bagagens emocionais tão fortes quanto as deles, e com uma menininha serelepe que o faz sorrir pela primeira vez em muitas semanas. Os dois sentem que precisam ao menos se conhecer, mas a dor e as lembranças da última vez que amaram os seguram. É aí que entra o destino e, aos poucos, vai entrelaçando a vida dos dois. Não é nada simples lidar com um coração partido, imagine dois, mas é relativamente menos complicado quando se tem alguém que entende sua dor para ajudar a colar os pedacinhos. Um poderia lembrar o outro de respirar para sobreviver e, quem sabe até, lembrar o outro que viver vale sim a pena.

"Quero beijar você. A Lizzie triste, devastada.
 A verdadeira Lizzie." - Página 166

Vamos por partes, ok? Ok. Eu simplesmente amei Faye, a melhor amiga pirada de Liz. O que me faz pensar que a autora é muito boa mesmo criando personagens secundários que marcam muito os leitores (vide o meu xuxu Ryan, de Sr. Daniels). Eu passei grande parte da leitura torcendo para ela aparecer mais e mais. Sempre que aparecia, era risada na certa e de um jeito maravilhoso. Ainda falando de secundários, temos Tanner, o melhor amigo do marido (que faleceu) de Liz. Um personagem clichê e que, na minha opinião, me ajudou a entender (no caso, descobrir) toda a treta bem antes da hora. Ok, agora vamos para os personagens principais. Eu não consigo nem mesmo imaginar um terço da dor que esses dois passaram. Ver tanto de sua vida indo embora de uma hora para outra e de maneira tão trágica é algo que não consigo nem ao menos pensar. A dor deles é a base desse livro e muito da personalidade dos dois, mas, ao mesmo tempo (e, mais uma vez, na minha opinião) é também o que me afastou um pouco do livro nas primeiras páginas. Como comentei no começo, levei umas cem páginas para me apegar aos personagens e eu acredito que isso seja pelo fato de que eles afastam todos por perto, inclusive o leitor, com a dor que sentem. Eu sabia que eles estavam passando por algo terrível, mas não conseguia ler de verdade os personagens por não conseguir ver através disso. No começo é só dor. Entendo que isso é algo fantástico, o fato da autora conseguir passar isso pelas palavras, mas ao mesmo tempo me fez ficar sem reação com os personagens 9de começo, depois passou, rs).

O livro é clichê assim como o outra da autora que citei, mas esse ainda consegue ir ainda além nisso. Não é algo ruim, sou uma fã maluca por histórias clássicas e cheias de coisas que já vimos mil vezes, mas o problema é quando já adivinhamos tudo (sem nenhuma surpresa mesmo) nas primeiras páginas do livro. Foi o que aconteceu. Por sorte, a escrita é tão boa e, mesmo com esses problemas, a história também é tão boa que gostei muito do conjunto da obra. É um livro sobre dor e superação e acho que é importante pensarmos e, até mesmo, lermos sobre isso. Principalmente pelo ponto de vista de quem vive tal dor. É um livro para quem acredita que existe sim uma luz no final de todo túnel e que o amor pode salvar vidas, de muitas maneiras.

O Ar que Ele Respira
Autora: Brittainy C. Cherry
Editora: Record
Páginas: 306
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Na Estante: Lembrança (A Mediadora #7)


Já comentei algumas vezes aqui no blog sobre o que vou contar agora,  mas o fato é que, além de Harry Potter, a série de livros que mais me marcou (e que me fez ter ainda mais vontade de ler quando eu era mais nova) é A Mediadora, da Meg Cabot. Além disso tudo, é uma série muito especial para mim, porque eu li junto com a minha mãe. Nós conversávamos muito sobre os personagens e, definitivamente, isso nos juntou ainda mais (se é que isso é possível, rs). Jesse, o fantasma mais sexy da literatura e, também, um dos personagens principais da série, foi meu primeiro amor literário (ele era para o meu eu adolescente o que o Travis Maddox é para o meu eu de hoje em dia) e isso a gente nunca esquece. Agora imaginem o meu surto quando a autora anunciou, muito tempo atrás, essa continuação. Eu estava contando os segundos para rever meus personagens e fantasmas amados. Esse mês de agosto foi a definição de amor e nostalgia para mim quando o assunto é livros. Pude voltar para o mundo mágico de Harry Potter e ainda rever meus fantasmas e humanos pirados de A Mediadora. Pensa numa serumaninha feliz, eu. Sem esquecer que também foi liberado um ebook gratuito da série contando o 'um pouco antes' do livro novo. É claro que estamos falando de um livro (e um conto extra em ebook, rs) que ganhou cinco lindas estrelas e um mais lindo ainda coração de favorito. Se você não conhece a série, leia, sério. Ah, e pode ser que considere uma coisa ou outra aqui como spoiler. (hehe)

