quarta-feira, 20 de julho de 2016

Na Estante: A Geografia de Nós Dois


Faz um bom tempo que eu queria ler esse livro, afinal, já tinha lido um outro da autora (A probabilidade estatística do amor à primeira vista) e ficado bem curiosa para ler as outras coisas que ela escreveu. A escrita da Jennifer é bem levinha e divertida, mas exatamente por ser bem leve, às vezes, fica um pouco entediante. Tanto que comecei  ler no gás e logo fui perdendo a animação, que só foi recuperada aos poucos do meio do livro para frente. Isso não quer dizer que ele é ruim, nem pensar. De forma geral, gostei bem da história e é uma ótima pedida para as férias. O livro ganhou quatro estrelinhas lá no skoob, como sempre, vou explicar tudo nos detalhes para vocês.

Lucy e Owen moram em extremos opostos do mesmo prédio. Ela, no vigésimo quarto andar e ele, no subsolo. Os dois já tinham se visto na recepção algumas vezes, mas nunca tinham sequer se cumprimentado. E foi aí que um dia ela resolveu correr para não perder o elevador e ele estava lá. Até aí, tudo normal, o que ninguém esperava, ou melhor, nem mesmo imaginava, era que a cidade de Nova Iorque inteirinha ficaria sem energia naquele exato momento. Deixando assim, os dois presos dentro do elevador sem uma luz sequer. A conversa começa um pouco sem graça, mas logo eles já estão conversando sem nem parar muito para pensar. Ele não era muito fã da cidade, mas ela morava lá desde sempre e amava cada pedacinho daquilo. Ele sentia falta das estrelas no céu e ela não sabia muito bem o que era isso.

"Talvez nunca estivessem destinados a
 mais que uma única noite. - Página 150

Quando finalmente tiram os dois de lá, o clima fica um pouco estranho, ok, eles ainda estão sem luz, mas não estão mais presos juntos. E é aí que os dois acabam no terraço do prédio com as estrelas. Eles passam a noite lá, depois de conversarem a noite toda sem medo de serem felizes, mas não se encontram mais quando as luzes voltam. E é aí que tudo desanda. O pai de Owen resolve fazer uma viagem sem destino pelo país com o filho e o pai de Lucy, precisa se mudar por conta do emprego e a leva junto, para Endiburgo. E ela aproveita para fazer um tour pela Europa. A geografia não estava nem um pouco a favor, mas nada podia mudar o fato e que aquele dia do elevador tinha tocado fundo nos dois.

"Estava pensando em castelos e colinas e xícaras de chá. 
Mas, na verdade, estava pensando naquele elevador." - Página 195

Eu simplesmente amei que a capa daqui é igual a capa original. Eu achei tão amorzinho e combina muito com o clima e história do livro, isso é sempre bom. O livro é contado em terceira pessoa, normalmente eu não gosto, mas nesse livro funcionou bem. O que me fez tirar uma estrela do livro foi que toda a história por trás do romance era meio fraca. Claro, não podemos esperar coisas lógicas do amor e tudo mais (blá-blá-blá), mas achei tudo meio corrido e forçado, tanto a viagem dele (que ainda estava no colégio!) quando a dela (que vivia o drama de ser sempre abandonada em casa pelos pais mega ricos). Isso não atrapalha a graça do livro, mas me deixou com preguiça. Para quem gosta de livros ridiculamente fofos, esse é uma ótima pedida. O açúcar chega a escorrer pela lateral do livro e, como disse no começo, é uma leitura bem leve e rápida.

A Geografia de Nós Dois
Autora: Jennifer E. Smith
Editora: Galera Record
Páginas: 272
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Porque Eu Quis


