Eu finalmente li o livro mais polêmico da Colleen Hoover e me surpreendi demais (de forma positiva). Desde que o livro foi lançando eu estava enrolando para ler, pois achava que ele não seria muito meu estilo, mas isso apenas me baseando nos que as pessoas estavam achando dele. A gente sempre tenta lembrar que só podemos formar uma opinião depois de conhecer, mas muitas vezes esquecemos disso. O livro é sim polêmico e trata de assuntos muito delicados e complicados, mas ele é muito bem escrito e é muito bom também. Isso não quer dizer que seja uma leitura leve e fácil, muito pelo contrário. Ainda assim, não é nem de perto o que via muita gente falando sobre (mesmo entendendo que cada pessoa tem uma opinião). O que vejo, muitas vezes, sobre o livro é gente falando que ele romantiza um relacionamento abusivo... e é o completo oposto. Assim como em "É Assim Que Acaba", também da autora, temos sim um relacionamento abusivo sendo retratado (aviso de gatilho), mas ele não mostra isso de uma forma irresponsável (como vi alguns falando). Acho que nem preciso avisar, mas farei mesmo assim: É um livro para maiores de dezoito anos e isso está avisado na capa. O livro pode trazer gatilhos sobre: Relacionamentos abusivos, violência doméstica, drogas, estupro e outros temas delicados. Como disse, não é mesmo uma leitura fácil. Nem mesmo uma leitura para releituras (creio eu). Mas não é um livro ruim. Exatamente por isso, ele ficou com cinco estrelas. Teve vlog de leitura no canal também quando li.
Sloan sabia que iria até o inferno para proteger a família dela. Na realidade, ela já vivia no inferno, então nem fazia tanta diferença assim. Desde cedo ela não teve muitas escolhas fáceis em sua família e acabo se tornando responsável por seu irmão. O problema era que ele precisava de um tratamento contínuo e ela não tinha condições de pagar. E é aí que entra Asa. Quando eles começaram a namorar ela nem podia imaginar quem ele era de verdade. Ele a tratava bem e (de certa forma) a fazia se sentir única no mundo. Ela não conhecia muitas coisas boas, mas se sentia bem com ele. Quando ela descobriu quem ele realmente era, um dos maiores traficantes da região, ela decidiu pular fora do relacionamento, mas Asa a segurou pelo elo mais fraco de sua vida: seu irmão. Sem Asa, Sloan não tinha como salvar seu irmão. Exatamente por isso, ela ficou. Ela estava no meio do caos e batalhava diariamente na faculdade para, um dia, poder escapar daquilo. O problema (maior) era que Asa a via como propriedade. Ela era dele e ninguém poderia chegar perto e, muito menos, ela poderia ir para longe.
Tudo começa a mudar quando Sloan conhece Carter na faculdade. Ele era energia e alegria pura e via as coisas de uma maneira prática e leve. Mas como nada em sua vida é simples, ela logo descobre que Carter não é exatamente que ele conta ser. Ele é Luke, um policial que está se passando por estudando para poder chegar mais perto de Asa. De começo, a relação dele com Sloan era puramente profissional. Ele precisava dela para chegar até onde ele queria, mas logo eles percebem que as coisas vão muito além.
O livro é crítico. O livro é absurdamente crítico. Em nenhum momento a Colleen coloca uma cena absurda e um dos personagens vive achando que aquilo é o certo. Não! Tudo que é errado é colocado como errado. Além disso, o livro critica demais os sistema de justiça dos Estados Unidos e como tudo acontece por lá com condenações e julgamentos (e muitas dessas críticas se encaixam em coisas daqui do Brasil também). O que pode chocar muito (e que justifica o título de "livro mais polêmico da autora") é que essas críticas estão para o meio da história que não é leve. É real. Assustadoramente real. Como tudo que a autora escreve, sim. Mas no caso aqui, é um realidade muito distante, mas que não deixa de ser realidade. A Sloan é a protagonista dessa história. Por mais que a narrativa fique alternando entre ela, o Asa e o Carter (Luke) a história é dela. Ela não é uma donzela em perigo. Ela está sempre em perigo (sim), mas ela sabe disso e, quando finalmente consegue lutar pelo que acredita, ela não fica apenas olhando enquanto outras pessoas tentam salvá-la.
Inclusive, quando liberei o vlog de leitura quando li (lá em fevereiro, sim... as resenhas ainda estão um pouco atrasadas, mas no canal segue tudo em tempo real), uma pessoa comentou que achava que a Sloan era tão ruim quando o Asa e isso me revoltou num nível absurdo. "Não são todos os homens", mas claramente foi um homem que comentou isso sobre ela. A Sloan usa sim o Asa para ajudar o irmão dela, mas pelo simples fato de que ela acreditava que ele era a única maneira de o irmão dela sobreviver. Ela não "usou" ele para ela se dar bem, muito pelo contrário! Ela se dava muito mal nessa relação toda e continuava pelo irmão. Ela sabia da treta em que estava metida, mas continuava pelo irmão. Ela estava sempre no fundo do poço e, de forma alguma, ela ter ficado com ele para ajudar a única família que ela tinha se compara com todas as bostas que ele fez. Fim de papo. Obrigada. Continuando, eu não tenho nada de bom para falar do Asa, então não falarei nada mesmo. Sobre o Carter (Luke), ele me surpreendeu muito. Ele poderia ter se atrapalhado demais no caminho (e quase o fez), mas ele conseguiu uma volta por cima legal e mostrou o quão fantástica a Sloan era para ela e ela cresceu demais com ele. O que é válido. Em resumo: É sim um livro muito problemático. Não pelo que é, mas sim pela realidade que ele retrata. Se você, assim como eu, evitava ler esse livro pelo que as pessoas falam dele pare já com isso e vá ler (se estiver tudo bem para você todos os avisos de gatilho e se for maior de idade). Ok, já falei demais.