quinta-feira, 24 de junho de 2021

A Thousand Boy Kisses (Tillie Cole)

Esse foi o livro da leitura coletiva do mês de maio do blog e eu não vou negar que esperava bem mais dele. Eu já tinha lido outro livro da autora ano passado (Doce Lar) e gostado bastante, a escrita é clichê na medida certa e eu estava bem curiosa para ler esse livro (que anda bem famosinho). Além disso, é um livro que promete te fazer chorar até perder o ar (ou assim dizem, pelo menos), mas eu não chorei. Ok, vamos ser justos aqui. Eu dei uma leve chorada na metade do livro, mas depois eu estava tão focada em algumas problemáticas da história que eu não chorei mais. Inclusive, vale comentar que eu sou muito chorona real e realmente esperava chorar mais. Não que chorar no livro seja um sinal de que ele é bom ou ruim, mas achei válido comentar isso (já que é algo que falam muito sobre essa história). O livro é para maiores de quatorze anos (e isso estava escrito na sinopse dele da versão em inglês que eu li) e tem alguns gatilhos para relacionamento abusivo e doenças terminais. Em resumo, é muito clichê e tem aquela vibe de livro do Nicholas Sparks. Uma vibe, inclusive, que não tenho gostado muito de ler. Já tem coisas tristes demais rolando no mundo no momento e eu quero me esconder no mundo alegre dos livros quando estou lendo (deixa eu me alienar em paz, rs). Para quem quiser entender melhor o que achei, e com spoilers, é só dar uma olhadinha na live que rolou lá no canal. Aqui, como sempre, vamos sem spoilers, ok? 

Poppy recebeu uma missão de sua avó nos últimos momentos que compartilhou com ela. As duas eram companheiras de aventuras e a avó estava deixando um presente para a neta. Ela teria uma vida toda para lotar um potinho com seus beijos de garoto. Mas não seriam simples beijos, não. Precisava ser um beijo que dava aquela sensação de que o coração iria explodir de tanto amor e felicidade para entrar nos papéis de coração daquele potinho. Aos oito anos, Poppy não entendia muito bem ainda o que a avó realmente queria com aquela ideia, mas ela sabia que precisava compartilhar aquilo com seu melhor amigo, Rune. Ele tinha chegado na cidade pouco tempo antes, ele era da Noruega e, quando era ainda menor, Poppy acreditava que ela era um viking e foi assim que eles viraram melhores amigos. Rune logo empolgou na ideia e ali eles decidiram que iam passar a vida lotando aquele potinho com momentos que fazem o coração quase explodir de felicidade.

O problema é que nem tudo segue como o planejado quando Rune descobre, aos quinze anos, que sua família precisaria retornar para o país de origem por conta do trabalho do pai. Os dois já tinham completado uma boa parte dos beijos, mas eles acreditavam que esse tempo distante atrapalharia demais todos os planos que tinham. Foi assim que, por dois longos anos, os melhores amigos e namorados dos beijos do potinho não se falaram. Aos dezessete anos, Rune retorna para a casa ao lado da casa da família de Poppy, mas ele já não é exatamente o mesmo garoto. Logo ele descobre que Poppy também esteve afastada durante todo esse tempo e que, na verdade, ela está escondendo um grande segredo dele que pode mudar todos os os planos que eles já tiveram. Rune estava completamente revoltado com o mundo e, principalmente, com seus pais. Mas ele começa a ver que as coisas são muito mais complexas na vida e que não comandamos nosso destino, apenas nossas escolhas.

Vamos começar com o balde de água fria, ok? Achei o relacionamento dos personagens principais bem problemático e não saudável. Eu sei que a ideia da autora era deixar claro que eles eram um tipo de alma gêmea um do outro e que a vida deles foi feita para que ficassem juntos... mas eles eram crianças, meu Deus! Aí entra outro ponto que ficou demais na minha cabeça durante toda a leitura, a avó dela era muito irresponsável. Entendo que ela estava se despedindo e queria que a neta tivesse uma vida feliz e realizada, mas a vida de uma menina não pode depender de beijos de garoto. Além do que, eu já acho que deveria ser de garotos no plural escrito no potinho ou, ainda, garotos e garotas, porque seria ainda mais justo... mas ainda assim a vida não é sobre isso. Se era algo tão importante assim, que a avó deixasse isso com uma cartinha (que seria ainda mais emocionante e marcante) para a menina abrir quando estivesse numa idade legal para se preocupar com isso. Mas daquele momento em diante a vida dela virou esses beijos e ela tinha apenas oito anos. Sobre o relacionamento não ser saudável, basta ver o que acontece no final e aquele epílogo que eu gostaria de imaginar que nunca aconteceu. Um depender tanto do outro não é algo saudável. Você não precisa de alguém para te completar, ok? Você já é completo e precisa de pessoas para agregarem coisas legais no seu completo.

A vibe badboy do Rune também não colou muito. Acredito que a autora tentou seguir um caminho clichê, que normalmente amo, mas o Rune não conseguiu manter isso (e era parte da narrativa ele não conseguir), mas deixou muita coisa não crível, sabe? Ele não estava sendo um badboy quando estava brigando com o pai, estava só sendo um adolescente mimado que precisava ter ouvido mais nãos na vida. Nossa, falando assim nem dá para entender como que eu dei quatro estrelas para o livro, né? Na realidade, pensei muito em dar três estrelas e meia, principalmente depois de ler aquele epílogo, mas a história em si (mesmo com todas essas coisas que comentei) é muito devorável e, em muitos momentos, muito fofa. É totalmente fácil de entender o sucesso do livro, porque ele é uma receita para que isso aconteça. Mas acho legal ter em mente os detalhes sobre o que realmente é um relacionamento saudável quando for ler esse livro. No mais, indico para pessoas que gostam de livros clichês devoráveis e, principalmente, para pessoas que gostam de um bom drama no maior estilo John Green ou Nicholas Sparks.


A thousand boy kisses
AUTOR(A): Ttillie cole
EDITORA: Amazon kindle
PÁGINAS: 526
SKOOB DO LIVRO.
MEU SKOOB.

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