Suzannah sempre soube que sua vida seria de um tudo, menos normal, afinal, ela tinha nascido com um dom muito raro, o de se comunicar e ajudar fantasmas que tinham pendências na Terra. Foi exatamente assim, lidando com um PMNO (Pessoa Morta Não Obediente), que ela conheceu o amor de sua vida, o fantasma Jesse. Depois de muitos problemas, fantasmas querendo acabar com tudo e, claro, o fato de que seu amor estava morto desde mil novecentos e lá vai bolinha, as coisas se resolveram com um milagre e ela acreditava que, dentro do possível, tudo ficaria bem. Só que é claro que nada é tão simples assim, ainda mais quando se lida com  mortos chateados e cheios de poderes e, claro, pessoas bem vivas, mas com muito poder também.

"E sinto informar (...), mas não vou embora nunca." - Página 108

Uma fantasma (criança aterrorizante) resolveu aparecer na ex-escola de Suzannah que, por um pequeno acaso, era o novo lugar de trabalho dela. A menina estava resolvida a resolver sozinha os problemas não resolvidos depois de sua morte e isso renderia uma bela dor de cabeça da mediadora, literalmente. Como já não bastasse isso, Paul, o fantasma bem vindo do passado de Suze, estava de volta para a cidade e bem decidido de acabar com o romance fofo entre o ex-fantasma e a mediadora. Como loucura pouca é bobagem na vida dela, Paul voltou com a bomba de que comprou a antiga casa dela, lugar em que o fantasma de Jesse vivia, e que, caso ele a demolisse, algo muito ruim aconteceria com o espírito, muito bem vivo, dele. O que ele queria para evitar isso? Um nova chance com ela, é claro. Mas isso estaria fora da jogada, uma vez que agora ela era noiva do (Dr.) Jesse de Silva e ainda odiava, com todas as letras, o colega mediador (riquinho mimado).

"Vamos levar umas cadeiras e um pack de cerveja para 
ficar assistindo. Vai ser mais divertido que 
os fogos de artifício do 4 de julho." - Página 271

O que eu posso falar desses personagens lindos que já conheço tanto e ainda considero pakas. Jesse continua sendo o galã maravilhoso que solta pérolas em espanhol (desde meus treze anos sonho com alguém me chamando de mi hermosa, pode rir) e isso é maravilhoso. Até mesmo o paul continua sendo aquele personagem maravilhoso que amamos odiar, rs. Gostei muito de rever os amigos de Suze e até sua família louca. Mas o melhor nisso tudo? Foi rever a própria Suze. Meu Deus, isso me lembrou muito o motivo de eu amar tanto livros. Ela é a personagem maravilhosa que eu lembrava, só que ainda melhor. Ver a Suze resolvendo os problemas com os fantasmas no mundo cheio de tecnologias em que vivemos foi fantástico. Sem esquecer que, eu tinha me esquecido um pouco de um quão bad-ass ela é e o quão magnífico é isso. Mil ponto para a Suzannah (e para a Meg, hehe).

Esse livro é um presente para os fãs da série (assim como o de Harry Potter). Meg usou esse livro, de forma genial, para agradecer os fãs que, mesmo muitos anos depois, ainda amam essa história fantástica em todos os sentidos da palavra. Ela soube deixar a história interessante, única, inédita e completamente genial. Temos uma pitada de humor que me fez querer bater palmas também (a autora zoa demais as série sobre mediadoras que surgiram na TV) no meio disso tudo. O único problema do livro é a sinopse dele. Me fez enrolar um pouco para começar a leitura porque eu estava esperando, graças ao que tinha lido na capa, um verdadeira dramalhão exagerado mexicano e, graças aos céus, não foi isso que recebi. Recebi um presente da autora e, de quebra, pude matar a saudade e voltar a amar esse personagens. Esse livro é uma leitura obrigatória para quem gosta da série em questão.

Lembrança (A mediadora #7)
Autora: Meg cabot
Editora: Galera
Páginas: 400
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

O Futuro Chegou!


