segunda-feira, 26 de março de 2018

Na Estante: Kiro e Emily


Esse livro é na verdade é um presente da autora para os leitores da série Rosemary Beach, tanto que ele está sempre de graça nas plataformas digitais de leitura (tanto em inglês como em português). O livro ficou com quatro estrelas, mas isso se deve ao fato de que realmente acho a escrita da Abbi bem devorável. A história tem muitas falhas e, como é um pouco mais antiga, ainda tem muito do machismo do começo da série. Mesmo assim, é uma história que te dá muita vontade de ler e, se você acompanha a série completa, é muito legal de saber o antes de toda uma história. Foi muito legal ver um outro lado de alguns personagens que, normalmente, estão mais em segundo plano. Sem esquecer que a história em si do Kiro e da Emily realmente merecia ser contada. Como sempre, vou contar tudo nos detalhes para vocês. É importante lembrar que estamos falando de uma série aqui e que pode considerar uma coisa ou outra como spoiler. Pronto, já avisei.

Kiro faz parte de uma das maiores bandas do mundo. Sua vida se resume em ser um grande astro e aproveitar tudo que vem com esse pacote. Emily, por outro lado, nunca quis fazer parte desse mundo e de toda essa loucura, mas por conta de uma prima, que era muito fã da banda, acaba indo à vários shows e a ajudando a tentar entrar em uma das badaladas festas que eles faziam. é assim que os mundo dos dois se encontra e a ligação é automática. Kiro precisava conhecer aquela garota que, definitivamente, não fazia parte de seu mundo. Emily já queria distância, mas não conseguia evitar o fato de que se sentia muito bem perto dele. Foi assim que a amizade dos dois começou. Eles se falavam todos os dias e se apoiavam, fosse na faculdade ou em um show para milhares de pessoas. O amor aos poucos foi crescendo e logo eles perceberam que não conseguiriam mais ficar um longe do outro. Por isso mesmo, Kiro a convida para se mudar para a casa da banda e ela vai sem nem pensar duas vezes. Os dois ainda teriam muito para aprender, mas sabiam que com o amor que sentiam tudo valeria a pena.

"Quando saí de Chicago, achei que nunca mais teria notícias dele.
Mas Kiro me ligou na mesma noite e nossa amizade
foi crescendo com o passar dos meses." 

Não posso contar muita coisa, afinal, o livro é bem curtinho (quase um conto). De qualquer forma, a história em si me lembrou muito o livro Lead (que também tem uma grande banda no meio), por conta de toda a história de mudar para a mesma casa e tudo mais, mas só isso mesmo. De resto, é bem visível que Mase (do livro À Sua Espera, da série Rosemary Beach) é filho do Kiro. Os dois são muito parecidos, de verdade. Ainda mais quando o assunto é achar que são donos de suas parceiras (argh). Emily é um doce de personagem e isso já era de se esperar, uma vez que conhecemos a filha dos dois, Harlow (do livro A Primeira Chance, também da série Rosemary Beach) e sempre falam sobre como as duas são parecidas.

"Amo você, Emily. Sempre vou amar. Nesta vida, 
na próxima e na outra. Eu sempre vou amar só você."

De forma geral, adorei conhecer mais sobre o antes dessa série, afinal, por mais que a história seja focada no casal principal, vemos tudo que está acontecendo com a banda e como isso afetou a geração que lemos no resto da série. O que não gostei, além do jeito maníaco de Kiro, é como a história termina. Para quem conhece a série, o final não é um mistério, mas a autora correu demais com a história. O livro é num ritmo calmo em que vemos tudo acontecendo numa ordem bem organizada. E aí, quando chegamos ao final, ela vai resumindo tudo e pulando várias coisas e quando vê acabou e não explicou muito mais. Parecia que ela tinha cortado, sabe? Mas, enfim, para quem é fã da série, é algo que vale muito a pena, ainda mais por ser um livro que está sempre de graça, rs.

