quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Na Estante: À Procura de Audrey


Eu estava muito animada para ler esse livro, afinal, adoro os outros da autora. Sophie Kinsella é bem conhecida pelos seus chick-lits e com total razão, sério, são sempre livros leves e divertidos. Ou seja, é claro que estava doida para ver o lado young adult dela. Não posso negar, eu estava esperando um pouco mais. O livro é ótimo e podemos ver o lado leve de Sophie nele, mas, ao mesmo tempo, não consegui ver essa história atraindo um público mais jovem. Tipo assim, todo o por trás da história é maravilhoso e passa uma mensagem muito boa, sem esquecer, é claro, que os personagens principais são bem mais jovens e os problemas com escola e com os pais estão sempre presentes (mais young adult que isso, só dois disso), mas é aí que está. Como somos mais novos não queremos ouvir lições. Podemos até ouvir, mas só vamos perceber que estavam certas quando crescermos um pouco mais. O livro ganhou quatro estrelas, mas vou explicar melhor meus motivos mais para frente. Em resumo, eu adorei a história (ok, tive alguns sérios problemas com o final dela), mas acho que não é um livro para relaxar, é para pensar. Se quiser conhecer um pouco mais da história e do que achei sobre ela é só continuar lendo a resenha.

Audrey passou por vários eventos traumáticos na escola e, por conta disso, acabou não aguentando toda a pressão. Nunca é fácil lidar com bullying, mas para algumas pessoas isso consegue ser ainda pior. Ela não conseguia mais conhecer pessoa novas, sair de casa e, até mesmo, mostrar os olhos para as outras pessoas. Pelas lentes de um óculos escuros, Audrey, ia tentando melhorar com a ajuda de uma médica. E é por conta dessa mesma médica que ela começa a ver a vida pelas lentes de uma câmera também. Era um jeito leve para ela 'encarar' as pessoas e poder perde o medo. Estava funcionando, ela adorava gravar as pessoas na sua casa. A vida estava assim, parada mesmo, até que tudo resolveu virar de cabeça para baixo na casa dela. Seu irmão mais velho, Frank, passava todo o tempo livre na frente da tela de um computador e, por conta disso, a mãe deles (que é viciada em um jornal britânico que acha que sabe tudo sobre a vida das famílias) resolveu que ele era viciado e precisava destruir a tecnologia da casa. Um evento básico para dar uma agitada na família, de leve. 

"Não é o mundo lá fora em si. (...) São as pessoas." - Página 46

No meio dessa bagunça toda, Audrey, acaba conhecendo Linus, um dos melhores amigos (e companheiro de jogos) do seu irmão. De primeira ela fica com medo e tenta fugir de qualquer tipo de contato com ele, mas aos poucos vai percebendo que ele nem é assim tão assustador. O clima na casa só piora quando a mãe deles resolve jogar (literalmente) um laptop pela janela, mas tudo que Audrey consegue pensar é que precisa melhorar o gráfico de sua vida (menos descidas, mais subidas) e ver Linus. O problema era que, com o irmão de castigo, não tinha como ele receber visita de amigos (lê-se Linus). Com muito medo, mas muito mais vontade Audrey começa a ir atrás dele, do jeitinho dela. Afinal, ele não a deixava nervosa nem com medo. Com ele as coisas eram fáceis e ela não precisava sai correndo toda hora. Para ajudá-la, Linus cria pequenos desafios, coisas que parecem bobeira para quem está de fora, mas eram grandes passos para ela. Coisas como ir até uma Starbucks ou, até mesmo, tentar falar com alguém lá. Nunca é fácil lidar com problemas, ainda mais quando eles estão dentro da nossa cabeça, mas tudo fica mais leve quando entendemos que não estamos sozinhos.

"Não vai ser para sempre. Vai ficar no escuro pelo 
tempo que precisar, então vai sair." - Página 96

Linus é um amor de personagem. Ele é um dos lado leves do livro (que já conhecemos bem nas histórias da Sophie), um personagem que me animou muito e que me fez ler mais rápido, porque queria chegar nas partes em que ele aparecia (haha). Audrey é um exemplo, ela vai muito além de uma simples personagem. Fiquei nervosa com algumas escolhas dela, mas, ao mesmo tempo, acho que entendo quando levo em consideração todo o drama por trás da história. A família dela daria quase que um livro inteiro a parte. A mãe com mania de perfeição, o pai que está mais preocupado com o trabalho do que com os ataques da mulher, o irmão dramático que sente falta dos jogos e o irmão caçula que só pensa em pizza (ele é o outro lado leve da história, rs). 

O que me fez tirar uma estrela do livro foi o suspense não resolvido. Você passa o livro todo tentando entender o que fez Audrey ficar dessa forma e ela vai até mesmo te levando a pensai nisso (com frases de efeito falando que ainda não era a hora da gente saber o real motivo), mas chega no final e ela simplesmente não conta. Entendo a escolha da autora de não contar, afinal, esse não é o foco da lição do livro, mas se não ia contar, porque deu a entender isso na história? O leitor (eu! - e mais gente que já vi reclamando disso) fica esperando respostas. Respostas que deixariam o livro com muito mais cara de young adult, vale comentar. Sem as explicações o livro continua ótimo, mas fica parecendo mais uma simples lição de moral do que algo animador para ler. No geral, adorei a diagramação e a forma que os vídeos dela são explicados (ah, e os capítulos não têm nomes nem títulos!). Gostei e recomendo para todos que já se sentiram presos de alguma forma. Seja um problema na escola ou em casa mesmo, as lições (mesmo sem algumas respostas) são realmente boas. 

À Procura de Audrey
Autora: Sophie Kinsella
Editora: Galera Record
Páginas: 336
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

4 comentários:

  1. Nunca li nada da Sophie Kinsella, mas já vi várias pessoas comentando que a autora é ótima. Gostei da sua resenha, me deixou curiosa para ler! Todo mundo já se sentiu como a Audrey algum dia, né?
    Estou começando com meu blog, se quiser passar lá:
    http://www.moleca20.com.br/
    Beijos!

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    1. Os livros no estilo chick-lit dela são perfeitos, de verdade! =)
      Eu gostei muito desse lado young adult dela e, realmente, todos nós passamos por momentos assim, então acabamos nos ligando aos personagens.

      Beijos

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  2. Eu nunca li nada da autora e estarei começando por esta obra. Primeiramente, eu gostei da capa e fiquei empolgada. Acho a ilustração muito parecida comigo haha. Depois, eu queria muito ler algo da autora, porque muita gente me recomenda, mas o estilo dela não faz muito o meu e Procura de Audrey será uma boa escolha aparentemente. Adorei a resenha e o seu blog. Estou lhe seguindo. Abraço!

    http://anneandcia.blogspot.com.br/

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    1. Eu super recomendo os chick-lits dela, são realmente muito amor! <3
      Esse é o primeiro young adult da autora e eu gostei muito de como ela lidou com isso.
      Depois que ler o livro me conta o que achou! =)
      Beijos

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