Nos últimos meses fiz muitos textos sobre o futuro e o medo que eu tinha dele, afinal, quando estamos na faculdade, o que mais ouvimos de todo mundo são perguntas sobre isso. É a versão 2.0 do famoso "O que vai ser quando crescer?". Só que, como já estamos em pânico com a faculdade, acaba soando como um "se vira nos trinta, colega, porque agora você é adulto". Eu já tinha contado aqui para vocês que terminei a faculdade e, com isso, acabei mudando muita coisa na minha vida também, mas agora a coisa toda ficou ainda mais real, porque fui, oficialmente, colar grau. Ou seja, agora eu sou realmente formada em Letras (ahhhhhhhhhhhhhh). Além disso, comecei no meu emprego novo e as coisas apertaram muito mais para o meu lado. Afinal, escola nova, metodologia nova e, claro, alunos novos também. Esse mês de agosto (que parece que nunca vai acabar, não é?) foi e está sendo um mês de adaptações para mim.

Eu estava morando longe dos meus pais, agora moro numa distância de (no máximo) quinze minutos deles. Eu estava trabalhando e estudando, mas agora estou só trabalhando (só entre muitas aspas, porque eu tenho trabalhado bastante, rs). É exatamente por isso que as resenhas foram saindo mais lentamente por aqui, mas como perceberam, foram saindo. Assim como os vídeos lá no canal que seguem firmes e fortes. Esse texto não é s[o mais uma justificativa minha para as minhas loucuras, eu juro. É mais um aviso geral para todos que estão na faculdade ou que, mesmo sem estar, já estão apavorados com ela. É algo que eu gostaria de ter lido quando estava em pânico alguns meses atrás e espero que ajude algumas pessoas por aí.

O medo passa. É claro que temos milhares de dúvidas enquanto estamos na faculdade, as mais variadas loucuras teimam em aparecer na nossa cabeça, mas isso passa, eu juro. Afinal as coisas que pensamos vão desde o clássico será que vou conseguir um emprego até o mais dramático possível, que é o será que vou sobreviver até o final desse curso (rs). Quando a gente forma, de primeira, é um grande susto. O "E agora?" vira oficial, mas, ao mesmo tempo, se cursamos algo que realmente amamos, tudo fica bem mais fácil. Achar um emprego não é um mar de rosas, mas se nos dedicamos la atrás, tudo fica relativamente mais tranquilo aqui na frente. Ah, e entenda que também é normal o medo voltar para algumas visitas, afinal, a vida adulta tem disso. Contas para pagar, problemas para resolver e, é claro, o trabalho com todas as suas preocupações (e alegrias também).

Você vai sentir saudades. Eu sei, isso é ridiculamente clichê, mas é igualmente verdade. A gente sente falta sim, afinal, era uma rotina e, por mais louco que fosse, era a nossa vida. Eu tenho amado chegar do trabalho e ter um grande nada para fazer (em tese, porque professor nunca fica sem algo para fazer, inclusive, quando eu terminar aqui vou corrigir mais algumas tarefas, rs), afinal, antes eu saia do trabalho direto para aula e ficava até tarde da noite por lá. Eu chegava morta em casa e já ia direto para cama, afinal, começava cedo o dia. O estranho, é que faz falta toda essa loucura. Ok, o que mais faz falta mesmo são as pessoas presentes nessa loucura. Os amigos da faculdade que aguentavam todo o drama e fazia de tudo aquilo algo especial. Aí, agora estou com mais saudade ainda.

Não significa que acabou. Quando eu era pequena, na realidade, até uns três anos atrás, eu achava que tudo acabava ali na faculdade. Formou, tá pronto para vida. Não é bem assim. Você têm muitas oportunidades legais de se especializar no que gosta de fazer (e não, não estou falando só de mestrados e afins, afinal, muito disse é mais nome que qualquer outra coisa, uma pós ou um "simples' curso extra já valem também.) e é bom aproveitar isso. Ah, mas também não precisava ficar maluco pensando que se não fizer algo assim que se formar está errado. pode respirar um pouco antes de voltar para a loucura, rs.

