sábado, 13 de agosto de 2016

Na Estante: Harry Potter and the Cursed Child


Quando eu comecei o blog, alguns anos atrás, nunca que imaginava que resenharia um novo livro sobre Harry Potter, mas aqui estou eu. Quase dez anos após o lançamento oficial do último livro do bruxinho, a autora, J.K. Rowling, resolveu dar um presente para os fãs. É isso que Cursed Child é, um grande presente para quem ama a história que a J.K. criou. Não vou negar, e vou falar de uma vez, estava com os dois pés atrás com esse livro (que, na verdade, é o script da peça que está em Londres). Afinal, por mais que tenha dedo da autora nessa nova história, temos também dois novos autores que ajudaram com a criação da peça. Para complicar ainda mais a minha vida, recebi milhares de spoilers nessa coisa que chamamos de internet e, como foram spoilers picados, tudo parecia uma grande fanfic mal escrita. Ok, não posso negar, a história tem um grande quê de fanfic, mas isso só a tornou mais interessante e, ao meu ver, ainda mais agradável para os fãs que sonhavam com essa continuação. E é um livro (script) escrito maravilhosamente bem. Foi um presente e não me canso de falar e pensar nisso. Exatamente por isso, recebeu cinco estrelas e um coração de favorito no meu skoob, como todos os outros livros do mundo bruxo. Não se preocupem, não postarei nenhum tipo de spoiler aqui, afinal, é uma história que merece as surpresas que oferece. Eu ri de doer a barriga (e quem sabe até mesmo acordei alguns vizinhos), eu chorei de solução, eu me senti em casa no mundo mágico, me emocionei e torci com os personagens. Isso tudo em pouco menos de quatro horas (seguidas), que foi o tempo que levei para ler todos os quatro atos da peça. Ah, ainda tem isso! Como é uma peça, conseguimos imaginar perfeitamente o cenário e tudo mais, ou seja, só fiquei com mais vontade de ir para Londres ver tudo isso. Só de imaginar a magia acontecendo num palco já fiquei arrepiada. Ok, menos falação de fã e mais resenha, não é?

A história começa exatamente onde parou, dezenove anos depois onde tudo estava bem. Estava. Logo conhecemos Albus a caminho de seu primeiro ano na escola de magia e bruxaria de Hogwarts. O medo de cair na casa errada e de não se enturmar assombravam o garoto, mas ele tinha grandes esperanças de que tudo daria certo no final. Logo no trem, ele faz uma grande, e inesperada, amizade, Scorpius Malfoy. Um grande amante dos livros que carregava um peso parecido com o de Albus nas costas. Um sobrenome famoso e toda uma história. Não era fácil lidar com as fofocas, boas e ruins, que se espalhavam pela escola, ainda mais quando todos esperavam tanto do filho do grande Harry Potter e ele, no meio disso, queria apenas ser um garoto normal. Tudo só se complica ainda mais quando seu maior medo vira realidade, o chapéu seletor resolve que ele deveria ir para Sonserina. Pelo menos ele ficaria perto do amigo, era o que o consolava. Os dois se aproximavam cada vez mais a cada ano que passavam lá, afinal, eles se entendiam e sentiam o mesmo peso. Albus aos poucos foi percebendo que ele era tudo, menos o que esperavam dele. Isso inclui seu próprio pai que, por mais que sempre apoiasse o filho, não sabia exatamente como lidar com as escolhas dele.

"Eu não escolhi, sabe? Eu não escolhi ser filho dele." Página 28
(Tradução livre)

