segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Na Estante: A Ponte de Haven


Eu estava muito animada e curiosa para ler esse livro. A primeira coisa que me chamou a atenção foi a capa (que é igual a original), é simplesmente maravilhosa. Enquanto eu estava lendo o levei para a faculdade e mais de três pessoas me pararam para perguntar o nome do livro, porque tinham amado a capa (ele estava em cima da minha mesa). A segunda coisa que me chamou a atenção foi o fato de que estamos falando de um romance cristão aqui. Até pouco tempo atrás eu nunca tinha ouvido falar sobre esses livros, mas uma amiga minha começou a escrever um no estilo e acabei entendendo um pouco melhor toda a história. Sou católica e, por mais que o livro vá para um outro lado (protestante), consegui encontrar várias coisas que acredito e que cresci ouvindo e aprendendo. O livro tem frases muito boas e ensinamentos muito bons também, é um pouco repetitivo em alguns trechos, mas a mensagem é linda. Uma mensagem que que sempre ouvi em casa e que sempre que estou entre amigos passo para frente. Claro que vou falar melhor em alguns minutos aqui na resenha. Ah, o livro ganhou quatro estrelas e eu também vou explicar isso. A história vai bem além das crenças e dos ensinamentos, mas é preciso, sim, acreditar em Deus para lê-lo. Não é um julgamento, mas se você não acredita ele perde todo o sentido. Isso, é claro, muda de pessoa para pessoa, mas eu o indico para quem quer se sentir um pouquinho mais perto de Deus e para quem quer aprender um pouco mais sobre Ele também. 

Abra foi abandonada quando ainda era bebê, perto da ponte da pequena cidade de Haven. O pastor da cidade, Ezekiel (Zeke), a encontrou e, junto com sua esposa e filho, Joshua, resolveu que cuidaria dela como filha. A vida não estava fácil e a saúde de sua esposa não estava nada boa, uma criança pequena em casa só estava tornando tudo pior, mas se Deus queriam assim, como eles poderiam lutar contra? Entre as linhas tortas tudo foi se escrevendo e Abra acabou indo para uma outra família, muito boa, na cidade. Foi a escolha mais complicada da vida de Zeke, mas ele não via outra opção. É claro que ela não entendia o que estava acontecendo, nem sabia como que aquilo poderia ser o melhor para ela, mas ela não tinha voz na escolha. Na cabeça de uma menina de cinco anos de idade ela tinha feito algo errado a ponto de seu pai não querer mais ter esse papel. Foi assim que ela foi parar na família Matthews, uma nova mãe, um novo pai e até uma irmãzinha. Mesmo não sendo o pai dela, Zeke observou a menina crescer e seu filho fez o mesmo. Os dois tinham uma ligação muito forte, mas ambos tinham cicatrizes bem profundas do passado. Abra sempre foi muito frágil e foi assim que ela foi, facilmente, atraída para o glamour hollywoodiano (o livro se passa na década de 50!).

"Nunca se sabe o que Deus tem em mente 
até ele ter terminado." - Página 50

Um cara charmoso e cheio de lábia chegou à cidade e conseguiu conquistar Abra num piscar de olhos, é assim que ela acaba fugindo para Los Angeles. O preço para ser alguém na cidade do cinema é bem alto e o primeiro que ela paga é o nome. Abra virou Lena Scott, a mais nova atriz quente e querida de Hollywood. Outros muitos preços foram cobrados e todos a afastavam de quem ela verdadeiramente era e de como ela havia sido criada. Ela tinha certeza de que queria aquilo para sua vida, a atenção, os caras e a jóias, mas, aparentementem tudo que ela queria (de verdade) era pegar a ponte de volta para casa, de volta para Haven. Em Hollywood ela era só uma carinha bonita que fazia todos ali ganharem muito dinheiro. Esse era seu valor, nada mais. Todos na cidade, que se preocupavam com ela, rezavam diariamente para que ela achasse o caminho certo, mas no meio de tantas luzes às vezes fica complicado de ver o tal caminho. Afinal, existe tal coisa? Abra já não se reconhecia mais e tinha medo que todos a vissem assim também, ela fez muitas escolhas erradas, mas às vezes precisamos passar por isso para entender melhor as escolhas certas. Ela precisaria voltar e repensar e, claro, se perdoar.

"Lena Scott ou Abra Matthews? 
Qual delas você quer ser?" - Páginas 372

O livro, como disse, é muito bom, mas é muito repetitivo e descritivo de forma exagerada. Em alguns momentos eu queria saber o que estava acontecendo mas a autora estava ocupada demais descrevendo cada micro-detalhe do que o personagem estava segurando ou fazendo. Foi isso que fez o livro perder uma estrela, porque em alguns momentos isso me desanimava. Me fazia parar a leitura e, até mesmo, ter vontade de fazer outra coisa. O livro é relativamente leve, mas fica bem mais pesado na hora de mostrar toda a bagunça que acontece em Los Angeles. Ou seja, na hora de mostrar a realidade ele é realmente real (doa a quem doer). A diagramação do livro está maravilhosa, a capa (como já comentei) é linda também. E adorei que o nome do livro em inglês faz ainda mais sentido com a história, por mais que tenha gostado de como deixam o título em português.

Ah, a história também me lembrou muito a parábola do filho pródigo. Os personagens são bem escritos e conseguem passar tudo que é preciso, em alguns momentos até desmais, rs. A mensagem que peguei nisso tudo é que a vida de ninguém é perfeita. Podemos seguir os caminhos que Deus escolhe, mas isso não quer dizer, em nenhum momento, que será fácil. É para ser difícil mesmo, é para cairmos e aprendermos a levantar. É para aprendermos e darmos valor. Além do que, consegui ver algo que minha mãe sempre me fala: Não sabemos o que é certo. Deus sabe muito bem o que faz. Por isso que, quando rezamos, não podemos pedir pelo que queremos, mas, sim, pelo que Ele acha melhor para gente. Uma vez vi num vídeo de um blog que sigo (esse aqui!) uma frase que me marcou muito: Deus não se cansa dos nossos recomeços. É bem isso que o livro mostra. Então, se você acredita nisso tudo e/ou quer entender melhor é uma indicação que faço de coração. 

A Ponte de Haven
Autora: Francine Rivers
Editora: Verus
Páginas: 432
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

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