quinta-feira, 12 de abril de 2018

Na Estante: Como Se Fosse Magia


Eu li esse livro no finalzinho de março, mas só agora consegui parar tudo que estava fazendo para escrever a resenha. Quem me acompanha no canal do blog ou nas redes sociais, viu a bagunça que estava na minha vida (por conta de uma mudança). Mas, finalmente, consegui resolver as coisas e organizar parte do que estava uma zona, rs. Então, aqui estou eu com a resenha desse livro que é completamente devorável e uma delícia de ler. Ele ficou com cinco estrelas e mereceu muito bem cada uma delas. Foi bem legal ler algo diferente da autora, já que estava acostumada só com a série Batidas Perdidas (por mais que alguns personagens da série sejam levemente citados nessa história). Como sempre, vou contar tudo nos detalhes para vocês.

Eva é uma escritora de sucesso que sempre teve uma relação bem diferente com seus personagens. Eles criavam vida bem na sua frente e, basicamente, contavam suas histórias para que ela pudesse escrevê-las. Tudo estava uma maravilha, os livros vendiam como água no deserto, pessoas queriam os direitos autorais para filmes e séries e os fãs a adoravam. Só tinha um problema, ela estava sem conseguir escrever e precisava, urgentemente, entregar o livro final de uma série que estava escrevendo. Os personagens simplesmente haviam sumido de sua cabeça. Ela já tinha tentado de tudo, mas não conseguia criar a ligação que precisava para terminar sua história. Foi aí que no meio de uma tentativa de se reencontrar ela acaba salvando uma vida. Um homem tinha acabado de ser assaltado e estava jogado na rua, sem pensar muito, ela correu para ajudar. O que ela não imaginava, era que o homem era a cara de seu personagem principal. Lá estava ele, Enzo, em carne, osso e sem memória.

"Escrevo (...) como se minha vida dependesse disso. 
E talvez ela dependa..." - Página 123

Por conta do tombo que levou, Enzo estava sem memória e, para falar a verdade, nem sabia ao certo se esse era mesmo seu nome. É aí que a bagunça fica ainda maior, tudo em volta deles começa a fazer sentido com a história que Eva já tinha escrito. A forma como eles se encontram, os detalhes bobos que ela estava vivendo em sua vida, tudo indicava que ele era mesmo seu personagem. Mas como? Isso não seria possível. De primeira, ele acredita que ela é maluca, mas aos poucos, depois de ler os livros enquanto está no hospital, vai percebendo que pode até ser verdade toda aquela maluquice sobre ser um personagem. E é no meio disso tudo que os dois precisam se encontrar de verdade. Ele, para recuperar sua memória e entender que ele realmente é nesse história toda. Ela, para aceitar que as vezes não consegue controlar nem mesmo os mundos que cria. As histórias já estavam ligadas e eles precisavam logo descobrir se ela teria ou não um final feliz.

"Tem tanta verdade no que você escreveu no seu livro que a 
cada momento acredito mais que eu possa 
mesmo ter vindo de lá." - Página 79

A resolução da história me lembrou muito um filme que vi uma vez na netflix, mas não vou contar qual foi para não virar um grande spoiler do final, e todo o enredo me lembrou muito a história de Quando a Noite Cai, da Carina Rissi. As histórias são bem diferentes, mas, ao mesmo tempo, tem um estilo bem parecido. De qualquer forma, eu simplesmente achei bem legal colocar todo esse universo de criação literária dentro de um livro. A única coisa que achei um pouco chato enquanto eu lia, foi que a personagem principal ficava tentando explicar toda hora como a ligação dela com os leitores era a melhor do mundo e como o jeito dela de escrever era único e mágico. Como a personagem principal é totalmente inspirada da própria autora do livro (impossível não perceber isso), ficou parecendo que a autora queria se afirmar toda hora através do livro, sabe? Não sei se consegui explicar, mas tinha hora que isso cortava o que estava acontecendo só para a personagem falar sobre a ligação dela com os leitores e o dom dela.

Enzo é um personagem maravilhoso e todo o drama dele com a Eva e o mistério que estão vivendo é muito bem escrito e realmente nos prende até o final. O que me lembra, achei o final um pouco corrido (tenho achado isso de muitos livros recentemente). Quando as coisas começaram a se resolver, pareceu que a história saiu correndo para resolver todo o resto e acabar. Enfim, isso não atrapalhou em nada o livro, uma vez que ele continuou com cinco estrelas no final das contas. Para quem gosta de mundos mágicos, histórias muito bem escritas, romances dignos de um filme hollywoodiano, esse é o livro certo na medida certa.

Como Se Fosse Magia
Autora: Bianca Briones
Editora: Gutenberg
Páginas: 208
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

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