A vida segue sendo uma caixinha de surpresas. Olha, estou cheia dos clichês hoje, ein. A gente se mata de planejar tudo que queremos, mas aí vem a vida e ri da sua cara comendo pipoca. O que só aprendemos depois é que, muitas vezes, esse riso da vida é bom. Nem sempre sabemos o que realmente é bom para a gente, afinal, às vezes estamos crentes que precisamos de algo, quando, na verdade, precisamos exatamente do contrário. Isso é algo que descobri logo no meu primeiro ano de faculdade e que foi se confirmando a cada dia que passava. Inclusive, ficou ainda mais forte esse ano quando me formei. Eu fiz seis vestibulares e passei em cinco faculdades, a única que não passei era a que mais queria. O que eu, bobinha com meus dezessete anos, não sabia era que toda a minha vida precisava do lugar que eu ia morar para ir para frente. Criei o blog, fiz amizades de uma vida e vivi coisas que, com toda certeza, não teria vivido no lugar que eu achava que era melhor. Aí esse ano, só para me lembrar desse fato, estava crente que seguiria um rumo e um emprego, acabei em outro e, mesmo só estando nele desde Julho, já tenho certeza de que fiz a escolha certa e não poderia estar mais feliz com isso.

Em resumo, vai dar tudo certo. Respira fundo e segue em frente. Não tenha medo de arriscar e saiba que todo o drama que está sentindo é totalmente normal. Claro, a gente ama fazer um drama a mais na vida, mas é bom lembrar dessas coisas também. O futuro vai chegar e ele pode ser bem legal.

sábado, 13 de agosto de 2016

Na Estante: Harry Potter and the Cursed Child


Quando eu comecei o blog, alguns anos atrás, nunca que imaginava que resenharia um novo livro sobre Harry Potter, mas aqui estou eu. Quase dez anos após o lançamento oficial do último livro do bruxinho, a autora, J.K. Rowling, resolveu dar um presente para os fãs. É isso que Cursed Child é, um grande presente para quem ama a história que a J.K. criou. Não vou negar, e vou falar de uma vez, estava com os dois pés atrás com esse livro (que, na verdade, é o script da peça que está em Londres). Afinal, por mais que tenha dedo da autora nessa nova história, temos também dois novos autores que ajudaram com a criação da peça. Para complicar ainda mais a minha vida, recebi milhares de spoilers nessa coisa que chamamos de internet e, como foram spoilers picados, tudo parecia uma grande fanfic mal escrita. Ok, não posso negar, a história tem um grande quê de fanfic, mas isso só a tornou mais interessante e, ao meu ver, ainda mais agradável para os fãs que sonhavam com essa continuação. E é um livro (script) escrito maravilhosamente bem. Foi um presente e não me canso de falar e pensar nisso. Exatamente por isso, recebeu cinco estrelas e um coração de favorito no meu skoob, como todos os outros livros do mundo bruxo. Não se preocupem, não postarei nenhum tipo de spoiler aqui, afinal, é uma história que merece as surpresas que oferece. Eu ri de doer a barriga (e quem sabe até mesmo acordei alguns vizinhos), eu chorei de solução, eu me senti em casa no mundo mágico, me emocionei e torci com os personagens. Isso tudo em pouco menos de quatro horas (seguidas), que foi o tempo que levei para ler todos os quatro atos da peça. Ah, ainda tem isso! Como é uma peça, conseguimos imaginar perfeitamente o cenário e tudo mais, ou seja, só fiquei com mais vontade de ir para Londres ver tudo isso. Só de imaginar a magia acontecendo num palco já fiquei arrepiada. Ok, menos falação de fã e mais resenha, não é?

A história começa exatamente onde parou, dezenove anos depois onde tudo estava bem. Estava. Logo conhecemos Albus a caminho de seu primeiro ano na escola de magia e bruxaria de Hogwarts. O medo de cair na casa errada e de não se enturmar assombravam o garoto, mas ele tinha grandes esperanças de que tudo daria certo no final. Logo no trem, ele faz uma grande, e inesperada, amizade, Scorpius Malfoy. Um grande amante dos livros que carregava um peso parecido com o de Albus nas costas. Um sobrenome famoso e toda uma história. Não era fácil lidar com as fofocas, boas e ruins, que se espalhavam pela escola, ainda mais quando todos esperavam tanto do filho do grande Harry Potter e ele, no meio disso, queria apenas ser um garoto normal. Tudo só se complica ainda mais quando seu maior medo vira realidade, o chapéu seletor resolve que ele deveria ir para Sonserina. Pelo menos ele ficaria perto do amigo, era o que o consolava. Os dois se aproximavam cada vez mais a cada ano que passavam lá, afinal, eles se entendiam e sentiam o mesmo peso. Albus aos poucos foi percebendo que ele era tudo, menos o que esperavam dele. Isso inclui seu próprio pai que, por mais que sempre apoiasse o filho, não sabia exatamente como lidar com as escolhas dele.