Eu não sumi, eu juro (rs). Para quem não acompanha o blog nas redes sociais, vim aqui me explicar um pouco e conversar. Eu me mudei. Mas dessa vez não foi só de apartamento, eu resolvi ser bem radical mesmo. Eu terminei a faculdade, eu mudei de cidade e de emprego também. Uau. E isso tudo em menos de um mês (hehe). E foi nesse meio aí que eu vi um vídeo da maravilhosa JoutJout. Um vídeo bem simples, mas que se encaixou perfeitamente no que eu estava vivendo (e ainda estou) e no que eu queria responder para muita gente. Vamos por partes, assim eu juro que toda essa loucura vai fazer sentido, ou quase isso, afinal, vocês me conhecem. Quando eu mudei de cidade, como comentei ali em cima, eu, na verdade, voltei para a minha cidade natal. Não estou morando com os meus pais, por mais que tenha almoçado lá todo dia (hehe), eu aluguei um apartamento e estou vivendo da mesma forma que vivia na outra cidade, só que agora tenho meus pais pertinho (rs). E é aí que começa a treta toda. Afinal, na cabeça de muita gente, inclusive, antigamente na minha também, voltar para a cidade natal depois da faculdade é um grande passo para trás e uma grande derrota. Oi?

Em primeiro lugar, eu escolhi voltar. Tinha vários opções, mas aqui me pareceu melhor e já cheguei aqui com um emprego garantido. Não foi um passo para trás, foram dois grandes pulos para frente. Eu vejo um mundo de oportunidades legais aqui para mim e para o que gosto de fazer. Não tive dúvidas. Ok. E onde entra toda a filosofia que a JoutJout falou no vídeo citado? Bem aqui. Porque recebi muitas perguntas (de pessoa próximas e de pessoas que nem conheço) querendo entender o motivo de eu ter voltado. O problema é que a resposta verdadeira (porque eu quis) soa muito sem educação na nossa sociedade. A gente meio que já espera uma coisa mais completa, tipo quando estamos fazendo uma prova e o professor pede uma resposta completa e com justificativa. Izabela, por que você voltou para a sua cidade natal? Bom, foi porque eu quis. 

Muitas vezes nossas escolhas parecem fracas, só porque não temos algo (considerado) forte por trás motivando tudo. Mas, hey, a vontade de cada um já é forte o suficiente. Nem tudo precisa ter um mar de justificativas. Hoje faz exatamente uma semana que estou morando no meu apartamento novo e a cada segundo eu tenho mais certeza de que fiz a escolha certa e todos os momentos, bem antes de vir para cá, que tive dúvidas do que estava fazendo foram porque alguém chegou e começou a fazer um mundo de perguntas. Nossa, mas você vai mesmo para uma cidade tão pequena? Você não queria o mundo? Você não queria trabalhar com turismo? Você não queria viajar mais? Você não ia fazer aquilo? Ou aquela outra coisa lá? Desistiu foi?

Eu quis. Eu não desisti dos meus sonhos, nem perto disso. Na verdade, cada dia mais acredito nos meus sonhos, mas eu preciso ter um pé no chão também. Eu ainda quero viajar o mundo, ainda quero trabalhar com turismo e todas as outras coisas, mas antes quero ter certeza de que posso fazer isso sem medo de ser feliz. Tendo um emprego e pagando minhas contas sozinha. Ah. E quem foi que disse que cidade pequena é algo ruim? Eu estava morando em uma cidade maior, não posso negar, e cheia de facilidades, mas que também estava me deixando com medo de sair de casa por conta de assaltos (foram quatro na porta da minha casa em menos de um mês e mais alguns dentro da própria faculdade enquanto eu estava lá). Aqui estou me sentindo mais leve, já saí com amigos e voltei tarde tranquilamente para meu apartamento. Não que aqui não tenha problemas, mas não é algo que me faça mal, como estava fazendo.

No final das contas, parece que fiz o exato contrário do que falei no começo, não é? Me justifiquei (hehe). Se isso faz algumas pessoas se sentirem mais tranquilas sobre as minhas (oi?) escolhas, aí está. Sigo com o pensamento de que tudo que tenho feito nessas últimas semanas foi porque eu quis e isso é fantástico. Tenho vinte e dois anos e acredito que já alcancei coisas fantásticas com a idade que tenho. Se está dando certo para que mudar? Faça sempre o que seu coração mandar e nunca se preocupe em ter de justificar suas escolhas, afinal, elas são suas.

