domingo, 4 de setembro de 2016

Na Estante: O Ar que Ele Respira


Eu estava muito animada para ler esse livro. Sério, desde que ele foi lançado lá nos EUA que eu estava contando os dias para poder finalmente ler uma história inédita de uma autora que me conquistou tanto com um único livro (Sr. Daniels). Como tenho a autora no facebook (ui, phynna), acompanhei todos os passos até o lançamento e, claro, o momento em que o livro foi logo para os mais vendidos. Além disso, assim que eu postei no insta que ia começar esse livro, um mar de gente (bem mais que o normal) comentou que finalmente eu ia ler, que eu precisava ler, que queria muito saber o que eu iria achar e mais um bando de coisa. Acho que é exatamente por isso tudo que eu estava esperando um pouco (pouca coisa mesmo) mais. O livro ganhou cinco estrelas e eu o li em bem menos de um dia, mas, ao mesmo tempo, eu meio que esperava um pouco mais dos personagens principais, visto os comentários todos em cima deles. Calma! Eu vou explicar, como sempre, nos detalhes. E, como disse, ainda assim amei o livro e ele ganhou nota máxima. É só que eu demorei umas cento e poucas páginas para me apegar aos personagens e, logo de cara, eu já tinha descoberto todas as tretas do livro (juro). Ok, vamos lá.

Elizabeth tinha chegado ao fundo do poço. Ela perdeu o amor de sua vida em um acidente trágico de carro e, desde então, não conseguia colocar nada da sua vida em ordem. A única coisa que a segurava e a lembrava que era importante respirar era sua filha, Emma. Ela também sentia muita falta do pai, mas via na mãe algo bom e a certeza de que tudo estava bem. As duas estavam morando, temporariamente, na casa da mãe de Elizabeth, mas sabiam que não poderia ficar muito mais tempo simplesmente existindo ao invés de viver. Foi exatamente por isso que Liz resolveu voltar para casa, a sua casa. Sem parar para pensar, ela pega tudo que tinha juntando nas últimas semanas e volta para o lugar que tinha começado uma família. Não seria nada fácil, nem perto disso, mas seria um começo. Quando volta, reencontra velhos amigos e, aos poucos, vai juntando força para seguir em frente. O que ela não esperava era que, logo ao lado, tinha uma alma que tinha sofrido tanto quanto a dela e que, outra coisa que ela sequer sonhava, essa alma podia ser a resposta que ela esperava para todos os seus problemas. 

"Não destrua o coração dela, já está em pedaços." - Página 162

Tristan tem um passado tão sombrio quanto o de Liz. Ele perdeu mais que um amor perdeu parte de sua vida. Não era fácil lidar com os fantasmas do passado que, sempre que podiam, voltavam para assombra-lo e, por isso, ele preferia lidar com tudo e todos de forma grossa. Era melhor que todos ficassem longe dele, assim ninguém mais se machucava. E é aí que sua vizinha aparece, com bagagens emocionais tão fortes quanto as deles, e com uma menininha serelepe que o faz sorrir pela primeira vez em muitas semanas. Os dois sentem que precisam ao menos se conhecer, mas a dor e as lembranças da última vez que amaram os seguram. É aí que entra o destino e, aos poucos, vai entrelaçando a vida dos dois. Não é nada simples lidar com um coração partido, imagine dois, mas é relativamente menos complicado quando se tem alguém que entende sua dor para ajudar a colar os pedacinhos. Um poderia lembrar o outro de respirar para sobreviver e, quem sabe até, lembrar o outro que viver vale sim a pena.

"Quero beijar você. A Lizzie triste, devastada.
 A verdadeira Lizzie." - Página 166

Vamos por partes, ok? Ok. Eu simplesmente amei Faye, a melhor amiga pirada de Liz. O que me faz pensar que a autora é muito boa mesmo criando personagens secundários que marcam muito os leitores (vide o meu xuxu Ryan, de Sr. Daniels). Eu passei grande parte da leitura torcendo para ela aparecer mais e mais. Sempre que aparecia, era risada na certa e de um jeito maravilhoso. Ainda falando de secundários, temos Tanner, o melhor amigo do marido (que faleceu) de Liz. Um personagem clichê e que, na minha opinião, me ajudou a entender (no caso, descobrir) toda a treta bem antes da hora. Ok, agora vamos para os personagens principais. Eu não consigo nem mesmo imaginar um terço da dor que esses dois passaram. Ver tanto de sua vida indo embora de uma hora para outra e de maneira tão trágica é algo que não consigo nem ao menos pensar. A dor deles é a base desse livro e muito da personalidade dos dois, mas, ao mesmo tempo (e, mais uma vez, na minha opinião) é também o que me afastou um pouco do livro nas primeiras páginas. Como comentei no começo, levei umas cem páginas para me apegar aos personagens e eu acredito que isso seja pelo fato de que eles afastam todos por perto, inclusive o leitor, com a dor que sentem. Eu sabia que eles estavam passando por algo terrível, mas não conseguia ler de verdade os personagens por não conseguir ver através disso. No começo é só dor. Entendo que isso é algo fantástico, o fato da autora conseguir passar isso pelas palavras, mas ao mesmo tempo me fez ficar sem reação com os personagens 9de começo, depois passou, rs).

O livro é clichê assim como o outra da autora que citei, mas esse ainda consegue ir ainda além nisso. Não é algo ruim, sou uma fã maluca por histórias clássicas e cheias de coisas que já vimos mil vezes, mas o problema é quando já adivinhamos tudo (sem nenhuma surpresa mesmo) nas primeiras páginas do livro. Foi o que aconteceu. Por sorte, a escrita é tão boa e, mesmo com esses problemas, a história também é tão boa que gostei muito do conjunto da obra. É um livro sobre dor e superação e acho que é importante pensarmos e, até mesmo, lermos sobre isso. Principalmente pelo ponto de vista de quem vive tal dor. É um livro para quem acredita que existe sim uma luz no final de todo túnel e que o amor pode salvar vidas, de muitas maneiras.

O Ar que Ele Respira
Autora: Brittainy C. Cherry
Editora: Record
Páginas: 306
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

5 comentários:

  1. Oi. Eu amei o livro e também me apaixonei pela autora, ela consegue ser incrivelmente perfeita em suas histórias. Eu entendo essa de não conseguir se conectar com os personagens (senti muito isso) mas eu fiquei abismada com as tretas da trama, nunca imaginaria (mesmo lendo um livro antes que tinha a mesma temática). A Brittainy é uma autora que consegue nos mostrar a profundeza dos sentimentos de seus personagens, por isso gosto tanto dela.
    Abraço, https://leitoraencantada.blogspot.com.br

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    1. Sim! É uma autora maravilhosa.
      Fico mais tranquila de não ter sido a única que não se conectou com os personagens. Sim, a autora é mestre nisso de crias tramas inacreditáveis e fantásticas.
      Beijos

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  2. Gente, que lindo! :O
    adorei a resenha, fiquei com vontade de ler!!!


    www.generoproibido.blogspot.com.br

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  3. Esse foi o primeiro livro da Brittainy que li e me apaixonei pela escrita dela.
    É fantástico o quão palpável é o sofrimento do Tristan, eu me peguei várias e várias vezes pensando no quão devastador deve ser isso. É um acontecimento que nunca vai ser superado 100%, acho que só se aprende a lidar melhor com a perda..
    Eu gostei bastante do livro e também no segundo capítulo já tinha sacado mais ou menos o plot, mas amei como ela construiu isso no capítulo da revelação em si.
    Emma é uma fofura só, amei amei a interação dela com Zeus e amei aquela estória das plumas.

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