sexta-feira, 25 de junho de 2021

Existência (Abbi Glines)

Eu estava enrolando muito para ler esse livro, por mais que eu ame a escrita clichê e levemente duvidosa da autora, porque o livro estava sempre muito caro. Estava me planejando para comprar a versão em inglês pelo kindle, porque estava um pouco mais em conta, quando o preço do livro físico caiu e eu consegui finalmente comprar. E aí então foi só alegria, uhu. E o que mais me chamou a atenção é que o livro tem uma vibe de A Mediadora, da Meg cabot, que eu amo demais (e que é uma série de livros que me marcou muito). Quando soube disso, corri para ler e, de fato, fui muito surpreendida por essa narrativa mais jovem e relativamente calma da Abbi Glines. Isso porque além desse lado sobrenatural da história, da menina que vê e conversa com espíritos, também vamos por um caminho da escrita que lembra muito fanfic e que deixa tudo muito mais devorável, sabe? Aqueles finais de capítulo (e até mesmo o final do próprio livro) que deixam uma bomba no ar que você precisa continuar para descobrir. No final das contas, o livro acabou com quatro estrelas e meia e eu estou bem animada e curiosa para as continuações. O que me fez tirar essa meia estrela foi um pouco do meio para o final do livro, que achei bem parado e bem desconexo com o ritmo do resto da história. Mas quando estamos chegando na reta final as coisas voltam a acontecer de forma frenética e fica bem legal de novo. Diferente dos outros livros da autora, esse daqui é bem tranquilo para leitores maiores de quatorze anos. 

Pagan Moore sempre enxergou almas por onde passava e ela acreditava que elas estavam perdidas e, infelizmente, ela não conseguia fazer muito por elas, uma vez que não conseguia se comunicar diretamente. Aos dezessete anos, Pagan estava lidando muito bem com o fato de que era invisível na reta final de sua vida escolar e que precisava lidar com fantasmas, mas isso estava prestes a mudar. O menino mais popular de sua escola, o jogador Leif, resolveu que precisava de aulas particulares com ela para melhorar suas notas em uma matéria e uma das almas perdidas que estavam pela escola falou com ela diretamente. Assim mesmo, um evento perto do outro para confundir ainda mais sua cabeça. Além disso, porque a vida calma dela estava mesmo ficando para trás, ela sofreu um acidente de carro ao sair mais cedo da escola para fugir de todo o caos que estava acontecendo e foi parar no hospital.

Leife se sentia muito culpado, porque ele e Pagan havia se desentendido antes de ela sair de carro, e resolveu que precisava demonstrar todo amor e carinho que ele tinha para compensar o ocorrido. Enquanto isso o fantasma que falava, que descobrimos que o nome é Dank, resolve fazer companhia para ela também. O mais seguro e confortável é começar um namoro com Leif, mas ela estava a cada dia mais apaixonada e curiosa com Dank. E tudo sai por completo do controle quando descobrimos que ele não é um simples fantasma ou alma errante. Ele é a morte. Pagan começa a ver ainda mais fantasmas que falam diretamente com ela após seu acidente e, ligando os pontos, ela percebe que não deveria ter sobrevivido ao acidente. A hora dela já tinha passado, mas a morte estava quebrando as regras, pois estava apaixonada pela alma da adolescente. E isso não é nem metade de toda loucura...

Os personagens são legais, mas nada fora do comum. De começo, Dank é um ótimo personagem para se acompanhar, mas toda a vibe crepúsculo dele acaba complicado isso. Isso porque, assim como o vampiro Edward, ele fica naquela de que não pode chegar perto nem se apaixonar porque é perigoso demais para ela, mas, ao mesmo tempo, também não consegue mais ficar distante pois já está longe demais. Enfim, acho que deu para entender. Pagan é meio lerda e, com isso, eu estou sendo bem fofa. Porque ela demora uma vida para entender tudo que está rolando e teve hora que eu queria sacodir a menina para ela entender algumas coisas, mas no geral ela é uma boa personagem principal. Leif é um personagem ok, mas que acaba perdendo muito do destaque por conta de todo o drama do vampiro... quero dizer, do Morte. Miranda, a melhor amiga de Pagan, é um alívio cômico bem gostoso de acompanhar e que deixa muitas das cenas mais leves, assim como outro amigo do grupo, o Wyatt.

Recentemente li outro livro da autora (Sem Escolhas, já tem vlog de leitura no canal e a resenha escrita vai sair em breve) e eu tive uma mesma sensação enquanto lia esse daqui: A sinopse entregou demais. É claro que o livro é clichê e vamos descobrindo muitas coisas enquanto ainda estamos nas primeiras páginas, mas muito se perdeu dessas descobertas com a simples frase "Ele é a morte" que está na bendita da sinopse. Seria muito mais legal, na minha opinião, descobrir isso lendo. Acredito que a leitura seria ainda mais devorável se a gente fosse achando que ele realmente era alguma alma perdida que podia se comunicar... mas não. Ele é a morte. Ela ali na capa para todo mundo ler. Isso estragou a leitura? Não, afinal, o livro continuou com quatro estrelas e meia, mas acredito que teria sido mais legal (e essa sou eu sendo chata, acontece). No geral, é um livro devorável, rápido e que te prende até o final... para te deixar ainda asim sem muitas respostas para precisar ler a continuação (acontece, rs). Indico para quem gosta de fantasias sobrenaturais leves e um pouco bregas (eu amo). 


existência
AUTOR(A): abbi glines
EDITORA: charme
PÁGINAS: 216
SKOOB DO LIVRO.
MEU SKOOB.

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