domingo, 3 de julho de 2016

Na Estante: Além-Mundos


Eu não posso negar que li o livro bem rápido, mas não posso negar também que posso (ou não) ter pulado um ou dois (ou quatro) capítulos no meio disso tudo. É um livro com uma ideia fantástica, mas que não foi muito bem executada. O livro tinha como foco mostrar uma escritora trabalhando no seu mais novo livro e em uma menina vivendo algo completamente doido e que não tinha ideia de que, na verdade, era simplesmente a personagem do livro que a outra personagem estava escrevendo. Um pouco confuso, mas era o prometido e o esperado. Não foi bem isso que o livro entregou, ficou mais como duas histórias separadas que às vezes fazia sentir ter as duas ali juntas. O livro me empolgo bem no começo, mas logo fui desanimando e o fato de ser gigante me desanimou ainda mais. Estamos falando de mais de quase 600 páginas aqui. Por isso, e pelos motivos que vou explicar ali em baixo, o livro ficou com três estrelinhas no meu skoob.

Quando Darcy começou a escrever seu primeiro romance, ela nem imaginava que sua palavras realmente estaria tomando vida. Ela simplesmente sentou e escreveu o que tinha em mente em mais ou menos trinta dias, tudo porque descobriu que uma amiga de sua mãe havia morrido de forma trágica. Foi assim, simples e rápido, que a ideia de todo o livro apareceu em sua cabeça. Mais que rápido que a criação foi a aceitação, logo uma grande editora resolveu publicar a história e oferecer muita coisa para ela, desde que ela escrevesse mais, é claro.

"O resultado não foi exatamente um final feliz." - Página 463

Enquanto isso, em outro lugar e no meio de um aeroporto, Lizzie está vivendo seu pior pesado. Terroristas entraram atirando para tudo quanto é lado e ela sabe que seria uma das vitimas, não tinha para onde fugir ou correr. O que ela podia fazer era bem simples, e ela fez, se jogar no chão e se fingir de morta. O que ela não esperava era que o desejo havia sido tão forte que, de alguma forma, ela realmente tinha ido parar onde os mortos estavam, um além-mundo. E o mais estranho nisso tudo? Essa era exatamente a história que Darcy tinha escrito.

A história vai variando os pontos de vista, mas como não segue um padrão ou algo lógico, é bem complicado de acompanhar e eu me perdi muitas vezes, principalmente no começo (só depois de uns seis capítulos que eu me toquei que os capítulos que são narrados pela Darcy tem o título simples e os que são narrados pela Lizzie, esse têm uns traços em volta do título... fica a dica). Para quem escreve ou conhece o mundo da escrita, muitas das coisas que a personagem escritora vive fazem sentido. A forma como ela escreveu o livro e até alguns surtos aqui ou ali. De começo gostei muito de ver o mundo da Lizzie, mas depois não estava mais aguento o ponto de vista dela da história. Darcy começou dando esperança, com toda essa de escritora jovem sendo publicada, mas depois ela fica tão metida (não com todas as letras, mas nas entrelinhas de tudo que ela faz e fala) eu também não estava mais aguentando. Em resumo, esse é um livro dentro de um livro. Enquanto acompanhamos a vida de escritora, cumprindo datas e revisões, de Darcy nós vamos lendo também o que ela escreveu (de forma já revisada e pronta). Para quem gosta de coisas paranormais, a parte Lizzie vai ser bem legal de ler. De resto, desanimei bem.

Além-Mundos
Autor: Scott Westerfeld
Editora: Galera Record
Páginas: 546
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

sábado, 2 de julho de 2016

Na Estante: Anna Vestida de Sangue


Eu estava bem animada para ler esse livro e eu estou ainda mais animada para contar para vocês que eu simplesmente amei! Sou fã de filmes de terror e suspense e, como já contei algumas vezes aqui no blog, não tenho o mesmo sentimento por livros nesse estilo. Ou melhor, não tinha. Esse livro não chega a ser totalmente de terror, mas ele tem um toque bem assustador (e se fosse filme seria do mal, sério, algumas cenas, só de imaginar, me deixaram tipo ahhhhh) e, claro, tem um pouco de suspense também. Eu amei a escrita da autora e quando comecei a ler só consegui parar quando terminei. É viciante e você precisa saber tudo por trás de tudo (rs). É claro que estamos falando de um livro que recebeu cinco lindas estrelinhas lá no meu skoob. Queria mais livros da autora com os mesmos personagens, sério, eu preciso saber o depois dessa história e, até mesmo, o antes dela com mais detalhes (já pesquisei e tem outro livro da série, então, por favor, Verus, nunca te pedi nada, haha). Ok, mas agora vamos focar, não é mesmo? É sim.

