Eu não sabia o que esperar, era a minha primeira vez fora do país e ainda por cima minha primeira vez saindo de um avião. Tinha medo de perder minhas malas, de não saber por onde passar, de olhar feio sem querer para um guarda e um medo ainda maior de não conseguir me comunicar mesmo sabendo falando inglês. Era tudo exagero da minha cabeça, mas medo é medo e a gente não pode discutir isso. Respirei fundo e juntei tudo o que tinha meu no avião. Coloquei da forma mais organizada que consegui em minha mochila e saí sorrindo.
O ar era diferente, não sei explicar, mas isso era um fato. Respirei fundo na esperança de que a ficha caísse, afinal eu estava ali realizando um dos meus maiores sonhos, mas não adiantou muito, estava complicado de acreditar que aquilo tudo era real. Entreguei os papeis que tinha que entregar, respondi o que tinha que responder e saí com um sorriso ainda maior. Não tive problemas na hora de achar minhas malas, mas uma delas perdeu uma das rodinhas no avião. Não estava ligando, pelo menos não ali no aeroporto onde eu nem precisava carregá-la.
Resolvi que precisava lanchar e fui me aventurar em uma lojinha do aeroporto. Era a hora de testar meu inglês, afinal se não desse certo na pior das hipóteses eu passaria fome. Escolhi um pacote de batatas, a que parecia mais normal, e uma garrafinha de refrigerante. Levei tudo para o caixa e esperei, o atendente falou e eu podia jurar que aquilo era tudo, menos inglês. Pela minha cara ele viu que não estava entendendo e repetiu com mais calma, entendi, paguei e saí com meu lanchinho.
O inglês que aprendemos na escola é calmo e completamente correto, bem diferente do que é realmente usando por quem usa a língua diariamente. De primeira foi um susto, mas em menos de algumas horas você acostuma, bom, eu acostumei. Sentei perto das minhas malas e provei tudo o que tinha comprado, achei meio sem gosto, mas era o que tinha. A ficha ainda não tinha caído.
Quando terminei tudo achei um telefone público e sabia que era a hora de fazer aquela ligação importante. Peguei o cartão telefônico e digitei o número que sempre soube de cor. Quando minha mãe atendeu a ficha caiu e de uma vez só. Comecei a chorar e ela fez o mesmo, eu não precisei falar muito, ela sabia o que eu estava sentido e o quão feliz eu estava. Contei tudo que já tinha feito e depois desliguei com um sorriso ainda maior, mas ainda chorando.
Alguns sonhos terminam em aeroportos, mas os meus estavam apenas começando.
Iza, adorei esse texto! Estava aqui "fuçando" no seu blog pela primeira vez e vi essa foto com a camiseta da CI. Eu quero fazer intercâmbio e acho que vou me identificar com esse texto logo, logo. Você tem mais textos sobre intercâmbio? Poderia fazer algum post ou vídeo falando sobre isso? Agradeço de montão!
ResponderExcluirBeijos,
Mari
Obrigada! <3
ExcluirFiz sim, kk em 2010 *-*
na 'aba' textos tem todos os textos que já publoiquei aqui e tem mais um sobre a viagem, se não me engano (:
mas acho que vai querer esse link aqui ó: http://www.brincandodeescritora.com/2014/03/duvidas-disney-e-intercambio-teen.html