Por muito tempo essa foi a minha música favorita (não só da Hannah Montana, mas da vida mesmo). Eu tinha um uns doze ou treze anos e amava, mesmo não entendendo muito bem o que ela falava. Um dia eu tomei vergonha na cara e perguntei, para uma professora de inglês, o que era aquele s depois do nobody no título. Ela, com muita paciência, me explicou que era uma forma de ligar o verbo to be (is) no nobody, de forma que ficava que 'ninguém é perfeito'. Na época eu estava muito mais preocupada com o bendito do s, afinal, eu detestava inglês, e com o fato de que queria muito aquela roupa da Hannah Montana, do clipe da música. Não estava ligando para o que realmente falava, até que eu cresci. Acontece nas melhores famílias. Eu comecei a gostar muito do tal inglês (tanto que hoje eu sou a professora da história) e entendi a música por completo. A música, por mais que seja 'bobinha', começou a fazer muito sentido na minha vida. Porque se tem uma coisa que a gente (no geral mesmo) precisa aprender e guardar para vida é que ninguém é perfeito e que podemos sim cometer erros. Ninguém tem a vida perfeita e todo mundo tem problemas, o segredo está em aprender a lidar com tudo isso de uma forma divertida. É claro que em alguns momentos não conseguimos, mas (como a música mesmo diz) você vive e aprende.
Tudo fica bem mais leve quando entendemos que nada é perfeito e que tudo fica exatamente perfeito assim, imperfeito mesmo. Comecei a pensar muito nisso nessas últimas semanas, por conta do número de comentários e emails que ando recebendo sobre como vivo a minha vida ou deixo de vivê-la. Aparentemente, para algumas pessoas, eu só tenho a vida que você vêem aqui no blog (ou no instagram, ou no snapchat e por aí vai). Tudo indica que eu tenho uma vida que funciona perfeitamente bem, porque eu consigo trabalhar a semana inteira, estudar e tirar notas boas na faculdade, ler muitos livros legais e ainda escrever para um blog e gravar vídeos. Eu realmente faço tudo isso e amo cada segundo, mas de forma alguma significa que é fácil ou perfeito. Eu sei disso, o problema é que algumas pessoas começam a achar que suas vidas são imperfeitas porque não conseguem fazer tudo que querem, ainda mais porque acham que é fácil fazer tudo e, por conta disso, deve ter algo errado com elas. Não tem nada de errado com você, nem com ninguém. Você é perfeito por ser imperfeito. Se isso for deixar algumas pessoas mais tranquilas, posso contar que essa brincadeira de ser adulta está acabando comigo. Eu estou muito feliz, sim, mas bem cansada também. E meu corpo acaba pagando por isso. Eu só não fico gastando meu precioso tempo livre (que normalmente vai para minha vida social ou livros) reclamando sobre isso nas minhas redes sociais, por isso acaba parecendo que tenho a vida perfeita e fácil dos sonhos. Não estou reclamando, de forma alguma. Como comentei ali em cima, amo cada segundo da minha vida. Só acho que mais pessoas deviam tentar fazer isso também. Amar mais a vida, perfeita ou imperfeita mesmo.
Em alguns momentos a vida é uma bosta. Tudo ao nosso redor parece lindo e colorido, enquanto que nosso mundinho está cinza e sem graça, mas faz parte. Os momentos ruins estão aqui para nos lembrar que devemos dar ainda mais valor para os momentos bons. Como disse ali em cima, comecei a pensar mais nisso algumas semanas atrás, mas foi só ontem que tive a ideia de como terminar o post de hoje. Eu estava tendo um dia normal e tranquilo, até mesmo fofo. Eu tinha trabalhado a tarde toda (aplicando prova para meus alunos) e à noite fui para a aula normalmente. Até que – do nada – o dia não ficou tão bom assim. Eu aprendi a lidar com isso, faz parte da minha ansiedade e agora que eu sei que ela existe, consigo lidar um pouco melhor com ela, mas isso não diminui como me sinto mal. Eu estava na primeira carteira da segunda fileira da sala e um grupo estava apresentando um trabalho sobre materiais didáticos. Eu, infelizmente, não consigo lembrar muito do que eles falaram, mas consigo lembrar muito bem de como me senti pequena e sem graça ali no meio e de como fiquei pensando que não fico bem com cara de choro, como as atrizes de Hollywood ficam. Entre outros muitos pensamentos (nem tão úteis assim) acabei me sentindo muito presa e cheguei ao ponto de explodir. Fazia muito tempo que minha ansiedade não conseguia pegar o controle assim, mas ontem escapou. Eu estava cansada e ela aproveitou isso. Eu chorei, chorei muito mesmo, mas tive a sorte de ter uma ótima amiga por perto para me acalmar (obrigada, Aline). Enquanto ela vinha comigo aqui para casa (no intervalo das aulas) eu fiquei pensado que devia ser muito legal não ter problemas com a ansiedade, que seria muito legal ser perfeita. Aí eu ri. Eu estava fazendo exatamente tudo que eu pensava que não devia fazer. Acreditar que a vida dos outros é melhor que a sua não vai mudar nada para você. Quando eu fui me acalmando comecei a rir ainda mais, pelo simples fato de ter uma boa amiga para conversar e de saber que sou feliz, mesmo tendo uma vida não perfeita, afinal, ela é imperfeitamente perfeita para mim.