Quatro anos se passaram e Albus chega numa fase rebelde de sua adolescência. Seu pai definitivamente não o entendia e a escola só ficava pior a cada segundo. E é aí, no meio disso tudo, que ele escuta, sem querer, uma conversa entre seu pai e um antigo conhecido dele, Amos Diggory. O pai de Cedrico queria uma única coisa de Potter, seu filho de volta. Haviam grandes boatos no mundo bruxo de que o Ministério da Magia, com a Ministra Hermione, tinham um vira-tempo, que havia sido apreendido pelo próprio Harry numa operação dos aurores. Um objeto completamemente ilegal, mas que se bem usado poderia salvar uma vida (e mudar toda a história ao mesmo tempo). Aquilo entra na cabeça e Albus e, como estava distraído, não percebe que estava sendo observado. Delphi, que se apresenta como a sobrinha de Diggory, estava logo ao lado dele, também ouvindo tudo. Harry, obviamente, nega toda a história do vira-tempo e, pedindo muitas desculpas, se recusa a fazer o que Amos estava pedindo. Albus fica com aquilo na cabeça e, com a ajuda de tudo que ele estava passando, começa ver o pai como uma grande farsa, afinal, como assim ele, o grande Harry Potter, não poderia ajudar aquele senhor? No final das contas, Cedrico havia morrido por causa dele. E é aí que, no meio da viagem de trem para a escola, Albus decide que vai mudar a história com ajuda de seu melhor amigo e, claro. Delphi. Afinal, ela também fazia parte da história. O que eles não imaginavam é que até mesmo uma pedra fora do lugar no passado pode alterar drasticamente todo o futuro, e eles vão descobrir isso da pior maneira possível. Vivendo isso. 

"Nós não iremos mais existir e Voldemort reinará novamente." - Página 250
(Tradução livre)

É complicado não citar spoilers (mas consegui, rs). Toda a história é ligada no 220v e quando eu acreditava que já tinha visto de um tudo, boom, algo ainda mais surpreendente acontecia. Meu personagem favorito do livro é o Scorpius. Ele tem um jeitinho meio Hermione, todo sabe-tudo, mas de um modo único e muito leve. Albus é um grande personagem também, mas toda a estrela do livro, na verdade, é a relação de pai e filho que ele tem com o Harry. Ah, não posso esquecer o lado cômico de Ron(y), que rendeu muitas gargalhadas e uma saudade sem tamanho. Até mesmo o Draco me surpreendeu na história e eu amei cada segundo disso. Eu amei rever todos os personagens de forma geral e, quando digo todos, bom leiam o livro para entender isso melhor (rs). Como disse ali em cima, foi um presente para os fãs que criavam mil e uma teorias sobre o futuro da história. Ainda sem dar spoilers, os leitores podem ver o que aconteceria em várias possibilidades de futuros e como isso afetava cada um. Sem esquecer que em vários momentos temos flashbacks emocionantes que, para quem é fã, dá aquele quentinho no coração.

É uma história leve, emocionante, divertida e, definitivamente, feita para os fãs. Mesmo sendo um script, conseguimos entender o que cada um está sentindo e como aquilo afeta diretamente na história. Gastei tantos post-its que achei que minha cartela fosse acabar. O que me fez pensar sobre reler, mais uma vez, toda a série, mas dessa vez com os post-its do lado. Não vou negar, achei o último ato, e toda a resolução dele, um pouco corrido, mas ao mesmo tempo gostei de como tudo termina. Me senti bem com os personagens e tudo mais. Foi como rever grandes amigos que mudaram a minha vida, afinal, é isso que Harry Potter significa para mim. Uma mudança que afetou tudo em minha vida de uma maneira muito boa. Algo que me transformou e me fez chegar onde cheguei. Estava um pouco revoltada por ter essa peça só lá em Londres e blá-blá-blá, inclusive, estava evitando ler qualquer coisa sobre essa história, mas ao abrir a primeira página fui levada para o mundo mágico como quando abri o primeiro livro da saga pela primeira vez. Fantástico define, mágico explica. 

Harry Potter and the Cursed Child
Autores: J.K. Rowling, John Tiffany e Jack Thorne
Editora: Scholastic
Páginas: 320
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

2 comentários:

  1. Confesso que não estava muito animada para ler esse livro, mas após ler sua resenha já coloquei ele na lista dos desejados, mesmo com uma fila enorme para ler. Aguardo o vídeo com spoilers (eu sou apaixonada por eles). Bjos

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    1. Eu te entendo, mas foi a melhor escolha que fiz! ♥
      É HP e vale MUITO a pena!! Se joga sem medo!! <3

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