Sabe quando você tem certeza que vai amar um livro? É o seu estilo favorito, com o tipo de história clichê que você gosta e, sem esquecer que, todo mundo que conhece seus gostos literários afirmou, mais de uma vez, que você ia amar a história. Foi assim, muito visivelmente, que minha expectativa pela história foi lá em cima. Infelizmente, não consegui chegar lá em cima com a leitura. Eu gostei do livro e ele ganhou quatro estrelinhas, mas eu não posso negar que estava esperando bem mais. Não sei se foi por ter ouvido tanto sobre ou se foi por algum outro motivo aleatório. O fato é que o começo da leitura foi bem complicado, demorei para me acostumar com a escrita da autora (meio confusa de primeira) e só animei mesmo com a leitura lá pela página cento e pouco. É um new adult de raiz, ou seja, não tinha erro, mas, ao mesmo tempo, senti que o abuso do clichê (coisa que normalmente amo demais) deixou o livro um pouco confuso demais. A história em si é ótima e muito bem bolada, mas não me prendeu alok como eu estava esperando. Ok, prometo que vou explicar tudo isso e até mesmo de onde tirei as quatro estrelas que o livro ganhou, mas vamos por partes, né? Como disse ali em cima, estamos falando de um livro NA, ou seja, o tema abordado é um pouco pesado (emocionalmente falando). Achei, na minha humilde opinião, que o título do livro em inglês (Making Faces) faz mais sentido, mas nunca vou entender as traduções de alguns títulos, então é a vida. Ah, o livro também tem um lado A Bela e a Fera (que é minha história de princesa favorita!). Muita calma nessa hora, vamos começar logo essa resenha, rs.
Hannah Lake sempre foi uma cidade bem tranquila, além de bem pequena. Todos se conheciam por lá e não existia para onde fugir. As pessoas cresciam e ficam por lá mesmo, não iam muito longe. Aquilo era o lar delas, não tinha por quê sair. Tudo era sempre igual, desde a padaria e o que era servido lá até as missas realizadas todos os domingos. Na mudava e era isso que agradava todos por lá. É exatamente nesse lugar, completamente normal, que tudo sai do eixo sem mais nem menos. Era o último ano do colegial para muitos jovens da cidade, inclusive para Ambrose Young, o galã de Hannah Lake e grande personalidade do time de luta da escola, e Fern Taylor, a filha do pastor. Eles sempre foram pessoas opostas, mas, ao mesmo tempo, sempre se atraíram. O problema é que ela sempre se achou feia demais para ele, ninguém nunca disse isso, ela simplesmente concluiu. Ela se escondia com seus amigos para evitar algo que era da cabeça dela. Rita, a bonitinha da escola, e Bailey, o primo de Fern que tinha nascido com uma doença rara que destruía aos poucos todos os movimentos de seu corpo. Um grupo de amigos inseparáveis. As lutas do time da escola eram realmente o que mais movimentavam a cidade, até que tudo mudou. Dia onze de setembro de dois mil e um. O dia em que o mundo inteiro parou para ver os Estados Unidos em choque enquanto esses viam dois dos maiores prédios do mundo caindo aos pedaços. O dia em que o patriotismo foi a única esperança e que a guerra virou uma certeza.
"Ah, droga. Os Estados Unidos precisam de mim.
Como posso dizer não?" - Página 70
Foi pensando nisso que Ambrose decidiu que precisava entrar para o exercito americano. Ele precisava representar o país e se mostrar um pouco mais americano no meio de toda aquela bagunça. Ele precisava ser mais útil do que aquela cidadezinha. Só que a guerra não é como as lutas do colegial. Não é uma batalha de um dia em que todos voltam felizes para casa. Muita coisa se perde em momentos como este, inclusive, vidas se perdem. É para esse lugar que Ambrose e seus quatro melhores amigos vão, mas nem todos voltam. A cidade de Hannah Lake fica em pedaços, eles haviam perdido meninos valiosos, parte da cidade se perdeu naquela guerra. Muito além disso, Ambrose se perdeu. Voltar para casa com vida não significava que ele estava vivo. O galã da cidade já não era mais o mesmo. A cicatrizes em seu rosto o lembravam disso diariamente e todos os familiares dos que não voltaram também faziam questão de lembra-lo disso. As pessoas tentaram seguir a vida na cidade como se nada tivesse mudado, mas não era tão fácil assim. A única pessoas que não havia mudado era Fern. Ela continuava com o mesmo espírito de sempre e com a mesma paixão de sempre. O problema era que Ambrose agora estava no papel que antes era dela, ele que se sentia terrível demais para qualquer um. Ninguém merecia um ex-militar com o rosto e uma vida em pedaços. Mas e se um alguém não ligasse para o 'por fora'? E se a beleza perdida fosse só um detalhe?
"Todo mundo é protagonista para alguém." - Página 30
O livro é narrado em terceira pessoa, mas a cada segundo (sem aviso) estamos vendo o que está acontecendo pelos pensamentos de um personagem diferente. Isso me confundiu muito no começo e demorou para eu pegar o ritmo. Os personagens são marcantes e, mesmo no meio de toda a bagunça que acontece, conseguem manter um ar leve e meio cômico, mas eu acho que se o livro fosse todo sobre o Bailey seria mais legal, rs. Eu gostei da relação dramática de Fern e Ambrose, mas, ao mesmo tempo, achei meio forçada. Os dois personagens me conquistaram quase no final do livro, mas até que consegui aproveitar isso. Me fizeram rir bastante, o que é sempre bom. O que fez o livro perder uma estrela, no final das contas, foi que a autora falhou muito ao (d)escrever a guerra. Entendo que era importante para história mostrar o que os personagens estavam passando por lá, mas ou fazia direito ou não fazia. Ela colocou de uma forma leve que, nos quarenta e sete do segundo tempo, ficou drástica e aí boom, mortes. A guerra, de começo, foi retratada como um acampamento de férias com os meninos rindo e conversando entre bombas. A conversa era boa, mas aquilo pareceu tão irreal. Se você gosta de livros clichês, esse livro é para você. Mas não faça como eu, não vá esperando demais da história. É um livro bom, sim, mas não entrou na lista dos favoritos nem nada do tipo. Não consegui me apegar aos personagens e senti falta de uma narrativa mais limpa. Geez, falando assim nem dá para entender como deixei com quatro estrelas, né? rs Não é o pior livro do mundo! É bom, o que complicou foi a tal da expectativa.
Beleza Perdida
Autora: Amy Harmon
Editora: Verus
Páginas: 332
Skoob do Livro.
Meu Skoob.
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