Acho que essa é a primeira vez que falo (escrevo) diretamente sobre minha ansiedade e os problemas que tenho com isso. Sempre tive muita vergonha de falar, porque quando estou 'presa' acho que estou sendo tola, mesmo não conseguindo controlar o que sinto. Senti muito vergonha ontem quando sai em choque da faculdade com o apoio de uma amiga, assim como senti muito vergonha hoje de manhã quando fui conversar com a minha professora, para explicar o que tinha acontecido. Mas ninguém me julgou (pelo menos não das pessoas que importam). Minha amiga ficou do meu lado o tempo todo e minha professora, hoje pela manhã, me abraçou bem forte assim que me viu, sem esperar nenhuma resposta ou explicação mesmo. Aprendi nesses anos de blog que em alguns momentos a gente percebe que é o momento certo. Certo de quê? Apenas certo. Hoje foi o momento certo de eu me abrir um pouco mais, de certa forma isso me ajuda (escrever e ler sempre me acalma). Eu espero, de coração mesmo, que ajude mais alguém também. Pode ser que você tenha começado a ler o texto e parado assim que leu Hannah Montana (aí você não está lendo essa linha), assim como pode ser que você tenha lido sem querer até aqui em baixo e aprendeu alguma coisa com a minha história. Ter colocado para fora essas coisas pode ajudar mais alguém em algum lugar do mundo e só a ideia disso já me deixa mais feliz. Para você, que acredita que minha vida é perfeita, não. Ela é imperfeita como a sua e como a de todo o resto do mundo. Eu só vou levando da melhor forma que consigo e tentando aprender sempre que posso com isso. Se ame sempre, sem pensar nos outros, ok? Ninguém é perfeito, mas a gente sempre pode tirar o melhor de cada um ou de cada momento, basta querer. ❤
Eis um grande problema: entender que ninguém é perfeito e que não precisamos tentar ser só para agradar alguém. Por muito tempo eu tentei fazer isso. Acho até que a maioria das pessoas tem essa fase, de tentar ser quem não é, falar que não gosta das coisas que gosta, mudar o cabelo, etc. etc. etc, só para se encaixar em algum padrão bobo. Gostei demais do texto! Um beijo : * (de-lune.blogspot).
ResponderExcluirÉ um problema geral. Todo mundo passa ou já passou por isso!!
ExcluirFico muitoooo feliz que tenha gostado, xuxu!!
Beijoos
É extremamente complicado não pensar na vida de outros como melhor que a nossa. Infelizmente passo bastante por isso. Não me considero uma pessoa triste, mas também não me considero feliz, e isso me assusta pra caramba! Tem umas coisas acontecendo comigo que têm me deixado muito estressada, e acaba reforçando isso de como minha vida não é boa e tals. Mais uma vez li seu texto no momento certo, a cada texto você me conforta e acho que já te disse isso várias vezes. Adorei o post como sempre, beijos.
ResponderExcluirwww.reinodaloucura.blogspot.com.br
Não é fácil mesmo não! =/
ExcluirMas não fique assim! Lembre-se que você é especial e única no mundo!! <33
E, se precisar, pode sempre contar comigo quando estiver triste! Sou ótima para conversar e o email do blog está aí para isso! ^^
Fico muito feliz que, de uma forma ou de outra, o texto tenha ajudado! <3
Beijoos