Kiro e Emily
Autora: Abbi Glines
Editora: Arqueiro
Páginas: 117
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

terça-feira, 20 de março de 2018

Na Estante: Encontro do Destino


Quando a Aline me mandou uma mensagem pedindo meu email do kindle eu nem podia imaginar no amor em forma de conto que estava vindo para mim, rs. Ela lançou essa história para comemorar o dia internacional da mulher e todo o enredo tem uma ligação com essa data também. O livro não vai entrar na categoria Achados do Kindle porque não foi um achado, foi uma parceria. Enfim, a história ficou com cinco lindas estrelinhas e é uma delícia de leitura. Eu peguei para ler antes de dormir e só consegui parar quando terminei. Estava muito curiosa para saber o final e já estava completamente ligada aos personagens. A história me lembrou muito a Colleen Hoover, principalmente o meu livro favorito dessa autora, o Maybe Someday. Mas vamos por partes, que vou explicar tudo nos detalhes para vocês e ainda contar melhor o que achei. Lembrando que é um conto e que não posso falar demais, senão perde a graça, né? 

Ashton e Rachel tiveram seus destinos traçados na maternidade, assim como diz uma música famosa. Suas mães se conheceram na sala de parto e, por estarem sozinhas ali, se ligaram pela necessidade de alguém amigo por perto em um momento tão delicado. Após o nascimento dos dois, as duas acabaram perdendo contato, mas é claro que o destino já tinha resolvido isso e, um pouco depois, as duas se encontraram de novo e dessa vez era uma amizade para sempre. Com isso, as duas crianças cresceram juntas. Aniversários iguais e sempre juntos em tudo. Melhores amigos que pensavam igual e queriam as mesmas coisas. Só tinha um pequeno detalhe, Rachel era um pouco diferente das outras crianças e, por isso, Ashton teve que aprender a se comunicar melhor com ela, mas isso nunca os atrapalhou, na verdade, só fortaleceu o que eles tinham. O tempo foi passando e, com isso, os dois perceberam que aquela amizade poderia ser algo mais, mas o medo de perder o que eles tinham era maior. E se não desse certo? Eles não podiam arriscar isso. Só que mais uma vez o destino tinha planos e eles teriam que lidar com tudo que ainda estava por vir.

"Nossas mães dizem que é o destino, então, que seja ele (...)."

Pensa numa história gostosinha de ler. Ashton é simplesmente um personagem maravilhoso que realmente se importa com sua melhor amiga e, por um acaso, amor da sua vida. A forma como ele a trata durante todo o livro é algo fantástico e que mostra o quão importante foi a crianção dele. Rachel é uma personagem forte que, mesmo passando por problemas, segue de cabeça erguida e nos ensina muita coisa. É um conto, como disse, então não posso sair falando mais que a boca, mas eu realmente indico essa história para quem ama um bom clichê muito bem escrito e um romance digno de filme Hollywoodiano.

Encontro do Destino
Autora: Aline Sant'Ana
Editora: Charme
Páginas: 104
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

quinta-feira, 8 de março de 2018

Ser Feminista X Livros de Romance


Faz um bom tempo que quero falar sobre esse assunto aqui no blog. Pensei, inclusive, em gravar um vídeo sobre isso, mas achei que falaria melhor por aqui. Não é que não goste de gravar vídeos, pelo contrário, eu amo! Mas sempre acho que consigo me expressar melhor quando escrevo e também me sinto mais livre quando coloco as coisas em palavras escritas (olha a doida). Vamos parar de enrolar e falar de uma vez. Faz mais de dois meses que esse texto está parado aqui nos rascunhos do blog e aí hoje, dia internacional da mulher, achei que era o momento certo de liberá-lo. Espero estar certa sobre isso, rs. Enfim, feliz dia das mulheres, afinal, não é fácil e a luta é diária, mas nós somos demais.

Desde que comecei a me entender melhor como feminista, ler romances, especialmente os new adults, se tornou uma missão quase impossível. Lembrando que romance é um gênero literário que não necessariamente é romântico. Enfim, muitos dos livros que amo de paixão, isso incluí meu querido Belo Desastre, são cheios de problemas que hoje (com meus 23 aninhos) me assustam. Os livros da Abbi Glines são minha válvula de escape, sério. São livros leves e relativamente divertidos, sempre com muitos personagens e casais diferentes, mas também entram nessa categoria bizarra, por mais que estejam melhorando com o tempo. A lista é grande e os problemas também são. Como assim? Casais cheios de problemas que não são normais e muito menos saudáveis. Isso me assusta? Sim! Mas o que me assusta mais é saber que muitas pessoas novas estão lendo e aplaudindo isso. Inclusive, já estive lá. Ah, mas esse papo de feminista é muito chato e blá-blá-blá. Se você pensa assim, infelizmente nada do que vou falar vai te ajudar, mas quem sabe se você ler até o final você consiga entender um pouquinho do que quero dizer.

