Eu não posso negar que estava muito ansiosa para ler esse livro. Sabia que era um New Adult de raiz e que muitas pessoas com gostos parecidos com o meu estavam amando. Só que aí, do nada mesmo, desanimei e fiquei com preguiça. Os últimos New Adults que li são os culpados, de forma geral mesmo. Amo clichê, isso não é segredo, o problema é que as histórias estão ficando tão iguais que está tudo previsível demais (falando de alguns, não todos). Fiquei com medo desse livro ser assim também e acabei enrolando. Foi aí que, no meio disso tudo, tive a ideia de fazer o Você Decide lá no canal do blog. O que é isso? Um vídeo em que mostro três livros e peço para vocês escolherem qual vou ler durante o mês. O mais votado ganha resenha aqui no blog (oi!) e vídeo no canal (que vai ao ar essa quinta). O segundo mais votado também é lido no mês, mas ganha só a resenha aqui no blog e o terceiro eu leio se sobrar tempo e, como sempre, libero a resenha aqui para vocês. Por que expliquei tudo isso? Porque o Princesa de Papel foi o grande vencedor desse mês, ué (rs). Foram cinquenta e seis votos no total para ele e, por conta disso, minhas desculpas e enrolações acabaram. Mas e aí, Izabela? O que você achou? Ótima pergunta. Levei mais tempo pensando no que falar desse livro do que realmente lendo a história. Foram quatro estrelas lá no skoob e sentimentos bizarros enquanto lia. Como sempre, vou explicar nos detalhes os meus motivos. Vamos lá.
Ella cresceu mudando constantemente de cidade. Sua mãe cada hora estava em um emprego diferente e com um namorado diferente. Onde tinha um novo amor e um novo salário, lá estavam elas também. Sem nunca ter conhecido o pai, tudo que Ella sabia sobre ele era o nome, Steve, e que ele era um marinheiro, nada além disso e do relógio que ele havia deixado. Os problemas começaram quando sua mãe ficou doente e ela precisou trabalhar e se desdobrar em três para conseguir pagar as contas, os remédios e ainda continuar estudando. Ela tinha apenas quinze anos. O tempo passou e sua mãe seguiu doente até que, mesmo com todo o trabalho, ela faleceu. Ella estava sozinha. Sem família, sem emprego e sem futuro. Com medo de ser colocada para adoção tão perto de se tornar adulta, resolveu se passar pela mãe para conseguir um emprego e para se matricular em uma escola. Tudo estava bem dentro do possível até que, do nada, o melhor amigo de seu pai aparece em sua escola. Ela era oficialmente órfã, ele era seu novo tutor.
"Quando falei que meu dia podia ter sido pior,
não era um desafio." - Página 140
Callum Royal é um milionário que tem uma oferta irrecusável para Ella. Ela deixaria tudo para trás, os empregos desumanos e a falta de dinheiro, e viveria com ele e seus cinco filhos. Como tutor oficial, ele pagaria a melhor escola do estado para ela e ainda daria uma mesada que, se ela juntasse, poderia pagar uma ótima faculdade após se formar. O que ela teria para perder? Parecia tudo uma grande loucura, mas ela não tinha como fugir, afinal, ele era seu novo responsável legal. Ao chegar ao seu novo lar, que mais parece um palácio, ela descobre que tudo pode ser bem mais complicado do que parece, afinal, os irmãos já a detestam antes mesmo de conhecê-la e se recusam a aceitá-la na família. Para completar, eles são absurdamente sedutores, mimados e são também os alunos mais influentes em sua nova escola, tudo que eles falam por lá vira lei, principalmente Reed, um dos irmãos do meio. Ella não fazia parte daquele mundo, mas precisaria aprender a lidar com toda aquela bagunça se quisesse ter um futuro. Ela já tinha enfrentado tudo que alguém podia imaginar, mas agora teria que aguentar verdadeiros riquinhos mimados se quisesse continuar vivendo bem.
"Eu fiz você passar por isso. Sou Reed, o Destruidor.
Você Não sabia?" - Página 254
Ella é uma personagem maravilhosa e muito forte. Não é fácil imaginar tudo que ela viveu e como, mesmo assim, ela ainda batalha por um futuro digno. Admirei muito a sua força e torci muito por ela. Se o livro fosse apenas ela, teria ganho cinco estrelas fácil. A única coisa que me incomodou nela, um pouco, é a bipolaridade em relação ao Reed. E aí temos os irmãos Royal. O que mais gostei foi Easton, ele é o primeiro a parar de se fazer de malvado para afastar a personagem principal e é o mais honesto de todos. É um personagem que, dentro do possível, é leve. Os outros irmãos em alguns momentos chamavam a atenção e em outros nem lembrava que eles estavam lá. E aí temos Reed. O motivo do livro não tem ganho cinco estrelas. Queria descrevê-lo de uma forma leve, mas só consegui pensar em babaca mesmo. Ele me deu raiva desde o segundo em que apareceu e, mesmo quando era para ele já estar mais tranquilo, continuava me dando nos nervos, e não de um jeito bom. Ele é um personagem escrito para ser sedutor, apaixonante e um porto seguro para Ella, mas, na minha visão, só olha para o próprio umbigo e vê Ella com um objeto. Ah, e tem a cereja no topo do bolo, que é ele mudando toda sua personalidade de um dia para o outro ao se ver apaixonado. O que me lembra que não tenho uma opinião formada sobre o pai. Ele é estranho, mas parei aí na definição. O livro aborda temas importantes, mas falha em algumas execuções e na forma como aborda.
Fiquei uns bons minutos, após terminar a leitura, me perguntando se eu estava quebrada, afinal, sou a maior defensora de new adults do mundo. Como assim que um livro desses, totalmente clichê, bem escrito e de raiz não me conquistou? Simples, o protagonista é um babaca. Precisava falar isso mais uma vez, obrigada. E é daí que vem minhas quatro estrelas para a história. O livro é fantástico, bem escrito e completamente devorável (as primeiras cem páginas li sem nem perceber, foi uma leitura gostosa e ele está lotado de marcações com post-its), mas o bendito do Reed me deu nos nervos com seus chiliques e afins. Já decidi que não vou ler as continuações e já até fui ler spoilers no GoodReads (o que me fez ter certeza que não vou ler, porque não gostei do caminho que a história levou). Era uma trilogia, que parece que virou série e por isso vou parar por aqui mesmo. O livro é ótimo se você não tiver problemas com o protagonista. Como disse, a história te prende de um jeito maluco e você só larga o livro quando tudo termina (e fica pirando com o final). O que me chocou muito, sério, é que a autora, na verdade, são duas autoras usando um pseudônimo. A escrita é tão coesa e constante que foi difícil acreditar que eram duas pessoas escrevendo a história. Ponto para elas. Em resumo, um livro para quem ama New Adults de raiz com muitos clichês bem escritos (só cuidado com o babaca, só vou chamá-lo assim, tipo um apelido quase carinhoso, rs).
Princesa de Papel
Autora: Erin Watt
Editora: Essência
Páginas: 368
Meu Skoob.
Skoob do Livro.
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