Desde pequeno, Cas faz parte de um mundo diferente. Sua mãe é uma bruxa boa que faz poções e feitiços do bem para ajudar as pessoas que precisam. Seu pai é um caçador de fantasmas e tem como missão matar os seres que não perceberam que já estavam mortos (e que estavam causando por aí). Não era algo normal, mas ele sabia que eram coisas que sua família precisava fazer, que ele precisava fazer, não tinha escolha. Quando seu pai morreu ele ainda era muito pequeno, mas sabia que só ele poderia pegar onde o pai parou. Ele, então, viajava pelo país com a mãe um gato que farejava espíritos, seguindo pistas que amigos do seu pai e pessoas que ele conhecia em cada missão deixavam para ele. Tudo ia relativamente tranquilo, até que ele chegou à uma cidade cheia de lendas em volta de uma única garota: Anna (e seu vestido coberto de sangue).

"Ela não é só um fantasma. É um furacão." - Página 94

A garota tinha sido brutalmente assassinada aos dezesseis anos, mais de cinquenta anos atrás. A lenda era que qualquer um que entrasse em sua casa (mal-assombrada, dã) nunca mais sairia de lá, com vida, pelo menos. Tudo parecia normal para Cas, ele chegaria lá, mataria o que já estava morto e seguiria em frente. O problema é que Anna é bem mais poderosa que os fantasmas normais. Ela tinha uma força além do sobrenatural e toda sua morte era, na verdade, um grande mistério que poderia ajudar a resolver tudo aquilo. No meio disso tudo, Cas ainda tem que lidar com seus novos colegas de escola tentando descobrir o que ele faz e, pior, lidar com quem descobriu e quer ajudar. O que ele não esperava era que a amizade que ele consegue ali seria a chave para todo o mistério. Não é fácil fazer tudo sozinho e ele descobre isso da pior maneira possível. Cas logo percebe que os fantasmas são seus menores problemas.

"Não posso acreditar que ela está questionando a 
existencia de magia, quando ela mesma está  
aqui diante de mim, morta e falando." - Página 125

Eu simplesmente adorei a Anna. Eu sei que o foco do livro é o Cas, por mais que o nome do livro seja dela (rs), mas eu queria realmente conhecê-la melhor, quem sabe até mesmo um livro só sobre a vida dela antes de toda essa bagunça de morrer (ok, isso não soou legal). Cas é um ótimo personagem também, mas como ele já lidou com coisas terríveis na vida, é claro que ele passa isso em sua personalidade. E isso é ótimo! Afinal, mostra que a autora criou personagens com uma profundidade maluca e muito bem feita. Adorei também os amigos que ele faz na nova cidade e me fez pensar em como foi tudo que ele viveu antes de chegar lá (to falando, a autora devia investir em muita coisa aqui, rs). 

O livro, por mais pesado que seja o tema, é bem leve. Li em poucas horas e realmente não consegui largá-lo um único segundo. Você consegue rir em muitos momentos e isso ajuda muito a deixar tudo mais tranquilo, afinal, estamos falando de fantasmas que matam aqui. De começo, o livro estava muito Supernatural (sim, a série de TV). Essa coisa de filho seguindo os passos do pai e caçando coisa morta, sabe? Só faltou um irmão e um livro/diário que eles seguem, rs. Só que isso logo passa, foi só no primeiro capitulo mesmo (e não foi algo ruim). Também me lembrou muito os livros da série A Mediadora, da Meg Cabot (mas acho que é pelo tema ser bem parecido, quase o mesmo). Enfim, o livro é cheio de referências pop e hilárias, sério, tem muita zoação com o filme (original) dos Caça-Fantasmas, por exemplo e achei isso genial. Enfim, indico mil vezes (mas é legal lembras que estamos falando de um livro sobre fantasmas e que tem sua dose de palavrões).

Anna Vestida de Sangue
Autora: Kendare Blake
Editora: Verus
Páginas: 250
Skoob do Livro.
Meu Skoob.