Vamos lá, o problema não está em ler esses livros, afinal, eu seria bem hipócrita de falar isso, uma vez que a maior parte das minhas leituras são desse gênero. O problema está em não problematizar e questionar tudo que está lá. O problema está em achar normal a menina da história ter que sofrer tentando mudar o bad-boy que só quer saber de ficar com várias outras meninas, mas que lá no fundo pode mudar por aquela que é  a diferente de todas. Ahhhhhhhhhhhh. Ou ainda, aceitar tranquilamente uma relação em que a menina não pode nem sair com amigos para uma festa que a criatura gostosona (o cara, rs) já proíbe, por medo de perder o amor da sua vida. Sério, isso não é nem um terço dos padrões que temos visto por aí. Mas sabe qual me assusta mais? O que livro em que a vida da menina gira todinha em volta de ser aceita e amada por um cara, porque na cabeça dela, só assim ela pode ser feliz e completa. E sabe o que é pior? Não são nem só os new adults que se encaixam nisso, são noventa por cento dos livros de romance atual. Tudo bem você buscar um amor, só não pode se anular no processo.

Vamos lá, não tem nada de errado em você (ou a personagem) querer encontrar alguém legal para passar o resto da vida amando e sendo amada. Somos humanos e isso é normal e completamente aceitável. O que não está certo, e me preocupa, é a vida da pessoa ser apenas isso. Essa história de achar sua metade é furada, um casal não é feito de duas metades, mas sim de duas pessoas inteiras. Não ter amigos (livros em que não temos personagens secundários que mostram que a personagem tem vida além do romance), não ter sonhos (quando tudo ser resolve simplesmente por ter um namorado), não ter uma vida sem o outro (afinal, você pode estar junto com alguém, mas continua sendo uma pessoa com sua própria vida). Os livros em que as personagens estão buscando alguma coisa que sonham, ou trabalhando muito duro por algum emprego ou, simplesmente, vivendo a vida normal delas são algo raro. Claro que existem livros com esses temas, mas todos estão recheados de romances, muitas vezes forçados, que se destacam mais do que a própria vida da personagem. Ok, ela está buscando seu sonho de ser uma grande atriz, mas aí vai e conhece um ator mega famoso e muda todo o curso de sua vida e ele é tudo que ela sempre quis e não sabia, aí a história passa a ser sobre o amor deles, as brigas que vão ter por conta de fofocas e como ele a ajudou a realizar seu sonho, mas não é mais sobre o sonho dela e a vida dela. Porque a vida dela virou só ele. Ou ainda uma menina que acabou de entrar na faculdade com muitas ideias para seu futuro, mas aí conhece o cara mais gato do campus que vai virar a vida dela de cabeça para baixo e daí para frente é só isso. Como os dois estão se pegando pelos cantos e ele fica bravinho quando ela tenta fazer algo sem ele. A história deixa de ser sobre a vida acadêmica dela e passa a ser sobre o amor maníaco dele.

O que quero com esse post não é mudar o mundo (por mais que seria bem legal se fosse fácil assim), mas sim colocar uma pulguinha atrás da orelha de algumas (e alguns) de vocês. Ler é uma atividade que nos dá prazer, mas também pode nos ensinar muito e nos fazer pensar muito sobre quem somos e a sociedade em que vivemos. Continuo lendo esses livros? Sim, não vou mentir, afinal, vocês acompanham todas as minhas leituras. O problema não está no livro da atriz que se apaixonou pelo ator muito famoso, nem na menina da faculdade que se perdeu nos braços do bad-boy. O problema está em achar que isso é a única opção. Não estou aqui para ditar regras, credo, longe de mim. Mas para lembrar que podemos escolher nossas histórias. As da nossa vida e as que vamos ler. Podemos sim buscar um grande amor, mas sem esquecer que somos pessoas e que importamos. Sem deixar o outro (ou outra) dominando nossas escolhas. No final das contas, sem feminista é isso para mim. Ser dona do meu nariz e das minhas escolhas. Se empoderada por saber que minhas escolhas são minhas e buscar que as outras meninas se sintam assim também. Como sempre, não sei se temos algum sentido nesse post, mas pelo menos estou mais leve por ter escrito ele.