segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Na Estante: Heart Bones

Estou na espera por esse livro desde que Colleen comentou que iria lançar. Não é segredo para ninguém que sou muito fã da autora (vide o número de livros que já resenhei dela por aqui) e o que mais me chamou a atenção nesse lançamento foi a capa e o título. Quando peguei o livro semana passada para ler no Kindle Unlimited, nem mesmo li a sinopse. Ok, eu tenho essa mania mesmo de não ler, mas isso é só um detalhe. Vou falar a verdade, estava muito ansiosa para ler, mas também estava com um pé atrás. Os últimos livros que li da autora tiveram altos e baixos (nenhum com menos de quatro estrelas, mas ainda assim eu estava ficando um pouco cansada das histórias um pouco repetitivas e dramáticas, coisa que eu mais gostava antes) e eu meio que estava esperando esse padrão. Eu estava errada. Não. Eu estava muito mais do que errada. Esse é um dos melhores livros da Colleen que já li. Na verdade, mais que isso, é um dos melhores livros que já li e ponto. Enquanto estava baixando o ebook, vi um comentário na Amazon que falava (em uma tradução livremente feita): "Esse livro merece uma constelação inteira, mas já que não é possível, fica com apenas cinco estrelas". E eu faço das palavras dessa pessoa as minhas. Cinco estrelas e um coração de favorito ainda é pouco para esse livro que já virou o favorito do ano (boa sorte para os que ainda vou ler esse ano). Como sabem, não esperem um livro leve vindo da Colleen, mas esperem um livro absurdamente bem escrito, com personagens muito bem construídos e uma história que te prende muito. Vamos conhecer um pouco mais desse livro e, depois, explico ainda melhor o que achei dele.

Beyah nunca teve pais de verdade. A única coisa que seu pai fazia era enviar pensão mensalmente e o que sua mãe fazia era pegar o dinheiro para ela mesma para se acabar no vicio de drogas que a destruía diariamente. Beyah teve que se criar sozinha desde muito cedo e, para ela, isso era o normal. Ninguém ligava para como sua vida estava um inferno ou toda errada. Ela precisava fazer o possível, o impossível e o impensável para sobreviver. Até que, faltando apenas dois meses para ela poder deixar tudo isso para trás e ir para a faculdade, sua mãe faz a melhor coisa que ela poderia imaginar, morrer. Por conta disso, ela precisa colocar todo seu orgulho um pouco de lado para pedir abrigo para seu pai, mesmo não conhecendo nada sobre ele ou sobre sua nova família. Ela passaria um verão em uma casa de praia no Texas ao lado dessas pessoas que ela não conhecia e que não a conheciam também. O plano era seguir sem muitos imprevistos, mas seu mais novo vizinho, Samson iria colocar todas as ideias de cabeça para baixo.

Eles não tinham nada em comum aparentemente, ela veio do fundo do poço e sempre viveu passando por muitas dificuldades, enquanto que ele vem de uma família misteriosa, mas absurdamente rica e cheia de muitas posses. O que os atraí é que ambos são puxados pelas coisas tristes da vida. Beyah ainda não entende muito bem o que Samson esconde, na verdade, ele até prometeu que contaria tudo para ela no final do verão, mas até lá ele era coberto de segredos. O que ele não conseguia esconder, era que tinha passado por algo terrível que havia mudado sua vida e, exatamente por isso, os dois se entendem mesmo vindo de mundos tão diferentes. A ideia era simples, aproveitarem ao máximo as semanas que teriam pela frente, mas o que não imaginavam é que o coração deles ficarias à deriva de tudo que ainda estava para acontecer.

Esse livro é denso, mas ao mesmo tempo é leve. Ele é real de uma forma que assusta, mas ao mesmo tempo te acalma. Faz sentido? Juro que sim. Esse é o livro mais real que já li da autora e é incrível como a história de puxa para dentro dela. Toda a loucura que os personagens vivem é real, mas pode parecer irreal por ser tão verdadeira e distante da minha realidade (e da de muitos). Em alguns momentos me vi julgando algumas das escolhas da Beyah e, no minuto seguinte, eu parava para pensar e fica sem palavras ao perceber que aquilo não era um absurdo, pelo menos não na realidade dela. O que a personagem principal passou e viveu não tem nem como ser descrito e o embrulho no estomago se torna ainda maior quando lembramos das diferenças sociais absurdas que existem no mundo. Esse livro deixa isso escancarado quase que de uma forma didática. Que livro necessário. É sempre bom lembrar de nos colocarmos um no lugar do outro mais complicado que possa parecer às vezes.

Os personagens desse livro são absurdamente bem escritos. A profundidade da Beyah é do nível que te coloca pensando junto com ela durante a narrativa e vamos torcendo a cada segundo mais pela felicidade dela, ainda mais quando sabemos de tudo que ela já viveu. Samson tem muitas camadas e é incrível ir descobrindo cada uma delas ao longo da leitura. Ele é misterioso, mas ao mesmo tempo encantador e temos a mesma vontade de torcer por ele, mesmo sem saber muito de primeira. Os personagens secundários, como a madrasta de Beyah e seu pai, o namorado de sua irmã ou ainda a senhora simpática de uma das casas da praia merecem destaque por roubarem sempre a cena de uma forma positiva para a história, mas quem merece toda a atenção mesmo é Sara. A irmã postiça da personagem principal que é, provavelmente, uma das minhas personagens secundárias favoritas da vida. Sara é doce, é positiva e animada, mas também é real. Ela traz um equilíbrio para tudo que se passa na história e, enquanto eu li, me vi muito como ela na história, tentando ajudar Beyah e entender tudo que acontecia por ali. Que personagens! Uau, Colleen! Uau.

Por enquanto, o livro tem apenas sua versão em ebook (em breve sai o físico) e em inglês (não sei se tem previsão para uma tradução). Mas ele está no Unlimited assim como outros livros da autora e vale muito a pena ler, caso o idioma não seja um problema para você. Esse livro é para os fãs da escrita dramática e real da Colleen e, mais que isso, para quem gosta de livros que te fazem pensar e mudam alguma coisa em você durante a leitura. Um livro que vai ficar na sua cabeça por dias e você não vai achar isso ruim. Mas, espere, não vá achando que vai ter um livre leve de se ler, afinal, a realidade muitas vezes machuca (e eu bem chorei algumas vezes durante a leitura). Sem esquecer que não é um livro para menores, por conter cenas e falas para maiores de, no mínimo, dezesseis anos. Ah! Teve vlog de leitura do livro lá no canal.

Heart Bones
Autora: Colleen Hoover
Editora: Hoover Ink.
Páginas: 251
Skoob do Livro.
Meu Skoob.

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