"Eu não escolhi, sabe? Eu não escolhi ser filho dele." Página 28
(Tradução livre)

Quatro anos se passaram e Albus chega numa fase rebelde de sua adolescência. Seu pai definitivamente não o entendia e a escola só ficava pior a cada segundo. E é aí, no meio disso tudo, que ele escuta, sem querer, uma conversa entre seu pai e um antigo conhecido dele, Amos Diggory. O pai de Cedrico queria uma única coisa de Potter, seu filho de volta. Haviam grandes boatos no mundo bruxo de que o Ministério da Magia, com a Ministra Hermione, tinham um vira-tempo, que havia sido apreendido pelo próprio Harry numa operação dos aurores. Um objeto completamemente ilegal, mas que se bem usado poderia salvar uma vida (e mudar toda a história ao mesmo tempo). Aquilo entra na cabeça e Albus e, como estava distraído, não percebe que estava sendo observado. Delphi, que se apresenta como a sobrinha de Diggory, estava logo ao lado dele, também ouvindo tudo. Harry, obviamente, nega toda a história do vira-tempo e, pedindo muitas desculpas, se recusa a fazer o que Amos estava pedindo. Albus fica com aquilo na cabeça e, com a ajuda de tudo que ele estava passando, começa ver o pai como uma grande farsa, afinal, como assim ele, o grande Harry Potter, não poderia ajudar aquele senhor? No final das contas, Cedrico havia morrido por causa dele. E é aí que, no meio da viagem de trem para a escola, Albus decide que vai mudar a história com ajuda de seu melhor amigo e, claro. Delphi. Afinal, ela também fazia parte da história. O que eles não imaginavam é que até mesmo uma pedra fora do lugar no passado pode alterar drasticamente todo o futuro, e eles vão descobrir isso da pior maneira possível. Vivendo isso. 

"Nós não iremos mais existir e Voldemort reinará novamente." - Página 250
(Tradução livre)

É complicado não citar spoilers (mas consegui, rs). Toda a história é ligada no 220v e quando eu acreditava que já tinha visto de um tudo, boom, algo ainda mais surpreendente acontecia. Meu personagem favorito do livro é o Scorpius. Ele tem um jeitinho meio Hermione, todo sabe-tudo, mas de um modo único e muito leve. Albus é um grande personagem também, mas toda a estrela do livro, na verdade, é a relação de pai e filho que ele tem com o Harry. Ah, não posso esquecer o lado cômico de Ron(y), que rendeu muitas gargalhadas e uma saudade sem tamanho. Até mesmo o Draco me surpreendeu na história e eu amei cada segundo disso. Eu amei rever todos os personagens de forma geral e, quando digo todos, bom leiam o livro para entender isso melhor (rs). Como disse ali em cima, foi um presente para os fãs que criavam mil e uma teorias sobre o futuro da história. Ainda sem dar spoilers, os leitores podem ver o que aconteceria em várias possibilidades de futuros e como isso afetava cada um. Sem esquecer que em vários momentos temos flashbacks emocionantes que, para quem é fã, dá aquele quentinho no coração.

É uma história leve, emocionante, divertida e, definitivamente, feita para os fãs. Mesmo sendo um script, conseguimos entender o que cada um está sentindo e como aquilo afeta diretamente na história. Gastei tantos post-its que achei que minha cartela fosse acabar. O que me fez pensar sobre reler, mais uma vez, toda a série, mas dessa vez com os post-its do lado. Não vou negar, achei o último ato, e toda a resolução dele, um pouco corrido, mas ao mesmo tempo gostei de como tudo termina. Me senti bem com os personagens e tudo mais. Foi como rever grandes amigos que mudaram a minha vida, afinal, é isso que Harry Potter significa para mim. Uma mudança que afetou tudo em minha vida de uma maneira muito boa. Algo que me transformou e me fez chegar onde cheguei. Estava um pouco revoltada por ter essa peça só lá em Londres e blá-blá-blá, inclusive, estava evitando ler qualquer coisa sobre essa história, mas ao abrir a primeira página fui levada para o mundo mágico como quando abri o primeiro livro da saga pela primeira vez. Fantástico define, mágico explica. 

Harry Potter and the Cursed Child
Autores: J.K. Rowling, John Tiffany e Jack Thorne
Editora: Scholastic
Páginas: 320
Skoob do Livro.
Meu Skoob.