quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Na Estante: Oposição


Já comentei por aqui, algumas vezes, que é completamente diferente quando resenho um livro escrito por alguém que conheço. Normalmente as resenhas estão sempre focadas no por cima de tudo aquilo, ou seja, no que o autor escreveu e pronto. Agora, quando conheço quem escreveu a história, acabo procurando coisas do jeito da pessoa, coisas que gosta e, até mesmo, manias. É algo bem doido e, ao mesmo tempo, maravilhoso. Tive a honra de conhecer a Thaísa porque a mãe dela, a Melissa, é minha colega de trabalho (olha que ovo de mundo esse em que a gente vive, rs). Estava conversando com algumas pessoas do trabalho e comentei sobre o blog, foi aí que a Melissa virou e disse: Minha filha acabou de publicar um livro, vocês precisam se conhecer. Há. Foi exatamente o que fizemos e, algumas semanas depois, lá estávamos nós sentadas em um café conversando de tudo (literalmente). Foi fantástico. Tá, mas porque estou contando isso? Porque toda essa conversa que tivemos me fez ler o livro de uma forma completamente diferente. Afinal, eu já tinha visto o jeito da autora, as inspirações e até mesmo curiosidades de quando ela escreveu (e escreve). É um livro diferente de tudo que eu já tinha lido antes. Um mundo inteiramente novo para mim e, exatamente por isso, fantástico. Thaísa conseguiu me prender desde a primeira linha, afinal, eu já estava curiosa com tudo aquilo. Foram cinco lindas estrelas lá no skoob e agora vou contar um pouco da história para vocês.

Lilith vivia em um mundo controlado pelos deuses do Inferno em que chamava atenção de todos por ser diferente, ou melhor, por ir contra tudo que era normal para aquele lugar. Mesmo sendo uma criança e, por conta disso, não conhecer os detalhes mais sombrios sobre o lugar em que morava, ela começou a ter sonhos horripilantes em que conseguia ver perfeitamente os rostos e ouvir os nomes dos tais deuses, ignorando por completo a lógica de que ela nunca os tinha visto. Os sonhos iam muito além pesadelos e abalavam por completo a cabeça da criança. Quando sua irmã mais velha, Alice, descobriu isso, resolveu contar para mãe que, muito rapidamente, resolveu o problema como podia. Remédios controlaram a menina por alguns anos, mas eles não poderiam salvá-la da realidade que estava por vir.

"Qual era o limite entre o real e o ficcional naquele 
pandemônio que estava a sua cabeça?" - Página 34

Os deuses faziam convocações com os humanos e, no dia de uma dessas, Lilith estava ardendo em febre e, mesmo com medo do que isso poderia resultar, sua mãe decidiu a deixar em casa com Alice. Não demorou muito para que Lilith começasse a agir de uma forma estranha, como se fossem delírios causados pela febre, e, por conta disso, acabou conseguindo sair de casa sem um rumo muito certo. Sua irmã a seguiu, mas também não tinha a menor ideia de onde estava indo. Nessa loucura toda, as duas caem e, quando acordam, estão em lugar completamente diferente. Alice percebe que sua irmã ainda está ardendo em febre e segue atrás de ajuda, até que consegue. E é aí que ela descobre que o tombo havia sido literalmente gigantesco, uma vez que haviam caído em outra dimensão. Um lugar habitado por seres demnos e que tratava os seres humanos como escravos. Seguindo a história, Lilith ainda conhece Seth, um demno que seguia risca o ódio pelos humanos, menos quando o assunto era seu melhor amigo, é claro. Entre descobertas e momentos completamente únicos, vamos descobrindo junto com os personagens que muitas coisas ainda podem, e vão, mudar. No final, nada realmente é como parece.

"Se não fosse por essa confusão toda, eu jamais 
teria ido pra outra dimensão." - Página 521

Vamos começar pelo fato de que um dos meus nomes literários favoritos está na história e justo com um personagem que mantive uma relação de amor/ódio (haha), Seth. Ok, menos drama e mais comentários. A construção ds personagens foi feita com maestria pela autora, sem exageros. É complicado controlar um mundo (nesse caso, mais de um, hehe) cheio de personagens profundos, ou seja, com personalidades marcantes, mas nesse livro temos vários que conseguem deixar a sua marca. É fácil de logo entrar na cabeça de todos eles e, de certa forma, entender como eles pensam e o que podemos esperar de cada um. Simplesmente adorei isso. Ah, e não podemos esquecer a coisa mais maravilhosa do mundo, que é a capa desse livro (sério).

O livro é uma fantasia com um lado mais sombrio e, como disse antes, é diferente de tudo que eu já tinha lido. Também não é um romance clichê que muda as pessoas e que, durante a história, vemos personagens mudando por amor. Quem é mal, realmente tem maldade dentro de si e é isso que torna tudo tão impactante. Vemos pessoas sofrendo de verdade, mas também vemos muita representatividade de tudo quanto é coisa que podemos imaginar. E nada sendo tratado como taboo ou errado, tudo na maior tranquilidade e fazendo todo o sentido dentro da história. É um livro grande (muito grande mesmo), mas logo no começo percebi que isso seria apenas um detalhe. Quando abri pela primeira vez para ler, pisquei e estava na página cem. O começo de carrega para o enredo e logo você quer entender como tudo aquilo pode estar acontecendo. E o final, bom, é melhor você mesmos lerem, por mais que eu já esperasse um pouco o resultado (que fica ainda sem resposta, tratando-se de um livro com continuação) eu ainda fiquei bem sem palavras, É, literalmente, ler para crer.

Oposição
Autora: Thaísa Lixa
Editora: Chiado
Páginas: 526
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

2 comentários:

  1. Eu solicitei este livro a editora após ler esta resenha super motivadora! Ótima resenha.

    Att.,
    Victor N. Souza
    www.cafeidilico.com

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